O ministro dos Transportes, Renan Filho, disse, nesta terça-feira (12), que a retomada das obras do trecho pernambucano da Transnordestina pode ocorrer no próximo ano. “As obras estão andando no Ceará e no Piauí, onde temos quase 4 mil pessoas trabalhando para a construção dessa ferrovia agora. O Governo Federal entende, e o presidente Lula também, que não há estratégia para o desenvolvimento do Nordeste que não coloque o Estado de Pernambuco no centro dessa estratégia”, afirmou.
Renan Filho chegou a gravar um vídeo com as informações acima em conversa com o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (Fiepe), Bruno Veloso, na COP 29 que está ocorrendo em Baku, no Azerbaijão. O ministro chegou a citar os R$ 500 milhões previstos no Orçamento Geral da União (OGU) de 2024 para o ramal pernambucano da Transnordestina.
Ele informou também que o plano atual está sendo adaptado para atender uma nova lógica de investimento público. Ele também comentou que está aberto a novos debates e diálogos com a Fiepe sobre este assunto que também está sendo tratado com a governadora Raquel Lyra (PSDB) e o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho.
A intenção do governo federal é usar os recursos citados acima para a retomada das obras e desenhar uma futura PPP com uma empresa da iniciativa privada que assuma a construção do ramal e a futura operação do ramal pernambucano da ferrovia.
“Essa obra é fundamental para o desenvolvimento do Nordeste e de Pernambuco. Ficamos felizes em poder dar essa notícia ao setor industrial e ao povo pernambucano”, contou Bruno Veloso, argumentando que a Transnordestina Pernambucana pode fazer a interligação entre os Estados do Nordeste setentrional e servir para escoar a produção de setores que já existem – como por exemplo a avicultura – e outros que podem se consolidar, como a produção de minério de ferro no Sul do Piauí.
O que é a Ferrovia Transnordestina
Inicialmente, a Ferrovia Transnordestina é um ramal ferroviário com mais de 1.750 km, que ligava a cidade de Eliseu Martins, no Sul do Piauí, aos portos de Pecém, na Grande Fortaleza, e e Suape, em Pernambuco. Com obras iniciadas em 2006, o trecho pernambucano (Salgueiro-Suape) está abandonado desde 2016. Em setembro último, o governo federal contratou um consórcio para fazer o projeto executivo do trecho pernambucano. O ramal pernambucano foi retirado do projeto em 2022 a pedido da empresa que está à frente das obras, a TLSA.
Já o trecho cearense está em obras e teve a aprovação, recentemente, de R$ 3,6 bilhões do Fundo do Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) que serão liberados nos próximos três anos para a implantação deste trecho que está sendo realizado pela TLSA, uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). O Fundo foi criado para beneficiar projetos de todo o Nordeste, mas como tem um orçamento de R$ 1 bilhão a R$ 1,2 bilhão por ano, significa que nos próximos três anos os recursos do fundo vão beneficiar somente o trecho cearense da Transnordestina.
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