Atualizado às 12h19m
O grupo pernambucano Conepar e a ICTSI Rio se juntaram e ofereceram uma proposta, de forma “conjunta e solidária”, no valor de R$ 450 milhões para adquirir a área da Unidade Produtiva Isolada da UPI Pré-constituída B, do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), que está em recuperação judicial. No próprio leilão de abertura das propostas que ocorreu na manhã desta quinta-feira (21), a proposta foi contestada pelo representante da APM Terminal, do Grupo Maersk, que já tinha oferecido R$ 300 milhões para adquirir a área. O Grupo APM Terminal terá um prazo de 3 dias para se manifestar.
A Maersk pode vencer, caso apresente uma proposta com um valor maior. A companhia já tem um projeto para a área e pretende instalar um novo terminal de contêineres, o que traria concorrência ao Tecon-Suape, do grupo ICTSI Rio, que opera com monopólio os contêineres desde 2001 no Porto de Suape.
Durante o leilão, não houve possibilidade de ocorrer lances orais do outro interesssado, que neste caso é o APM, por não haver proposta igual ou inferior em 5% a que tinha sido apresentada anteriormente.
No leilão, o representante da APM pediu para esse prazo transcorrer depois que o juiz de primeira instância apreciasse a participação da Conepar e ICTSI no processo de recuperação judicial que pretende vender os ativos do EAS. Ainda de acordo com o representante da APM, a Conepar não estava formalmente inscrita para participar do leilão. A APM também questionou a participação do consórcio formado pela Conepar-ICTSI argumentando que o edital não previa a participação de duas empresas em conjunto.
Também presentes ao leilão, os representantes da Conepar e ICTSI argumentaram que o edital que estabelecia as regras da comercialização dos ativos não vedava a participação das empresas de forma conjunta e informaram que desejam ver cumpridos os prazos estabelecidos no edital do leilão.
A empresa que vencer o leilão vai implantar um Terminal de Uso Privativo (TUP) para movimentar contêineres e terá isso de forma diferenciada pois a área está fora do porto organizado, o que significa que não terá concessões, tarifas ou padrões operacionais no padrão de quem faz parte do porto organizado, como é o caso do Tecon-Suape. Mesmo se vencer, o APM terá que estar em sintonia com o plano diretor de Suape.
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