O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu um inquérito para apurar denúncias graves envolvendo a fábrica da BYD, montadora chinesa de veículos elétricos, em Camaçari (BA). Entre as acusações estão agressões físicas, maus-tratos, condições insalubres e falta de equipamentos de proteção individual para trabalhadores.
As denúncias chegaram ao procurador Bernardo Guimarães, responsável pelo caso, após uma inspeção realizada em 11 de novembro no local onde a empresa instala sua linha de montagem. O MPT identificou irregularidades no ambiente de trabalho e informou que poderá exigir a assinatura de um Termo de Ajuste de Conduta (TAC) ou tomar medidas judiciais contra a empresa.
A BYD, que ocupa o antigo complexo da Ford na região, informou em nota que repudia os atos de violência e determinou o afastamento dos envolvidos, que seriam funcionários de empresas terceirizadas contratadas para a obra. A companhia afirmou ainda que acolheu as vítimas e garantiu que elas continuam trabalhando normalmente.
O MPT também solicitou que a BYD e outras três empresas terceirizadas apresentem documentos como contratos de trabalho, vistos de trabalhadores estrangeiros e planos de prevenção de acidentes. O órgão não descarta novas inspeções na unidade. “As informações levantadas até o momento indicam a necessidade de correções para garantir a saúde e a segurança dos empregados”, afirmou Guimarães.
A fábrica da BYD em Camaçari, que recebeu um investimento de R$ 5,5 bilhões, tem previsão de gerar mais de 20 mil empregos diretos e indiretos. A montadora declarou que reforçará a fiscalização das obras para assegurar o cumprimento das normas trabalhistas e o respeito aos profissionais.
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