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Cristovão Wanderley: Como as buscas refletem nos interesses das pessoas?

Diante desse cenário digital e repleto de novas expectativas, o que as pessoas estão procurando? quais suas buscas.
Cristovão Wanderley
Cristovão Wanderley

Por Cristovão Wanderley*
“OK, Google”. Bastam duas palavras e já temos um algoritmo pronto para agir e combinar uma infinidade de dados, com o objetivo de oferecer a melhor resposta para sua pergunta ou responder ao seu comando. As buscas no digital tornaram-se tão cotidianas que não notamos o quanto elas mudaram a maneira como tiramos nossas dúvidas ou procuramos informações.

Muito mais do que uma ferramenta, o Google faz parte do nosso dia a dia 

Médico, professor, especialista, amigo, consultor e muito mais! O Google ultrapassou os âmbitos de uma simples ferramenta e se tornou uma referência diante de qualquer dúvida. Como chegar ao destino? Google. Como se escreve “Catar”? Google. Receita de estrogonofe? Google.

Naturalmente, a plataforma acaba conhecendo mais os nossos hábitos do que qualquer pessoa. Por isso ela é tão importante para ajudar as empresas a entenderem o que os seus clientes querem. A partir dessas informações, é possível traçar a melhor estratégia para se aproximar desses consumidores e ter recomendação dos buscadores quando eles procurarem a solução.

Diante desse cenário digital e repleto de novas expectativas, o que as pessoas estão procurando? O que podemos esperar dos seus novos comportamentos daqui pra frente? Para organizar essas ideias, separei alguns temas em tópicos ao longo deste artigo.

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1. Mudança de preocupações e prioridades

Os novos hábitos não estão relacionados só ao preço. As pessoas estão procurando entender o mundo ao seu redor, o impacto na economia, os possíveis riscos de novas pandemias e como cuidar do planeta.

Um levantamento feito pelo Think With Google mostrou que houve um aumento de mais de 50% na busca por “to save energy” ou “economizar energia” e cresceu em 211%, ano a ano, o interesse na busca pelo termo “inflação no Brasil”.

Diante dessas novas preocupações, é importante procurar oferecer valor para os clientes. Avaliações confiáveis e ofertas sustentáveis e acessíveis podem gerar fidelização e consideração em mercados cada vez mais concorridos.

2. Senso de comunidade muito mais forte

Os desafios que passamos ao longo dos últimos anos despertaram uma sensação de pertencimento que antes não era tão forte e os movimentos que apoiam diversidade e equidade ao redor do mundo ganharam mais apoio e até ações menores, por exemplo, dentro do seu próprio bairro, e seguem crescendo.

Em todo o ano, cresceram em 40% as buscas no Google em todo o mundo por “projeto comunitário” e em 55% as pesquisas pelo termo “como ajudar os estudantes”. Outro dado que gostei bastante de ver, apresentado pelo Think With Google, foi um aumento em mais de 50% nas buscas por “como ajudar os refugiados” no Brasil.

Em outras palavras, passaremos a enfrentar grandes problemas juntos e é importante que as marcas se adaptem a esse novo cenário. Mas como? Em primeiro lugar, acredito que falar menos e agir mais. A prioridade não é o discurso, mas as iniciativas das empresas em estarem alinhadas às práticas ESG e seguindo os KPIs estabelecidos para evidenciar seu propósito.

3. Formas saudáveis de se relacionar com o trabalho

Isso vem acontecendo muito nos últimos anos, e o Google mostra como as pessoas estão mais interessadas sobre esse estilo de vida e preocupadas com os riscos de não cuidar da saúde mental. Por exemplo, os dados do buscador mostram um crescimento de mais de 87%, ao longo de 2022, na busca por “burnout de trabalho” no país.

Esse interesse se manifesta na curiosidade. O Think With Google revelou um aumento de 135% na busca por “virtual reality and augmented reality” ou “realidade virtual e realidade aumentada” em diferentes países do mundo.

Portanto, é preciso olhar para os ambientes de trabalho e até para os pontos de contato e experiência híbridos para os clientes. Levar essa possibilidade em consideração é essencial para tornar a jornada de compra muito mais inclusiva, para pessoas com deficiência (PCDs) ou não.

Evolução e humanidade: o desenvolvimento humano aponta para um futuro mais inclusivo

E não sou só eu que digo isso. Há cerca de dois anos, uma equipe de especialistas do McKinsey Global Institute (MGI) lançou um projeto de pesquisa para analisar e acompanhar o estado do desenvolvimento humano em todo o mundo nos últimos 20 anos.

Para encontrar respostas, a equipe desenvolveu um novo conjunto de dados que dividiu o planeta em 40.000 microrregiões, uma visão 230 vezes mais granular do que a perspectiva de um país. No final, o que era para ser apenas um estudo sobre efeitos negativos, como o colapso na economia, a recessão no mercado de trabalho e os índices de crises na educação e na saúde, acabou surpreendendo a todos.

Buscas e comportamento

Sendo assim, a pesquisa acabou se transformando em um acompanhamento sobre expectativa de vida, inovação em tratamentos de saúde com medicina muito mais acessível, além da evolução em áreas importantes como inovação e tecnologia.

Tudo isso em lugares inimagináveis e que só foram encontrados graças ao levantamento da McKinsey. Inclusive, o projeto foi chamado de “Pixels of Progress”. Vale a pena conferir!

Notícias como essas nos levam a acreditar, mesmo em uma velocidade aquém do que imaginávamos, no que disse Lulu Santos: “assim caminha a humanidade, a passos de formiga e sem vontade”. Depois de grandes dificuldades, vemos um mundo mais humano. Tudo o que precisamos fazer é saber procurar. Concorda?

*Cristovão Wanderley é sócio-diretor da Stratlab e Especialista em Tecnologia e Dados

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