Antonio Filosa, presidente da Stellantis para América do Sul, anunciou na manhã desta terça-feira (31), o novo programa de industrialização da montadora, o Bioeletro. Trata-se da partida para um modelo hibrido elétrico a etanol fabricado no Brasil.
Filosa não deixou claro quando o modelo deve ser lançado, mas disse que o desenvolvimento começou no ano passado. Levando em consideração que um novo veículo leva de 18 a 24 meses para ser produzido, o veículo pode chegar ao mercado ainda em 2024. O programa é um compromisso da empresa com a descarbonização global das futuras frotas até 2030.
O presidente da Stellantis disse que toda tecnologia será desenvolvida no Brasil. “Não vamos importar kits da Ásia ou dos Estados Unidos”, ressaltou. “Vamos trazer tecnologia e fornecedores para o Brasil”, disse ressaltando que a Stellantis conta 1.500 engenheiros em Betim e outros 200 em Pernambuco e que todas as plantas, seja a de Betim (MG), de Goiana (PE) ou Porto Real (RJ), farão parte do projeto, embora o epicentro dessa inciativa fique concentrada em Minas Gerais. “Nosso índice de nacionalização é acima de 90%. Em Betim é de 95%”, ressaltou.
Dentro das parceiras estratégicas que a empresa está construindo em torno do projeto, destacam-se a universidades UFMG e PUC de Minas. Mas a Stellantis deve não só contratar mais profissionais para o projeto, como fará novas parceiras em todo país. “Vamos procurar competências fora de Minas, vamos buscá-la nos locais onde exista ciência relacionada ao etano”, disse.
Filosa destacou o papel do Brasil no cenário global da descarbonização. “O Brasil sai muito na frente, porque a sua matriz energética é limpa e o etanol limpa o CO2 da atmosfera. E se associamos eletricidade a isso e investimos mais em processos de reciclagem, ficará mais limpa ainda. Assim, com uso da tecnologia, o Brasil poderá liderar esse processo globalmente”, disse Filosa.
O presidente da Stellantis prevê que até 2025, a economia global deve se expandir e isso tem forte viés relacionado ao Brasil, por ser exportador de commodities. Ele está otimista com a América do Sul, analisando que o Brasil puxará o crescimento, seguido da Argentina e Chile. “Lógico que haverá volatilidade, mas a tendência é de crescimento e, em cada país, isso dependerá do arranjo político”.
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