
O deputado federal Pedro Campos (PSB-PE) disse, nesta segunda-feira (22), estar preocupado com a situação da Ferrovia Transnordestina, no trecho Salgueiro-Suape, por estar vendo as ferrovias que estão em andamento como, o trecho da Transnordestina que vai para Pecém e a Ferrovia de Integração Oeste Leste (Fiol) – entre Ilhéus (BA) e Figueirópolis (TO), estarem consumindo grande parte dos recursos do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE). O fundo financia parte dos investimentos em infraestrutura na região.
O parlamentar se pronunciou durante evento promovido pela Fercomércio-PE, para anunciar novos investimentos em Pernambuco. Pedro Campos disse que “isso pode atrapalhar” o processo de captação/concessão para o trecho pernambucano da Transnordestina, porque não vai ter lastro público para dar esse empréstimo a empresa privada que queira fazer este investimento.
Segundo Pedro Campos, quando se fecha uma concessão ou uma Parceria Público-Privada deste tipo é preciso um capital público, mesmo que seja oneroso, captando recursos do FDNE – ou de fundos nacionais como o do setor ferroviário – para emprestar a empresa que vai ganhar a concessão.
Em 2023, o FDNE destinou R$ 811 milhões para serem empregados no trecho cearense da Ferrovia Transnodestina com recursos autorizados em novembro, segundo o site do ministério da Integração e Desenvolvimento Regional.
O projeto da Ferrovia Transnordestina começa no Sul do Piauí, no Sul do Piauí, e seguia até o município pernambucano de Salgueiro, se dividindo depois em dois ramais: um que seguia para o Porto de Pecém, nas imediações de Fortaleza, e o outro chegaria até Suape. Em 2022, o trecho pernambucano foi retirado do contrato da concessão pelo governo do presidente Bolsonaro e até hoje não se encontrou uma solução para fazer o trecho pernambucano ser retomado.
Trecho pernambucano da Transnordestina
Paralisado desde 2016, o trecho pernambucano da Transnordestina tem 548 quilômetros, ligando Salgueiro a Suape. Para este ano, há uma previsão de que o empreendimento receba R$ 500 milhões que aparecem no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do atual governo. “O governo Lula tem o compromisso de investir neste trecho. Estes R$ 500 milhões é uma sinalização importante de que este trecho não vai ser abandonado, mas é preciso fazer uma estruturação para conseguir os R$ 4,5 bilhões que restam para finalizar a obra”, diz Pedro Campos.
Os estudos para a retomada do trecho pernambucano estão sendo conduzidos pela estatal Infra. Não foi divulgado quando os mesmos serão concluídos. O trecho pernambucano tem 180 quilômetros construídos e a estimativa era de que poderia ser concluído com R$ 5 bilhões.
Pedro foi um dos parlamentares que receberam a Agenda Estadual do Comércio 2024. “É importante debater com o setor de comércio e turismo. É fundamental este dialogo com o setor como um todo”, disse o parlamentar. Na ocasião, ele também falou que é importante “fortalecer” a PE-60, que é fundamental para o setor de turismo no Estado. A rodovia citada corta as praias do Litoral Sul pernambucano.
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