Biometano: parceria visa 120 mil m³ em SE

Acordo pode transformar o Ecoparque Sergipe numa base de produção de biometano para todo o mercado estadual
Parceria para o biometano, em negociação, seria implantada em Rosário do Catete seguindo o conceito do Ecoparque Paulínia, operado pela Orizon
Parceria para o biometano, em negociação, visa implantar o modelo do Ecoparque Paulínia (operado pela Orizon), em Rosário do Catete, a 45 km de Aracaju/Foto: Sergas (Divulgação)

Uma parceria na área de biometano, para o Ecoparque de Rosário do Catete, está sendo articulada pela Sergipe Gás com a paulista Orizon Valorização de Resíduos. A meta é atingir uma produção de 120 mil metros cúbicos/dia.

Em novo avanço dessa negociação, o presidente da Sergas, José Matos, e o gerente comercial da distribuidora, Pablo Yutaka Ysobe Matsuo, realizaram uma visita técnica às instalações da Orizon em São Paulo e tiveram uma reunião com os executivos da empresa para discutir a viabilidade do projeto.

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Na visita, os representantes da Sergas conheceram o Ecoparque Paulínia, aterro sanitário com tecnologia avançada para o tratamento e valorização de resíduos, com foco na produção de biometano, entre outros processos. É esse conceito que a Sergas quer implementar na planta de tratamento de resíduos instalada em Rosário do Catete, a 45 quilômetros de Aracaju.

O presidente da Sergas ressalta que, com a modelagem econômica após a aprovação da nova Lei do Gás e a subsequente abertura do mercado, a Sergas busca novos parceiros e a diversificação da matriz energética no mercado estadual.

“O conceito discutido entre a Sergas e a Orizon visa garantir segurança energética para os consumidores de biometano e gás natural em Sergipe, trazendo flexibilidade operacional e redução da pegada de carbono para os futuros consumidores”, afirma José Matos.

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“Essas tratativas representam um passo fundamental na direção de um futuro energético mais limpo e diversificado para Sergipe e seus cidadãos, contribuindo para a sustentabilidade ambiental e o crescimento econômico do estado”, acrescenta. 

Biometano é alternativa para descarbonização

O presidente destaca que, no contexto da transição energética, o biometano oferece diversas oportunidades e a Sergas está atenta aos novos players que ingressam no mercado.

“O biogás, convertido em biometano, é uma realidade e representa mais uma oportunidade para a Sergas adquirir o gás natural em melhores condições por meio de uma variedade de fornecedores”, detalha.

Orizon mira oportunidades no biometano

O CEO da Orizon, Milton Pilão, considera que as negociações estão sendo conduzidas de maneira profissional e madura pelas diretorias da Sergas e Orizon, projetando os passos necessários para a efetivação do projeto.

Ele destaca a importância desse empreendimento para o mercado sergipano, com potencial para o uso de biometano e gás natural, contribuindo para a construção de um negócio sustentável e vantajoso, tanto para os consumidores de Sergipe quanto para a distribuidora local e a Orizon. “É uma parceria que será benéfica e bem-sucedida para toda a sociedade”, pontua. 

Orizon lidera créditos de carbono em aterros

O diretor de Engenharia e Implantação da Orizon, Jorge Elias, ressalta que “a Orizon é atualmente a maior produtora de crédito de carbono do Brasil em resíduos sanitários e uma das maiores do mundo”. “Uma parceria conosco permitirá à Sergas introduzir tecnologia de ponta em Sergipe e contribuir para a preservação do meio ambiente por meio da utilização de energias renováveis”, analisa.

Ele complementa que “o projeto pode ser implementado de forma gradual para atender às atuais e futuras demandas por biometano e gás natural na região centro-sul do estado de Sergipe, contribuindo para a interiorização do gás em Sergipe e proporcionando maior estabilidade operacional e competitividade para a indústria local”. 

Gustavo Soares, superintendente comercial para a região Nordeste da Orizon, detalha que “a expectativa inicial desse projeto é de produzir cerca de 70 mil metros cúbicos/dia de biogás, podendo chegar a 120 mil”. 

O que é o Ecoparque Paulínia?  

O Ecoparque Paulínia é um dos maiores aterros sanitários do Brasil. Recebe cerca de 4,5 mil toneladas de resíduos por dia, atende a 36 municípios paulistas e, na área privada, tem 300 clientes. O empreendimento opera com 270 funcionários diretos e 35 indiretos. Funciona 24 horas por dia, 365 dias por ano. 

Quem é a Orizon?

No mercado desde 1999, a Orizon é uma referência em pioneirismo e oferece uma ampla gama de soluções integradas para a gestão e beneficiamento de resíduos, que incluem reciclagem, geração de biogás e energia elétrica. Seus ecoparques atuam como uma linha de proteção ambiental, reduzindo a emissão de dióxido de carbono, tratando resíduos com potencial de reaproveitamento pela indústria e garantindo que o lixo não reaproveitável seja descartado de maneira ecologicamente adequada, evitando a contaminação do solo, recursos hídricos e ar.

O que é o biometano?

O biometano – geralmente fabricado em aterros sanitários, reduzindo o impacto ambiental dos resíduos gerados pelo homem – é um combustível gasoso obtido a partir do processamento do biogás.

Esse biogás é gerado pelo processamento de matéria orgânica em equipamentos chamados biodigestores. O produto final, com mais de 90% de metano na composição, pode ser usado como substituto do gás natural veicular (GNV), entre outros combustíveis.

Atualmente, existem 14 usinas de biometano em operação no Brasil, instaladas no Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Essa infraestrutura injeta na rede de gasodutos do país 100 mil metros cúbicos/dia, o equivalente a apenas 1% do potencial de produção nacional, que chega a 100 milhões de m³/dia.

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