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Hegel Botinha: Como os estilos de liderança afetam o desempenho de uma empresa?

O estilo de liderança adotado por um gestor tem impacto direto na satisfação, motivação e engajamento de uma equipe.

Por Hegel Botinha*

Para alcançar uma boa gestão de equipes e conquistar resultados táticos, uma organização precisa contar com profissionais qualificados e engajados, o que, para cargos mais estratégicos, é ainda mais importante. Por isso, é essencial conhecer os diferentes estilos de liderança e identificar o mais compatível com a cultura organizacional adotada. Ao conhecer os tipos de líderes, se torna mais fácil construir equipes alinhadas entre si, bem como realizar programas de desenvolvimento mais efetivos. Afinal, o perfil comportamental e as habilidades pessoais influenciam muito nas relações e na maneira de trabalhar.

Hegel Botinha
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Os estilos de liderança foram definidos a partir de estudos sobre a personalidade e comportamentos. Para isso, têm como base diferentes vertentes de pesquisa, com destaque para a Teoria dos Traços de Personalidade. Tal teoria avalia os indivíduos a partir de suas características pessoais, entendendo seu perfil comportamental e nuances no trabalho. Desta forma, contribui para identificar líderes mais aderentes a cada time e organização.

Contudo, muitas outras metodologias e estudos embasam os conceitos de liderança e o processo de desenvolvimento desses profissionais. Daniel Goleman, na obra “Liderança: A inteligência emocional na formação do líder de sucesso”, afirma que “os estilos pessoais de ótimos líderes variam: alguns líderes são discretos e analíticos; outros bradam seus manifestos do alto das montanhas. E igualmente importante, diferentes situações requerem diferentes tipos de liderança.” Por isso, conhecer os principais tipos de líderes e como eles se portam é importante para a gestão de pessoas e processos.

O papel da liderança está em incentivar sua equipe, guiando os times para que alcancem os melhores resultados e desenvolvam suas hard e soft skills. A figura do líder também deve pensar estrategicamente, encontrar novas soluções e, junto à equipe, propor metas individuais e coletivas que ajudem a alcançar os objetivos de negócio. Por essa razão, tem forte influência no clima organizacional, na satisfação das pessoas, na busca pelo propósito e na promoção de um ambiente favorável à motivação dos profissionais. Tudo isso reforça a importância de investir em bons processos de contratação para cargos de liderança. Afinal, uma boa seleção vai impactar (muito) nos resultados da organização.

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O estilo de liderança adotado por um gestor tem impacto direto na satisfação, motivação e engajamento de uma equipe. A maneira como o líder se comunica, soluciona problemas e direciona demandas pode tanto inspirar as pessoas quanto afastá-las. Ou seja, antes de optar por um tipo de liderança é interessante entender qual é o perfil do time e como as ações da gestão irão repercutir nesse meio.

Entre os principais tipos de liderança organizacional está a liderança autocrática (a liderança no centro). Nela, toda a autoridade e tomada de decisões estão concentradas na figura do líder. Por isso, pessoas que desempenham esse tipo de liderança costumam participar de todas as etapas dos processos, acompanhando de perto a rotina de equipes e entregas. Na liderança liberal, os profissionais têm liberdade e autonomia para a tomada de decisões, individuais ou em equipe. Por exigir mais discernimento e segurança, costuma funcionar melhor em times mais experientes.

Com a liderança democrática (ou participativa) existe um equilíbrio entre as percepções da liderança e dos liderados na tomada de decisões, havendo espaço para diálogo. Para isso, o líder guia a equipe, mas conta com sua participação e sugestões na construção dos processos. Já a liderança coaching tem como foco o desempenho dos profissionais, colocando a performance e o desenvolvimento no centro. A liderança situacional é aquela em que o gestor adapta sua conduta de acordo com o contexto, a equipe e a necessidade vigente. Para tal, guiado por um modelo geral, o líder avalia seus colaboradores, motivações, maturidade e cultura do negócio.

A verdade é que o tipo de liderança mais adequado varia para cada equipe – ainda que a busca pela liderança democrática ou situacional seja uma tendência. É importante compreender a cultura da empresa, a rotina da equipe, os desafios vivenciados, a maturidade profissional dos colaboradores e o fluxo de demandas. Assim, a liderança pode adaptar sua postura, guiando de maneira eficiente. Com o apoio da tecnologia no RH, por meio de análises preditivas, é possível identificar se um líder é compatível com a equipe antes de sua contratação. É possível também verificar se candidatos a processos seletivos são compatíveis com a atual liderança do setor e com os colegas.

A partir do real entendimento do negócio e das pessoas que o compõem, a empresa conquista melhores resultados na liderança e gestão de pessoas. Mas vale ressaltar que lideranças eficazes costumam ser criativas, proativas, voltadas ao desenvolvimento e focadas em resultados, acreditando no trabalho em equipe e na construção conjunta.

O processo é longo e demanda aprendizado contínuo. Afinal, conhecer o estilo de liderança exige um bom nível de autoconhecimento e investimentos no desenvolvimento pessoal. Deste modo, cada indivíduo conhecerá suas habilidades, competências, reações, limites e formas de interagir e influenciar.

*Hegel Botinha é CEO e Head de Transformação Digital do Grupo Selpe, empresa especializada em consultoria em RH e atuante no mercado brasileiro há 57 anos.

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