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Lula e Raquel Lyra assinam termo para construção da Escola de Sargentos em PE

Lula reconheceu o trabalho feito pelos ativistas, principalmente, do Fórum Ambientalista de Aldeia, mas preferiu adotar o caminho de também enaltecer a preservação da área pelas Forças Armadas
Lula reconheceu o trabalho feito pelos ativistas, principalmente, do Fórum Ambientalista de Aldeia, mas preferiu adotar o caminho de também enaltecer a preservação da área pelas Forças Armadas. Foto: Ricardo Stuckert/ PR

Depois de muita polêmica, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a governadora Raquel Lyra (PSDB) assinaram um termo de compromisso para o início da construção da Escola de Sargentos em Pernambuco, nesta sexta-feira (19/1), na sede Comando Militar do Nordeste, no bairro do Curado, no Recife. Primeiro, Lula alertou que o empreendimento trará desenvolvimento ao Estado, com investimentos de R$1,8 bilhão e a geração de mais de 12 mil empregos diretos e outros 18 mil empregos indiretos. “A economia local nunca mais será a mesma”, disse o presidente. A Escola de Sargentos tem prazo de conclusão em 2034.

Lula reconheceu o trabalho feito pelos ativistas, principalmente, do Fórum Ambientalista de Aldeia, mas preferiu adotar o caminho de também enaltecer a preservação da área pelas Forças Armadas. 

“O que a gente tem que fazer, a gente de vez em quando precisa agradecer alguma coisa. Se não fosse o exército dessa área, ainda teria alguma árvore aqui ou já estaria tudo se transformado em caverna, em ocupação? Eu quero começar agradecendo as Forças Armadas Brasileiras, a preservação que vocês fizeram dessa área que vocês ocupam e, portanto, é muito importante. É muito importante que a gente reconheça isso, para a gente poder até discutir como fazer a Escola da melhor forma para derrubar o menos possível e plantar o máximo possível”, disse o presidente. 

O petista fez uma comparação com outros territórios do País, onde algumas áreas de preservação foram beneficiadas pela ação das Forças Armadas, como a Restinga da Marambaia, no Rio de Janeiro, onde passou o recesso de fim de ano.

“Eu fui a Marambaia na semana passada e eu fico pensando que se não fosse a Marinha em Marambaia, se não fosse a Marinha, aquilo teria virado um resort. Quem estava lá não era quilombola, quem estava lá não era pescador, quem estava lá eram os granfinos do mundo inteiro, fazendo casa, como em Camboriú (Santa Catarina), para fazer sombra dentro do mar e depois de tomar sol fora da praia, porque não consegue mais tomar sol na praia”, argumentou.

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Como a obra foi anunciada em 2021, no Governo Bolsonaro, Lula deixou claro que a permissão para construção do empreendimento combate uma prática nociva no Brasil: a descontinuidade das obras projetadas por administrações anteriores, além da costumeira praxe de cada governante requisitar a paternidade das obras. Mais do que qualquer outra pessoa, sabe que a polarização política extrema não favorece o crescimento do País.

“Eu sinceramente confesso que uma das desgraças do nosso país é a descontinuidade das obras públicas feitas nas prefeituras, nos estados e feita pela União. Ou seja, basta mudar de governo para que as obras sejam paralisadas, porque cada governante quer criar a sua marca. Cada governante quer deixar o seu legado. Não o legado para o povo, é o legado pessoal. Essa obra é minha, esse viaduto é meu, essa ponta é minha, essa ferrovia é minha, esse porto é meu”, esclareceu Lula.

No projeto inicial, havia a previsão do desmatamento de 180 hectares na Área de Proteção Ambiental (APA) Aldeia/Beberibe, mas após as rodadas de negociações, essa área ficou nos 90 hectares. O resultado final não foi bem recebido pelos ambientalistas, que se manifestaram ainda contra o projeto.

Segundo o presidente, a Escola de Sargentos vai abrigar  2 .200 alunos, 1.900 militares, instrutores e responsáveis pela operação do campus e 1.200 familiares dos estudantes. 

“Vamos reunir aqui na região metropolitana do Recife tudo o que hoje está sendo feito em 19 organizações militares em todo o Brasil. A nova escola de sargentos do Exército será uma das maiores de sua modalidade em todo o mundo. Este é um empreendimento capaz de mudar a vida das pessoas que mordem na região”, reforçou Lula.

Ministro

Pernambucanos: Lula (PT) e a governadora Raquel Lyra (PSDB) observam o ministro José Múcio (Defesa) assinar o termo de compromisso para construção da Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco. Foto: Miva Filho/ Secom

Já o ministro da Defesa, José Múcio, avisou que além das instalações militares, a Escola trata com a região no longo prazo obras de infraestrutura como ampliação e melhoria de vias de acesso, saneamento, energia elétrica, construção de imóveis residenciais, hospitalares, escolares, parques e áreas esportivas, por exemplo. 

“Somente a folha de pagamento dos militares injetará cerca de 200 milhões de reais por ano na economia local. O complexo contará com amplas e modernas estruturas esportivas, administrativas e de ensino. A construção e o funcionamento da escola vão gerar oportunidade de emprego para a sociedade local, além de valorização imobiliária regional, acesso a novos recursos, ampliação de comércio, oferta de escolas, rede hoteleira e diversas outras oportunidades para investimento”, disse Múcio.

Raquel Lyra

A governadora Raquel Lyra criou um Grupo de Trabalho que reuniu parte do secretariado do governo, representantes do Exército, a sociedade civil, a academia, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e o MPPE. Foto: Miva Filho/ Secom

Em maio de 2023, a governadora Raquel Lyra criou um Grupo de Trabalho que reuniu parte do secretariado do governo, representantes do Exército, a sociedade civil, a academia, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) e o Ministério Público de Pernambuco para que todas as partes envolvidas pudessem se debruçar sobre o projeto e dar suas contribuições. 

“A Escola de Sargentos do Brasil é resultado de um processo de diálogo entre o Governo de Pernambuco, Exército Brasileiro, entidades do meio ambiente e toda a sociedade. A construção dessa unidade vai garantir a geração de empregos, renda, oportunidade e esperança para os nossos jovens, que são fundamentais no combate à desigualdade regional. Além do ponto de vista econômico e social, temos garantido o pilar ambiental, pois o futuro dialoga com a sustentabilidade. Temos uma expectativa positiva de transformação com o início de um ciclo de muita prosperidade a partir dos investimentos que acontecerão aqui”, destacou Raquel Lyra. 

Alepe

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto, mais à esquerda da foto, esteve presente ao evento. Foto: Ascom/ Divugação

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto comemorou o anúncio da construção da Escola de Sargentos do Exército em Pernambuco. “A Escola de Sargentos é uma aquisição de grande importância para Pernambuco. É um investimento que vai injetar quase R$ 2 bilhões na economia, gerando 10 mil empregos diretos e outros 17 mil indiretos no Estado. Além disso, vai criar um ambiente de formação humana, com geração de conhecimento para 6,2 mil pessoas que vão residir numa Escola cuja folha de pagamento girará em torno de R$ 250 milhões por ano. Ou seja, trata-se de um empreendimento que trará oportunidades e desenvolvimento econômico e social para Pernambuco”, disse Álvaro Porto.

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