Sergipe reúne investidores para mostrar seu potencial na área de petróleo e gás

O estado de Sergipe vem sendo considerado como a nova fronteira energética do Brasil.
Usina da gás da Eneva no Hub de Sergipe
Usina da gás da Eneva no Hub de Sergipe/Foto: reprodução do site

Da Agência Sergipe*

O governador de Sergipe, Fábio Mitidieri, reuniu os maiores grupos empresariais do Brasil da área de petróleo e gás para apresentar os atrativos que elevam estado ao que o governo sergipano denomina como a nova fronteira energética do país.

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Num evento organizado em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Mitidieri posicionou Sergipe como o destino estratégico para empreendimentos que querem aproveitar a capacidade energética sergipana. O evento chamado ‘Sergipe Day’, foi realizado na última terça-feira (25), na Fiespe.

 Sergipe é detentor de mais de 20% das reservas de gás natural do Brasil o governador quer convencer os investidores que pode ser mais barato e vantajoso se instalar em Sergipe diante da grande oferta de gás natural a ser produzido em águas ultra profundas da costa do estado.

Sergipe Águas Profundas

Abrindo os painéis expositivos, o gerente executivo de Terra e Águas Rasas da Petrobras, Francisco Queiroz, ressaltou que o estado é parceiro da Petrobras há 60 anos e se tornará um produtor relevante de gás natural. “A nossa perspectiva agora é a instalação de duas unidades flutuantes FPSOs, que são plataformas com nova tecnologia e diferentes características de modernização em respeito ao clima, onde se produz, estoca, exporta e processa o gás”.

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O projeto Seap, segundo Queiroz, busca contratar empresas para operar as unidades flutuantes. “A Petrobras fez uma tentativa, em 2022, para contratação de empresas para operar as unidades flutuantes FPSOs por quatro anos, mas esse processo não foi exitoso. Agora, em abril deste ano, fomos novamente ao mercado com a expectativa de, até o final de outubro, abrirmos a licitação para contratação dessas duas unidades FPSOs. A entrada em operação está prevista para 2028. Temos expressivas reservas associadas, com um potencial de exportação de 18 milhões de m³ de gás”, disse Francisco Queiroz.

HUB de Gás de Sergipe

Na sequência, o tema abordado no evento foi o HUB de Gás de Sergipe, com exposição das ‘Possibilidades, Aspectos Regulatórios e Experiência de Investir em Sergipe’, pelo

O diretor executivo de Marketing, Comercialização e Novos Negócios da Eneva, Marcelo Cruz Lopes, disse que a empresa tem um projeto de construção de um gasoduto que ligará o Terminal de Armazenamento e Regaseificação de GNL da Eneva à malha da Transportadora Associada de Gás (TAG). A Eneva se estabeleceu em Sergipe a partir da compra do antigo complexo da Celse, que foi transformado no HUB Sergipe, na Barra dos Coqueiros.

“Alguns dos fatores que atraíram a Eneva para o estado foi a segurança jurídica e o ambiente de negócios do estado. Outro fator que também ajudou na decisão da Eneva em investir no estado foi enxergar que Sergipe será a nova fronteira do óleo e gás do Brasil. A descoberta de que o estado vai produzir petróleo e vai ofertar 18 milhões de m³ de gás por dia fazem com que essa região mude de patamar. E o HUB Sergipe será um ponto extremamente estratégico dentro da malha integrada de transporte de gás no Brasil”, completou Lopes.

Oportunidades de negócios

A terceira exposição foi realizada pelo diretor comercial da Commit Gás para o estado de Sergipe e diretor técnico e comercial da Sergipe Gás S/A (Sergas), Álvaro Moraes, que apresentou as oportunidades de negócio a partir do HUB de Gás em Sergipe. A Commit Gás é uma das acionistas da Sergas.

“Esse é o momento de Sergipe. As oportunidades de negócio a partir do HUB de Gás fazem parte de um círculo que a gente entende como virtuoso, com ampla oferta que trará novos consumidores. O HUB Sergipe gerará maior oferta de gás natural, falando de gás onshore, gás offshore e de GNL (gás natural liquefeito). Todo o gás passando pelo HUB dará liquidez ao mercado e trará competitividade ao estado. E, além de levar o gás, o HUB Sergipe também vai proporcionar desenvolvimento e crescimento econômico ao interior do estado”, destacou Álvaro Moraes.

Conexão com rede de transporte

Sergipe dispõe do primeiro terminal privado de GNL (gás natural liquefeito) do país, com capacidade para regaseificação e injeção de grandes volumes de gás natural na rede de transporte. A Transportadora Associada de Gás (TAG), em parceria com a Eneva, está construindo um gasoduto de interligação do terminal à malha de transporte.

O novo gasoduto contará com uma capacidade de movimentação de 14 milhões de m³ de gás/dia, com 25 quilômetros de extensão e 24 polegadas de diâmetro, garantindo a segurança no suprimento de gás natural para Sergipe e toda a região Nordeste. A quarta exposição foi sobre esse tema, abordado pelo acionista da TAG e responsável pelas operações CDPQ na América Latina, Eduardo Farhat.

“Um projeto que temos muito carinho é a Conexão do Terminal de Sergipe, onde estamos investindo aproximadamente R$ 340 milhões. O projeto do gasoduto cruzará três municípios sergipanos – Barra dos Coqueiros, Santo Amaro das Brotas e Rosário do Catete – sendo a primeira conexão de um terminal privado com a rede de transporte brasileira. O nosso papel como investidor global é trazer eficiência econômica, promovendo a competitividade da molécula do gás, desenvolvimento, bem-estar e geração de renda. O início da operação está previsto para abril de 2024”, destacou o acionista da TAG, Eduardo Farhat.

Infraestrutura

Sergipe tem uma posição geográfica favorável para receber navios provenientes da Europa, Ásia e América do Norte, bem como para atender a nova fronteira agrícola do Brasil, a região do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia). Para isso, o estado dispõe do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB), institucionalmente configurado como “terminal privativo de uso misto”, situação que permite a prática de tarifas de mercado. O terminal é administrado e operado pela VLI Multimodal S.A. e a penúltima exposição foi feita pelo diretor de operações do Corredor Leste da VLI, Diego Zanella. 

Vista aérea do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB)
Vista aérea do Terminal Marítimo Inácio Barbosa (TMIB)/Foto: divulgação

“Temos todas as condições de atender às indústrias que quiserem se instalar no estado. O TMIB, carinhosamente chamado de Porto do Estado de Sergipe, faz parte do nosso Corredor Leste, que é um sistema logístico multimodal com grande intensidade de cargas. O TMIB está conectado à malha rodoviária, a pouco mais de 20 km da BR-101, o que é importante para fazermos as movimentações de carga com eficiência. O terminal tem um posicionamento geográfico muito favorável e oferece uma série de vantagens que tem despertado o interesse de diversas indústrias”, elencou Diego Zanella.

Uso intensivo do gás

A última apresentação foi realizada pelo diretor de Relações com Investidores da Unigel, Luiz Felipe Fustaino, que falou sobre os ‘Desafios da Produção Nacional de Fertilizantes e Experiências de Empreender em Sergipe’. A Unigel é uma das maiores petroquímicas do país. Em agosto de 2021, o grupo inaugurou a Unigel Agro SE, iniciando a produção de ureia em Sergipe, após arrendar a fábrica que antes ocupava a Fafen/SE, em Laranjeiras.

O Governo do Estado de Sergipe estimulou a viabilização da proposta da Unigel por meio dos incentivos oferecidos pelo Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI), sob responsabilidade da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Sergipe (Codise), além de outras ações do governo para retomada da planta. 

O diretor da Unigel destacou o uso intensivo do gás para produção de fertilizantes. “Em 2021, a Unigel fez um esforço para retomar a produção de fertilizantes em Camaçari (BA) e em Laranjeiras (SE). O gás natural é convertido em amônia e a Unigel tem a capacidade de produção de 80% da amônia do Brasil, que por sua vez pode ser transformada em fertilizantes, sendo a ureia o principal deles. Além de fertilizantes, a ureia também é usada na pecuária, na fabricação de MDF. Precisamos criar as condições para que o gás natural brasileiro seja competitivo, porque, sendo um país responsável e com arcabouço regulatório, sairá na frente de todos os outros países que produzem gás, como Rússia e Irã”, disse Fustaino.

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