Ferrovia Transnordestina, do Ceará, vai gerar 1.300 empregos

As obras do trecho cearense vão ser concluídas no final de 2026 ou no começo de 2027
Avançam as obras da Ferrovia Transnordestina no Ceará, enquanto o trecho pernambucano continua paralisado. Foto: Transnordestina/Site do governo do Ceará

O trecho cearense da Ferrovia Transnordestina vai gerar 1.300 empregos nos lotes 4 e 5 que totalizam 101 km, passando pelos municípios de Acopiara, Piquet Carneiro e Quixeramobim, todas no Ceará. Esta parte da ferrovia vai custar R$ 1 bilhão. A expectativa é de que as obras comecem em março próximo. Também há a expectativa de que ocorra a geração de 2.500 empregos indiretos nas cidades onde ocorrerão as obras.

As obras dos lotes 4 e 5 incluem cinco milhões de metros cúbicos de movimento de terra, 11 viadutos , cinco pontes e todo o sistema de drenagem. A ordem de serviço dos lotes 4 e 5 foi assinada nesta terça-feira (23) em Fortaleza com as presenças do governador do Ceará, Elmano de Freitas;  do diretor-presidente da Transnordestina Logística SA (TLSA), Tufi Daher. A construtora que vai fazer a obra é a Marquise Infraestrutura, que já é responsável pela construção dos lotes 1, 2 e 3. 

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A Transnordestina que está em construção terá 1.206 km de extensão, sendo 608 km no Ceará.  Os trilhos vão passar por 53 municípios, começando na cidade de Eliseu Martins, no Piauí, depois tem um pequeno trecho em Pernambuco que segue até a cidade de Salgueiro. A partir desta cidade, a ferrovia segue para Missão Velha, onde começa uma reta que vai do Sertão cearense ao litoral, acabando no Porto de Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza. 

Ainda no Ceará, serão construídos três terminais pra dar suporte a movimentação da futura carga. Um deles será destinado aos grãos, e estará localizado na região entre Iguatu e Quixadá. A localização dos outros dois – um para combustíveis e outro para fertilizantes – ainda será definida pela empresa Transnordestina Logística S.A., que está à frente das obras. 

A grande carga que pode dar viabilidade econômica ao projeto é o minério de ferro do Sul do Piauí. Atualmente, este minério não é exportado, porque se for transportado por caminhões deixa de ser competitivo. Também poderão embarcar nos trilhos da futura ferrovia os grãos cultivados no Sul do Maranhão e Sul do Piauí. 

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“Nós temos um prognóstico de que vamos dobrar o volume de cargas no Porto do Pecém, e vamos ajudar muito várias cadeias produtivas no interior do Ceará. Com a Transnordestina vai vir milho e soja para os produtores de leite, de suíno, de aves. A Transnordestina cruza o sertão, entrando pelo Cariri, passando pelo Sertão Central e Maciço de Baturité, até chegar ao Porto do Pecém. Nosso polo calçadista também vai poder exportar”, disse o governador Elmano de Freitas (PT) durante a solenidade. 

Ainda de acordo com o governador, os investimentos no Ceará somarão R$ 6,5 bilhões e serão aportados mais R$ 2 bilhões no Porto do Pecém para construir a infraestrutura necessária no final da ferrovia e a movimentação de cargas que nascerá como consequência da ferrovia. Grande parte dos recursos a serem empregados são públicos. Recentemente, a Sudene liberou cerca de R$ 800 milhões para este trecho da ferrovia

A expectativa da TLSA é de o transporte experimental de grãos seja iniciado em 2025, levando o produto do interior do Piauí até a bacia leiteira cearense nos municípios de Quixeramobim e Piquet Carneiro. Entre o fim de 2026 e o começo de 2027, a ferrovia deve entrar em operação. 

Transnordestina- ferrovia Salgueiro-Suape
Existem cerca de 180 km de ferrovia que foram implantados no trecho Salgueiro-Suape. Foto: Angela Fernanda Belfort

Transnordestina pernambucana parada desde 2016

Iniciada no primeiro governo Lula em junho de 2006, as obras do projeto original da Ferrovia Transnordestina era composto por dois ramais a partir da cidade de Salgueiro, no Sertão de Pernambuco, sendo que um ramal seguiria para Pecém e o outro viria para o Porto de Suape, em Pernambuco. O trecho Salgueiro-Suape tem 548 km de extensão e está totalmente paralisado desde 2016 e tem cerca de 180 km implantados.  

Subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional, a TLSA construiu uma parte do trecho pernambucano e do cearense ao mesmo tempo e depois começou a abandonar a parte pernambucana do projeto. Até que em dezembro de 2022, a empresa assinou um termo aditivo devolvendo a parte pernambucana da concessão.

Na última visita que o presidente Lula fez a Pernambuco, o ministro dos Portos e Aeroportos, Sílvio Costa Filho, disse que o presidente Lula vai dar a ordem de serviço para o trecho pernambuco até setembro deste ano. Na mesma solenidade, também foi divulgado que o edital de contratação das obras será lançado em junho. No entanto, ainda não está definido se o empreendimento será uma Parceria Público Privada, uma concessão ou se será feita com recursos públicos.

No Orçamento Geral da União de 2024, está previsto R$ 450 milhões para o trecho pernambucano da obra. Isso é cerca de 10% dos recursos que são necessários para concluir a parte pernambucana da Ferrovia.

Para o desenvolvimento ocorrer de forma integrada no Nordeste é importante que os dois trechos da ferrovia sejam implantados, como defendem vários especialistas em desenvolvimento regional.

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