A abertura das propostas para escolher as empresas interessadas em fazer os projetos básicos e executivos do trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina – que liga Salgueiro ao Porto de Suape – está prevista para ocorrer nesta segunda-feira (20) às 10h. Um dia depois, na terça-feira (21), vai ocorrer o evento “Infraestrutura, Transnordestina e desenvolvimento regional” a ser realizado pelo Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Pernambuco (Crea-PE) em parceria com a Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe) às 19h na Casa da Indústria, em Santo Amaro.
As empresas interessadas em participar da concorrência poderão se inscrever até um pouco antes da licitação ser iniciada pela plataforma do Banco do Brasil (licitações-e). As obras do trecho pernambucano foram iniciadas em 2006 e estão paralisadas desde 2016.
A grande crítica do setor produtivo é que ainda estão sendo contratados os projetos executivos e básicos da uma obra que teve o seu início realizado há 18 anos e que é fundamental para melhorar a logística – e a competividade- de vários setores produtivos em Pernambuco e Estados vizinhos.
O projeto original da Transnordestina começava em Eliseu Martins, no Sul do Piauí, seguia até Salgueiro, no Sertão de Pernambuco e a partir desta cidades se dividia em dois ramais, um que iria até o Porto de Pecém, na Grande Fortaleza, e o outro acabava no Porto de Suape, na Região Metropolitana do Recife.
Em 2022, a empresa que está à frente das obras, a TLSA – uma subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) – devolveu o trecho pernambucana da ferrovia, que faz parte de uma concessão feita pelo governo federal em 1997. A parte cearense do empreendimento teve as obras retomada com o financiamento de instrumentos regionais, como o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) administrado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
Com a liderança do Crea-PE, foi criado o movimento “Transnordestina Já”, em 2023, reunindo entidades civis, como a Fiepe, Sindicato da Construção Civil de Pernambuco (Sinduscon-PE), Sindicato Nacional das Empresas de Arquitetura e Engenharia Consultiva (Sinaenco), Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas (FCDL), Federação do Comércio de Pernambuco (Fecomércio) e a Consultoria TGI, o Sindicato dos Engenheiros de Pernambuco (Senge) e do Sindicato dos Petroleiros.
Para terminar a parte pernambucana da ferrovia, é estimado um valor de R$ 5 bilhões. Até agora, o governo federal destinou R$ 450 milhões para este trecho da ferrovia no Orçamento Geral da União (OGU) deste ano, o que é menos que 10% do valor necessário à conclusão. Nem o governo federal nem a administração estadual informam qual será a engenharia financeira para a retomada deste trecho.
A Transnordestina e o evento
O evento sobre o trecho pernambucano da Ferrovia Transnordestina marca a reestreia do projeto Crea Convida em 2024 e terá como palestrante o superintendente da Sudene, Danilo Cabral. O encontro é aberto ao público e será no auditório da Fiepe, a partir das 19h. Para participar, é preciso se inscrever no link: https://bit.ly/3WCF2eF
A palestra terá a mediação do engenheiro civil e doutor em Engenharia Civil Carlos Calado. Como debatedores, o evento contará com o engenheiro civil e professor Maurício Pina e o engenheiro de produção e consultor em logística Marcílio Campos. Os presidentes do Crea-PE, Adriano Lucena, e da Fiepe, Ricardo Essinger, farão a abertura do encontro.
O presidente do Crea-PE, Adriano Lucena, considera a ferrovia Transnordestina, obra fundamental para além de Pernambuco. “A Transnordestina é importante não só porque ela gera empregos ou barateia o transporte, facilitando a vida de milhões de pessoas. O projeto estimula a viabilidade econômica na logística, a empregabilidade e o desenvolvimento sustentável de Pernambuco, do Nordeste e do Brasil”, argumenta Lucena.
*Com informações do Crea-PE
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