O CISSA – Centro Integrado de Segurança em Sistemas Avançados, que começou a funcionar no ano passado no Recife, está em busca de profissionais para atuar em uma das áreas mais promissoras e críticas do mercado de tecnologia: cibersegurança. Liderado pelo Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (CESAR), o centro, que está em operação no Moinho do Recife Antigo e conta com investimento de R$ 60 milhões da Embrapii, tem como objetivo transformar a capital pernambucana em uma referência nacional e internacional no setor.
O centro está em fase de recrutamento ativo de pesquisadores, incluindo profissionais estrangeiros, por meio do modelo de professores visitantes. Também há oportunidades para talentos brasileiros que desejam atuar em um ambiente de inovação avançada e colaborar com o desenvolvimento de soluções estratégicas de proteção digital.
A carreira em cibersegurança é uma das mais promissoras do setor de tecnologia e oferece altos salários, superiores até mesmo aos de especialistas em inteligência artificial e ciência de dados. Segundo Eduardo Peixoto, CEO do CESAR, o mercado ainda não despertou completamente para a crescente demanda por profissionais de cibersegurança, hoje uma das áreas com maior escassez de mão de obra qualificada no mundo.
“Os salários estão entre os mais altos do setor de tecnologia, superando inclusive áreas como inteligência artificial e ciência de dados. Mesmo assim, poucos estudantes se direcionam para esse campo”, alerta Peixoto. “A gente precisa mudar isso, estruturando caminhos de capacitação e inovação desde a base”, afirma.
A demanda é crescente, especialmente em bancos, hospitais, sistemas de energia, transporte e telecomunicações — setores onde a proteção contra ataques digitais tem se tornado crucial.
No CISSA, os profissionais atuarão em três frentes: pesquisa aplicada, formação técnica especializada e fomento ao empreendedorismo, com foco na criação de novas startups e soluções inovadoras. O centro adota um modelo de associação corporativa, permitindo que empresas definam, em conselho, as linhas de pesquisa prioritárias. Já fazem parte da iniciativa a FEBRABAN e dois grandes bancos em processo de adesão, além de uma multinacional global em fase final de negociação.
Além do ambiente altamente qualificado, o CISSA oferece a oportunidade de trabalhar em rede com centros internacionais de excelência. “A segurança digital não tem fronteiras. A cooperação global é essencial para acompanharmos os avanços de áreas como inteligência artificial e computação quântica, que já estão mudando o cenário de ameaças digitais”, explica Peixoto.
Georgia Barbosa, gerente executiva do CISSA, diz que o centro tem como foco principal a pesquisa aplicada, direcionada a problemas de setores ou da sociedade. São quatro áreas de atuação: gestão de identidade e acesso; proteção e privacidade de dados; inteligência para ameaças cibernéticas; e aspectos legais, éticos e comportamentais.
Um ponto interessante é que os R$ 60 milhões recebidos pelo CISSA são originários dos programas prioritários do governo e, por isso, não podem ser usados para resolver o problema de uma empresa específica. “Assim, os projetos a serem desenvolvidos são projetos estruturantes, de criação de tecnologias, onde o nível de maturidade daquela tecnologia ainda está na prova de conceito”, explica Georgia.
O CISSA se dedica ainda à qualificação de capital humano. “Não atuamos só em cima de pesquisa, mas também na preparação de pessoas. Isso envolve não apenas a formação dos pesquisadores do CISSA, mas também um arcabouço de bolsas para alunos, desde a iniciação científica, passando pelo mestrado, doutorado e pós-doc”, comenta. No próximo semestre, o CISSA vai lançar uma formação de extensão para empreendedores em cibersegurança.
Os interessados em fazer parte do CISSA devem ter interesse em pesquisa, mas com um olhar para o mercado. Os currículos devem ser enviados pelo site do CESAR: https://www.cesar.org.br/trabalhe-com-a-gente.
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