Se Pernambuco tem o bolo de rolo e o bolo Souza Leão, Alagoas tem a pamonha e Bahia tem a moqueca e o acarajé como tesouros culinários estaduais, chegou a hora da Paraíba reconhecer o pastel de carne com açúcar como seu patrimônio cultural imaterial.
Este foi o argumento que o deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) usou para convencer seus pares a aprovar na terça-feira o Projeto de Lei 1.388/23. “Isso garante o fortalecimento econômico e turístico de cada um desses estados e na Paraíba também precisamos fortalecer a nossa cadeia produtiva”, disse o parlamentar.
Conhecido também como pastel de festa, a iguaria foi apontada pela cantora e vencedora do Big Brother Brasil 2020 Juliette Freire como a comida paraibana que mais gosta, dando projeção nacional ao estado para a massa frita recheada de carne e coberta de açúcar.
Na sua defesa do projeto, o deputado Tovar destacou que “essa combinação peculiar de carne e açúcar cria um sabor inigualável que cativa tanto os habitantes locais quanto os visitantes”.
A proposta foi protocolada em novembro do ano pasado. Agora aprovada na Assembleia Legislativa, vai agora para sanção do governador João Azevêdo (PSB). A deputada Cida Ramos (PT) preferiu se abster, argumentando que há outras comidas típicas paraibanas que mereciam a honraria, como comidas de tradição quilombola e indígenas.
Origem do pastel
De acordo com o site Museu do Açúcar e Doce, o pastel de festa é, na verdade, uma adaptação pernambucana da pastilla ou bisteyaa, como são conhecidos os pastéis de massa filo e recheados com carne de pombo que, depois de assados, recebem açúcar pulverizado.
Em Pernambuco, usa-se massa caseira ou folhada para preparar a iguaria, que é recheada com carne de boi, porco ou galinha. Há uma história que destaca que o pastel de festa surgiu em uma celebração de fim de ano, como uma forma de aproveitar as sobras de um pernil. Juliette também aprovaria.
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