Aliança Global dos Biocombustíveis tem lançamento no encontro do G-20, na Índia

Além de gerar emprego e renda em vários países, a produção de biocombustíveis pode ajudar as nações a cumprirem as metas de descarbonização
Lula e o presidente americano, Joe Biden, estão liderando junto com a Índia o lançamento da Aliança Global dos Biocombustíveis que ocorre nestes sábado (09) no G-20 em Nova Déli. Foto: Ricardo Stuckert/Presidência da República

A Aliança Global dos Biocombustíveis (GBA, na sigla em inglês) será lançada, neste sábado às 17 horas em Nova Déli, na Índia, dentro da programação da 18ª cúpula do G-20. Devem participar do ato de lançamento o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, os presidentes americano, Joe Biden, e o brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Brasil e os Estados Unidos são os maiores produtores de etanol do planeta. A intenção da Aliança é induzir a descarbonização do mercado de combustíveis e criar uma commodity sustentável.

“Isso vai gerar uma internacionalização do etanol associada a uma constatação internacional de melhoria do meio ambiente, geração de renda em vários países. É o início da consolidação de uma plataforma onde o etanol vai competir de forma mais firme com a gasolina”, afirma o presidente do Sindicato da Indústria do Açúcar e do Álcool de Pernambuco (Sindaçúcar-PE), Renato Cunha.

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O objetivo da aliança é ajudar os países, especialmente os do Sul Global, a ter uma energia sustentável e contribuir para o combate ao aquecimento global. A iniciativa também vai tentar equilibrar o preço do açúcar no mercado mundial. Os dois maiores produtores de açúcar são o Brasil e a Índia.

Inicialmente, a aliança tinha três países: Índia, Brasil e Estados Unidos. Atualmente, são 19 e a expectativa é de que a Aliança alcance mais de 100 países. Entre os três países que lideram a Aliança cada um tem o seu interesse. A Índia tem um grande potencial para se tornar uma grande produtora de etanol e procura soluções para descarbonizar a sua economia. Lá cerca de 80% da matriz energética indiana vem do carvão, que emite carbono. As grandes cidades indianas sofrem muito com as emissões de carbono – que além de provocar o aquecimento global – também deixa a qualidade do ar ruim para os humanos.

O interesse do Brasil está na ampliação do mercado do etanol para os produtores de cana-de-açúcar e também em dar continuidade ao mercado de motores flex. No País, pelo menos duas montadoras já anunciaram que vão desenvolver seus carros elétricos gradualmente combinando o aumento da eletrificação dos seus veículos com o uso do etanol.

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Maior produtor de etanol de milho no planeta, os Estados Unidos participam da aliança com interesse de que seja incluído nela o Sustainable Aviation Fuel (SAF), o biocombustível que vai substituir o querosene de aviação de origem fóssil. O SAF ainda não existe, mas pesquisas estão sendo feitas e o mercado deste biocombustível é muito promissor. Há um consenso de que o setor aéreo só vai conseguir diminuir as emissões se tiver um biocombustível que possa substituir o atual (de origem fóssil).

Saiba mais sobre o G-20

Além dos representantes dos países já citados acima, o G_20 vai reunir os chefes de Estado de países como Emirabos Árabes, Itália, Canadá, África do Sul, Argentina, Bangladesh, Paraguai, Uganda, Ilhas Maurício e Seychelles. O G-20 é formado pelas 19 nações mais ricas do mundo e a União Europeia.

A presidência atual do G-20 está com a Índia. A partir de 1º de dezembro, a presidência passará a ser exercida pelo Brasil, que ficará à frente do grupo até o fim de 2024. A próxima cúpula vai ocorrer nos dias 18 e 19 de novembro do próximo ano.

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