Em ação de fiscalização da pesca predatória durante a piracema, realizada entre 16 e 21 de dezembro na Bacia do Rio São Francisco, em Alagoas e em Sergipe, agentes ambientais do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio da Polícia Federal, apreenderam 1.630 armadilhas ilegais, do tipo covo, utilizadas na captura ilegal de peixes e crustáceos, além de cerca de 4 mil camarões de água doce, resgatados ainda vivos, e mais de 1,2 tonelada de camarão de água salgada. Os agentes ainda recolheram três embarcações empregadas na pesca ilegal.
A piracema é o período em que diversas espécies nadam rio acima para desovar, fase cuja captura é restringida pela legislação. A pesca predatória nesse intervalo não só compromete a reprodução das espécies como ameaça à biodiversidade da Bacia do Rio São Francisco, um dos ecossistemas mais importantes do Brasil.
Na Operação Carrancas, foi verificado que os covos usados na captura ilegal foram construídos com materiais não regulamentados, como tela plástica e garrafas PET. “A erradicação de equipamentos ilegais e a promoção de práticas de pesca sustentável são essenciais para a saúde do Rio São Francisco”, explica Rivaldo Couto, superintendente do Ibama em Alagoas.
O rio, conhecido como “Velho Chico”, desempenha papel vital para o abastecimento hídrico, para a economia e para a cultura das comunidades da região. “Preservá-lo é preservar a biodiversidade, os modos de vida tradicionais e o futuro das próximas gerações”, disse.
Pesca predatória: camarões devolvidos ao habitat
Como resultado da ação fiscalizatória, o Ibama devolveu ao habitat os cerca de 4 mil camarões capturados com vida e doou, ao programa Mesa Brasil, do Serviço Social do Comércio (Sesc), todo o camarão de água salgada recuperado, para garantir seu aproveitamento sustentável e a destinação adequada.
O Ibama reforça seu compromisso com a fiscalização ambiental e com a busca de soluções que promovam o equilíbrio entre o uso sustentável dos recursos naturais e a conservação do meio ambiente. A colaboração entre as instituições federais e a sociedade civil é o caminho para garantir que o rio São Francisco seja mais saudável e produtivo.
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