Rnest terá papel central na transição energética da Petrobras e vai produzir até H2V

Lula quer quer a Petrobras seja a maior produtora e consumidora de hidrogênio verde do Brasil e Jean Paul Prates defende protagonismo da Rnest neste processo
Lula e Prates querem Rnest com papel central na descarbonização da Petrobras
De olho no potencial de negócios da descarbonização, Lula e Prates afirmam que Rnest vai produzir biodiesel, metanol e H2V/Foto: Ricardo Stuckert (Presidência)

Construída na reta final da era do petróleo, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest) terá papel central na transição energética da Petrobras, segundo o Presidente da República Luís Inácio Lula da Silva e o presidente da companhia, Jean Paul Prates. Os dois participaram nesta quinta-feira da cerimônia de retomada das obras da unidade, localizada no Porto de Suape, a 40 km do Recife.

O Presidente Lula defendeu que a planta tenha protagonismo num cenário em que, segundo ele, a Petrobras será a maior produtora e consumidora de hidrogênio verde do país.

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“Vamos dizer o seguinte: esse país não quer ser exportador de hidrogênio verde. Quando você estiver produzindo hidrogênio verde em Pernambuco, quando estiver na Bahia, sabe quem vai comprar? A Petrobras”, afirmou.

“Vai comprar a Petrobras, porque ela vai ser uma grande consumidora de energia limpa e verde nesse país”, acrescentou.

Lula aproveitou para reforçar o convite aos investidores que quiserem instalar, no Brasil, negócios focados em descarbonização. “A siderúrgica quer produzir aço verde, venha para o Brasil. Quem quer produzir com a fábrica limpa venha para o Brasil”, disse.

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Prates: Rnest é a refinaria do futuro

“Essa é a refinaria de 100 anos. Essa é uma refinaria que não acaba com o petróleo. O petróleo pode acabar, mas a Rnest não acaba“, destacou o presidente da Petrobras.

“Nós estamos aqui ao mesmo tempo, praticamente reabrindo a possibilidade de produzir muito mais diesel brasileiro a partir de hidrocarbonetos, mas já com a possibilidade, de adaptar essa refinaria para o futuro”, assegurou o executivo.

Segundo Jean Paul Prates, “hoje o mais acessível para a população, o que menos dá trabalho e custa menos para a população consumir, ainda é o hidrocarboneto. Ainda é o derivado de petróleo, ainda é o derivado de gás. Mas essa refinaria vai produzir hidrogênio [verde]“, anunciou.

Ela vai produzir metanol [biocombustível], o combustível do futuro dos navios. Nós vamos ter uma unidade aqui. Essa refinaria vai, como eu disse, produzir diesel renovável a 100%, de origem vegetal”, acrescentou.

Prates frisou também que a Rnest “é a segunda maior refinaria da Petrobras e a mais moderna das Américas”. Sobre o timing de construção e finalização da planta – em plena transição energética – o presidente afirmou: “Quem estiver dizendo ah!, está recuperando a refinaria que não devia ter mais. Essa refinaria é feia, velha, é isso. Essa é a refinaria do futuro, da virada.”

Raquel, Lula e Prates descerraram a placa de retomada das obras da Rnest
Raquel Lyra, Lula e Jean Paul Prates no descerramento da placa comemorativa da retomada das obras da Rnest/Foto: Ricardo Stuckert (Presidência)

Rnest terá investimentos em biorefino e hidrogênio

Ao comemorar as obras de finalização da Rnest, o diretor de Processos Industriais da planta, Willian França, ressaltou: “nós vamos trabalhar também com investimentos pesados em transição energética, na sustentabilidade, com biorefino, com hidrogênio verde“.

“Estamos seguindo forte no refino na Petrobras, na linha da transição energética justa, crescendo, gerando empregos e empregabilidade para o nosso time, especialmente aqui no Nordeste”, completou.

O anúncio animou a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra, que tenta viabilizar no Porto de Suape uma plataforma global de produção, pesquisa e exportação na área de H2V. O estado briga pelo pioneirismo e liderança nacional no setor, numa guerra que envolve o Ceará, Bahia e Piauí. “O passo aqui hoje está dado numa indústria moderna [Rnest] que vai passar por transição energética no futuro”, avaliou.

O que é H2V e como ele é produzido?

O hidrogênio é uma matéria-prima que possui aplicação em diversos setores industriais, desde o segmento de alimentos até fertilizantes. Porém 96% da produção mundial hoje é resultante de métodos poluentes, gerando 830 milhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) por ano, o correspondente a 2% das emissões anuais de CO2 em todo o mundo.

Daí a necessidade crucial da descarbonização da cadeia do hidrogênio para a transição energética. O H2V é obtido através da eletrólise (quebra das moléculas por meio de eletricidade) da água ou etanol, entre outros produtos. A geração dessa eletricidade, bem como todo o processo produtivo, não pode emitir CO2, por isso as plantas eólicas, solares e outras fontes de energia limpa são vitais para essa indústria.

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