O Nordeste deverá ser maioria no comando da Câmara Federal e Senado. Os parlamentares nordestinos terão protagonismo e assumirão alguns dos principais cargos das duas Casas Legislativas. As eleições no Congresso Nacional estão marcadas para este sábado (1º). Na primeira, que começará às 10h, os senadores vão às urnas. Mais tarde, às 16h, é a vez de os deputados elegerem a Mesa Diretora, que os comandará pelos próximos dois anos.
Dos quatro nomes certos no pleito do Senado, dois nomes são nordestinos: a 1ª Secretaria, uma espécie de prefeitura do Legislativo, será comandada por uma paraibana, Daniella Ribeiro (PSD). Já a segunda vice-presidência ficará com o pernambucano Humberto Costa (PT). Davi Alcolumbre (União-AP) deverá voltar à presidência, cargo que já ocupou entre 2019 e 20121. O 1ª vice será Eduardo Gomes (PL-TO).
Na Câmara, a hegemonia nordestina no comando da Casa será maior. A começar pelo presidente, o paraibano Hugo Motta (Republicanos), que teve a sua candidatura costurada pelo atual comandante Arthur Lira (PP-AL). Por ter a segunda maior bancada, o PT teve o direito de indicar o nome para o segundo cargo mais importante da Casa, a 1ª Secretaria, e o escolhido foi o pernambucano Carlos Veras (PT).
Entre as cinco funções mais importantes da Câmara, apenas a1ª vice-presidência não terá um parlamentar do Nordeste. Ficará com com Altineu Côrtes (PL-RJ). Ainda assumirão cargos importantes o baiano Elmar Nascimento (BA), que chegou a ser cotado para a presidência e será o 2º vice-presidente, e o pernambucano Lula da Fonte (PP), que assumirá a 2ª Secretaria.
Um nordestino que virou zebra em 2005
Até algumas horas antes das votações é possível alterar a composição, geralmente fechadas por acordo. Apesar de a composição seguir o tamanho das bancadas dos partidos ou dos blocos partidários, sempre há candidaturas avulsas, que entram como azarão e, por vezes, conseguem surpreender. Foi o que ocorreu em 2005. Nordestino e deputado do baixo clero da Câmara, o pernambucano Severino Cavalcanti aproveitou um racha no PT do então presidente Lula e chegou à presidência. Na mesma eleição, o também pernambucano Inocêncio Oliveira correu por fora e conquistou a 1ª Secretaria, impondo uma derrota dupla à base governista.
Na eleição do Senado, Alcolumbre é o franco favorito, mas outros nomes estarão na disputa, todos bolsonaristas de carteirinha: Marcos Ponte (PL-SP), Marcos do Val (Podemos-ES) e Eduardo Girão (Novo-CE). Assim como no Senado, Hugo Motta é o favorito, mas enfrentará o Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Marcel van Hattem (Novo-RS).
Para evitar surpresas como em 2025, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva exonerou 10 ministros, como normalmente ocorre, para que eles possam participar das eleições para presidente da Câmara dos Deputados e do Senado. Devem retornar aos cargos na segunda-feira (3).
Deixaram o Governo Lula:
Deputados federais:
- Alexandre Padilha (PT-SP), Relações Institucionais;
- André Fufuca (PP-MA), Esportes;
- Celso Sabino (União-PA), Turismo;
- Juscelino Filho (União-MA), Comunicações;
- Luiz Marinho (PT-SP), Trabalho;
- Paulo Teixeira (PT-SP), Desenvolvimento Agrário;
- Silvio Costa Filho (Republicanos-PE), Portos e Aeroportos.
Senadores:
- Camilo Santana (PT-CE), Educação;
- Carlos Fávaro (PSD-MT), Agricultura;
- Wellington Dias (PT-PI), Desenvolvimento Social
As novas composições do Senado e da Câmara serão conhecidas neste sábado e o Legislativo retoma os trabalhos na próxima segunda-feira (3), em uma sessão conjunta do Congresso Nacional.
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