Polo Automotivo Stellantis Goiana chega ao 8º ano com foco na descarbonização

Acompanhe esta série de três reportagens sobre os oito anos do Polo Automotivo Stellantis Goiana (PE) e confira como essa empresa global vem modificando a economia e a vida das pessoas ao seu redor. Nesta primeira reportagem, o leitor vai entender porque a montadora é estratégica para a economia de Pernambuco, assim como para centenas de funcionários, que encontraram nessa indústria um novo rumo para a vida profissional.
Polo Automotivo da Stellantis Goiana
Polo Automotivo da Stellantis Goiana: mudando a economia e a vida das pessoas/Foto: Arthur de Souza

O Polo Automotivo da Stellantis Goiana se aproxima da primeira década com a marca, atingida recentemente, de 1,5 milhão de veículos produzidos em Pernambuco, mais de 200 mil unidades exportadas e cinco modelos lançados de três marcas distintas: Jeep Renegade, Jeep Compass, Jeep Commander, Fiat Toro e a Ram Rampage. Esta última, chegou ao mercado em agosto passado. 

A nova picape é o primeiro modelo da marca RAM desenvolvido e concebido fora dos Estados Unidos. O projeto é 100% brasileiro e garantiu um motivo especial para as comemorações do oitavo aniversário do complexo. 

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“Esse marco de 1,5 milhão de unidades produzidas e o primeiro modelo RAM idealizado no Brasil são o resultado dos investimentos em inovação e tecnologia, e do esforço contínuo na qualificação de nossa mão-de-obra”, afirma o plant manager Jasson Azevedo. Ele ressalta que “esses são os diferenciais do Polo Automotivo Stellantis de Goiana”. 

“Esse sucesso nos estimula a continuar evoluindo na busca em excelência e qualidade, investindo no desenvolvimento de produtos, na melhoria de processos e, principalmente, nas pessoas”, acrescenta. 

A capacidade de produção do polo é de 280 mil veículos por ano. Além de abastecer o mercado nacional, o complexo da Stellantis exporta para a Argentina, Chile, Equador e México, entre outros países da América Latina.  

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Projeto bem-sucedido de desenvolvimento regional 

Prestes a ganhar ainda mais tração, com a entrada no mercado de híbridos, o Polo Automotivo Stellantis é um dos projetos de desenvolvimento regional mais bem-sucedidos do Brasil.  

O complexo está consolidado como um dos motores que impulsiona a economia de Pernambuco (incluindo o comércio exterior). Impacta particularmente a indústria de transformação no estado, com a produção de bens de alto valor agregado, a geração de 14,7 mil empregos no complexo (e 60 mil em toda a sua cadeia produtiva), além da atração de 38 fornecedores, dos quais 18 instalados no polo. 

Outra característica importante que confirma a sua importância estratégica para o Nordeste, particularmente Pernambuco, é o impacto tecnológico, graças ao processo de inovação aberto, com a integração do ecossistema de inovação local – capitaneado pelo Porto Digital (Recife) – à indústria automobilística mundial. 

Polo Automotivo Stellantis Goiana
Polo Automotivo da Stellantis Goiana: oito anos e 1,5 milhão de carros produzidos/Foto: Arthur de Souza

Polo automotivo global, com mão de obra local 

Em relação ao impacto do polo automotivo no mercado de trabalho, vale frisar a utilização predominante de mão-de-obra local e os investimentos em capacitação profissional realizados pela empresa nas comunidades das cidades vizinhas. Como resultado, 85% dos trabalhadores são pernambucanos, sendo que alguns deles tiveram suas vidas transformadas pelo complexo. 

É o caso do supervisor de Suspensão Leandro Oliveira, 32. Vindo de uma família de marisqueiros que morava em casa de barro, em Nova Cruz (Igarassu), Leandro faz parte de uma geração que, graças ao complexo Stellantis, rompeu com a tradição familiar e com o perfil de sua comunidade, antes predominantemente de pescadores e trabalhadores na indústria da cana-de-açúcar. 

Em 2014, ele realizou o sonho de entrar na área industrial, ao ser aprovado num processo seletivo da Stellantis Goiana. Com o novo emprego, deixou o comércio – onde atuava como vendedor de autopeças – passou por um treinamento na Stellantis Betim (MG), fez o curso superior de Logística e concluiu pós-graduação em Administração, Indústria e Produção. 

Stellantis
Leandro Oliveira, supervisor de Suspensão da Stellantis: mudança de vida/Foto: Arthur de Souza

Atualmente, o supervisor integra um programa de desenvolvimento de talentos da montadora, no qual está sendo preparado para uma trilha de carreira, em que o próximo passo é a posição de coordenador de turno. Com isso, vai deixar de comandar um time de 96 trabalhadores e assumir um desafio bem maior: a gestão de uma equipe com duas mil pessoas. 

Apesar do crescimento profissional, Leandro considera que uma das maiores conquistas da sua vida não é emprego, carreira ou salário, e sim algo bem mais simbólico em relação a sua história: ter podido construir uma casa de alvenaria para a família. Outro motivo de orgulho é ter como colega de trabalho a esposa Maria Alice e vizinhos que foram seus colegas de infância. 

Grandes mudanças na economia do Nordeste 

Um estudo concluído no final do ano passado pela consultoria Ceplan (Recife), destaca a relação do polo automotivo de Goiana com grandes mudanças que ocorreram na economia e mercado do trabalho do Nordeste nos anos mais recentes. 

Segundo a pesquisa, “o polo dialoga com alterações importantes na região, especialmente no setor secundário. Uma delas é a reviravolta que a região dá ao se inserir no mercado de energia do país, especialmente a energia limpa. A outra é o avanço da indústria de transformação nos estados nordestinos, passando a demandar profissionais especializados.” 

No caso de Pernambuco, o documento ressalta a atração de um bloco de investimentos, entre 2007 e 2014, de R$ 105 bilhões, grande parte dele na indústria de transformação e com um papel importante do polo automotivo nesse pacote. Esse valor corresponde a quase dois terços do PIB estadual em 2016 (R$ 167 bilhões, segundo a Agência Condepe/Fidem). 

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