Por Kleber Nunes
A composição societária da Companhia Pernambucana de Gás (Copergas) vai mudar nos próximos meses, o que deve mexer com o setor. Praticamente uma parte das ações da estatal (24,5%) pertencente à Gaspetro está à venda, após o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovar a compra da fatia de 51% da Petrobras na subsidiária pela Compass, do grupo Cosan.
De acordo com as regras do mercado, o Governo de Pernambuco tem prioridade na compra até o início do mês de agosto. Detentor de 51% das ações da Copergas, o Estado não deve ter interesse pela cota da Gaspetro. A transação pode ser feita pela Mitsui Óleo e Gás, que detém hoje 24,5% do controle da estatal. Após o fim de 30 dias, prazo dado ao governo, a empresa japonesa tem 90 dias para decidir pela aquisição, do contrário os títulos vão a leilão.
Fontes ouvidas pelo Movimento Econômico afirmaram, em reserva, que só nos últimos quatro meses, executivos da Mitsui estiveram pelo menos três vezes reunidos com dirigentes da Copergás. Para elas, essa movimentação sinaliza o interesse da empresa em controlar os 49% da companhia.
Há quase 30 anos, a Copergas é responsável pela odorização, canalização e distribuição do gás natural em Pernambuco. A empresa atende aos mercados industrial, residencial, comercial, veicular, de cogeração de energia e à Refinaria Abreu e Lima. Segundo o Governo do Estado, o volume total médio de gás natural distribuído pela Copergás chegou a 4,53 milhões m³/dia em 2021, o que a coloca como uma das quatro maiores concessionárias estaduais do Brasil.
Também em 2021, a estatal obteve um faturamento de R$ 2,16 bilhões, com lucro líquido de R$ 194,93 milhões e investimento de R$ 54,3 milhões.
Conforme reportagem publicada no jornal Valor Econômico, a mudança prevista na estrutura societária da Copergas faz parte de um acordo entre a Compass e a Mitsui. A empresa do grupo Cosan se comprometeu com a venda de até 12 das 18 distribuidoras estaduais em que passa a ter participação indireta. Desse montante, 11 estão nas regiões Norte e Nordeste.
Alguns diretores ligados à Petrobras começam a entrega os cargos, como é o caso de Fabrício Bomtempo, diretor técnico comercial da Copergás.
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