“Minha missão é a integração dos portos”, diz Roberto Gusmão

Em conversa com o Movimento Econômico, Roberto Gusmão antecipou que vai atuar para consolidar os portos satélites.

Roberto Gusmão amplia sua missão, agora à frente dos portos nacionais/foto: Divulgação Suape

O engenheiro e empresário pernambucano Roberto Gusmão deve ser nomeado nesta sexta-feira (13) secretário-executivo do Ministério de Portos e Aeroportos. Avesso a celebrações, Gusmão pretende começar a trabalhar de imediato para executar o que considera sua principal missão: promover a integração de portos regionais, reforçando alguns deles como estruturas satélites dos atracadouros que são hub regionais, a exemplo de Suape, do qual foi presidente nos últimos dois anos.

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O trabalho que Roberto Gusmão realizou no Complexo Industrial Portuário de Suape lhe conferiu as credenciais para o cargo que passou a ocupar. A atração de grandes investimentos para o complexo e o relacionamento que estabeleceu com armadores e operadores portuários globais chancelaram sua indicação.

Em conversa com o Movimento Econômico, Roberto Gusmão antecipou que vai atuar para que portos consolidados como Recife, Maceió, Cabedelo e Natal, por exemplo, passem a funcionar como estruturas satélites de hub portos, a exemplo de Pecém (CE), Suape (PE), Itaqui (MA). Fará isso não só no Nordeste, mas em todo País. “Tem que ter integração para facilitar a logística. Veja o caso de Pernambuco, não é possível que não se use o Porto do Recife para receber os insumos destinados ao polo cervejeiro do estado. Recife fica 40 km mais perto do polo que Suape”, comenta.

Gusmão também revela que o ministério pretende desenvolver ações para que os portos satélites possam se integrar às cidades, tornando-se atrativos para empreendimentos na área imobiliária. “Na visão do ministro Márcio França é importante que sejam desenvolvidas ações dessa natureza, tanto promovendo a capacitação de pessoas, para que possam, por exemplo, embarcar em trabalhos de cruzeiros, como em infraestrutura eficiente para receber o turista”.

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Hidrovias

Outro ponto importante que sua secretaria deve tratar na logística nacional são as hidrovias. O ministro da pasta, Márcio França, negocia para incluir no seu ministério esse modal, que estava sob gestão da extinta pasta de Infraestrutura, desmembrada em dois ministérios, no de Portos e Aeroportos e no de Transportes.

Sendo parte do Ministério de Portos e Aeroportos, as hidrovias poderiam receber uma gestão integrada quando observadas sob o prisma portuário, uma vez que os portos fluviais estão sob gestão do ministério comandado por Márcio França.

Com a criação da pasta da Pesca e Aquicultura, esse aspecto da gestão dos cursos d’água ganha mais relevância. O governo Lula quer dar atenção à pesca artesanal e ampliar a infraestrutura de pequenos atracadouros para beneficiar essa atividade. Desta forma, a gestão do ministério do qual Gusmão faz parte terá que se preocupar não só em atender às grandes embarcações, mas também às pequenas, que dão sustento familiar.

PPP dos portos

“Uma das prioridades do governo é voltar a investir em portos públicos. Vamos ter que readequar coisas importantes, como dragagens e ações de infraestrutura”, diz Gusmão. E neste sentido, ganhará força as Parcerias Público Privadas (PPP). “Não queremos limitar investimentos e vamos criar todo tipo de parceria privada. E fazer captação financeira, como fizemos em Suape”, avisa.

Na parte aeroviária, o governo deve revisar situações pendentes, a exemplo do Aeroporto do Galeão, e ampliar a aviação regional. O caso do Aeroporto do Galeão chama atenção. Em fevereiro do ano passado, a RIOGaleão, atual concessionária do aeroporto, pediu à União para devolver a administração ao poder público. A companhia alegou que a crise econômica reduziu o movimento de passageiros e a pandemia agravou a situação, tornando a permanência da concessionária insustentável. Em agosto do mesmo ano, o então presidente Jair Bolsonaro (PL) assinou decreto permitindo que o Galeão fosse relicitado. A previsão de novo leilão ficou para o segundo semestre de 2023.

“Estamos desenhando as estratégias, para definir onde e como as prioridades serão alocadas. Temos muito trabalho pela frente”, disse.

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