Três estados do Nordeste têm o pior desempenho na geração de empregos

Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte tiveram saldo negativo na geração de empregos.
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Após dois meses de recuo, a criação de emprego formal subiu em março. Segundo dados divulgados pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho e Emprego, 195.171 postos de trabalho com carteira assinada foram abertos no último mês. O indicador mede a diferença entre contratações e demissões.

A criação de empregos foi 97,6% maior que a do mesmo mês do ano passado. Em março de 2022, tinham sido criados 98.786 postos de trabalho, nos dados com ajuste, que consideram declarações entregues em atraso pelos empregadores. A abertura mensal de vagas atingiu o maior nível desde setembro do ano passado.

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Nos três primeiros meses do ano, foram abertas 526.173 vagas. Esse resultado é 15% mais baixo que no mesmo período do ano passado. A comparação considera os dados com ajustes, quando o Ministério do Trabalho registra declarações entregues fora do prazo pelos empregadores e retifica os dados de meses anteriores. A mudança da metodologia do Caged não torna possível a comparação com anos anteriores a 2020.

Piores resultados

Pernambuco e outros quatro estados registraram queda durante o mês de março. O estado pernambucano teve pior resultado do país, o fechamento de 5.266 vagas de emprego. A Paraíba também encerrou 815 vagas; Rio Grande do Norte, 78; Amapá, 41; e Mato Grosso, 10.

Já os melhores resultados foram registrados em  São Paulo, Minas Gerais  e Rio de Janeiro, com a abertura de 50.768, 38.730 e 19.427 vagas, respectivamente.

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Setores

Na divisão por ramos de atividade, quatro dos cinco setores pesquisados criaram empregos formais em março. A estatística foi liderada pelos serviços, com a abertura de 122.323 postos, seguido pela construção civil, com 33.641 postos a mais. Em terceiro lugar, vem indústria de transformação, de extração e de outros tipos, com a criação de 20.984 postos de trabalho.

O nível de emprego aumentou no comércio, com a abertura de 18.555 postos. Somente a agropecuária, pressionada pelo fim da safra de vários produtos, extinguiu empregos com carteira assinada no mês passado, com o fechamento de 332 vagas.

Destaques

Nos serviços, a criação de empregos foi puxada pelo segmento de administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais, com a abertura de 44.913 postos formais. A categoria de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas abriu 35.467 vagas.

Na indústria, o destaque positivo ficou com a indústria de transformação, que contratou 17.876 trabalhadores a mais do que demitiu. Em segundo lugar, ficou a indústria extrativa, que abriu 1.566 vagas.

As estatísticas do Caged apresentadas a partir 2020 não detalham as contratações e demissões por segmentos do comércio. A série histórica anterior separava os dados do comércio atacadista e varejista.

Regiões criam empregos

Todas as cinco regiões brasileiras criaram empregos com carteira assinada em março. O Sudeste liderou a abertura de vagas, com 113.374 postos a mais, seguido pelo Sul, com 37.441 postos. Em seguida, vem o Centro-Oeste, com 22.435 postos. O Nordeste abriu 14.115 postos de trabalho, e o Norte criou 10.077 vagas formais no mês passado.

emprego
Empregos: construção civil com saldo positivo/Foto: Agência Pará

Na divisão por unidades da Federação, 22 registraram saldo positivo, e cinco extinguiram vagas. Os destaques na criação de empregos foram São Paulo (50.768 postos), Minas Gerais (38.730) e Rio de Janeiro (19.427). As maiores variações negativas ocorreram em Pernambuco (5.266 postos), Paraíba (815) e Rio Grande do Norte (78).

Pernambuco

O desempenho de março é explicado, principalmente, pela atividade da cana-de-açúcar, produto cujo cultivo tem sua entressafra neste período, fazendo com que exista uma maior quantidade de desempregados.

A secretária de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo (SEDEPE-PE), Amanda Aires, explica a motivação para a queda nas vagas. “A fabricação de açúcar está sempre entre as 10 principais atividades econômicas do Estado, então, variações expressivas tendem a ter um impacto maior no resultado final. Quando observamos os dados do CAGED, as três principais atividades que apresentaram um maior saldo negativo estão diretamente ligadas ao setor sucroalcooleiro”, ressalta. As atividades que mais desempregaram foram: Fabricação de Açúcar (-4.520), Cultivo de Cana-de-Açúcar (-1.423) e Fabricação de Álcool (-734).

Para o gestor de dados da Secretaria de Desenvolvimento Profissional e Empreendedorismo (SEDEPE-PE), Raphael D’Emery, o resultado já era esperado para o período. “É preciso observar o acumulado em 12 meses, pois mesmo após este panorama negativo, o Estado conseguiu se manter como o segundo melhor acumulado da Região Nordeste e o nono melhor do País, posição essa que Pernambuco mantém na série histórica”, enfatiza.

No mês de março, os destaques positivos ficam para os setores de Serviços (+2.359) e Construção (+344), que juntos acumulam saldo positivo de +2.703 novas vagas. Estes setores foram puxados pelas atividades de Educação (+931) e Construção de Edifícios (+342), respectivamente.

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