Estudo de Viabilidade Ambiental, a chave para destravar projetos

Muitos empreendimentos, principalmente no mercado de loteamento, são negados pelo poder público por um erro básico na realização do projeto: a ausência do Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA).
Loteamento
Imagem: pixabay

Muitos empreendimentos, principalmente no mercado de loteamento, são negados pelo poder público por um erro básico na realização do projeto: a ausência do Estudo de Viabilidade Ambiental (EVA). Assim como o levantamento topográfico, o EVA deve estar entre os primeiros passos do projeto.

É ele que vai identificar se a área tem nascentes, se tem árvores protegidas, ou ameaçadas de extinção, enfim, se o projeto atende às determinações da legislação ambiental local. Esse trabalho tem que ser feito por um especialista da área ambiental.

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“Da mesma maneira que um estudo de viabilidade econômica é fundamental para um empreendimento, um estudo de viabilidade ambiental deve ser contratado na fase preliminar, antes mesmo de se pensar ou conceber um projeto”, explica o consultor, especialista em planejamento e gerenciamento ambiental, Mauro Buarque, diretor da Método Ambiental, empresa com sede em Recife.

Buarque explica que o EVA faz um breve perfil da área, apontando as restrições legais e, muitas vezes, sinalizando para a importância de outros estudos iniciais, como um inventário florestal, sondagem de solo, ruído, fauna, entre outros. “Quando há um projeto de negócio pré-concebido, e só depois vem a execução do EVA, na maioria das vezes são necessários ajustes, o que pode implicar em mais custos. Daí a sua importância ainda na fase inicial. Também acontece de a consultoria contraindicar o projeto naquele local, ou mesmo não recomendar sequer a aquisição do terreno”, afirma.

“O EVA é fundamental para que o projeto não bata na trave de um órgão ambiental. Porque ele vai analisar a legislação municipal, estadual e federal e fazer as correções necessárias para que esse projeto possa ser aprovado”, completa Fernando de Barros, diretor Master Ambiental, com sede em Londrina.

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“Cada município tem sua legislação. Tem locais onde há certas peculiaridades. Estive recentemente em Guapé (MG), para ajudar a liberar um projeto que não tinha o EVA. Ali, a Lei Orgânica diz que não se pode cortar árvores a 200 metros de uma nascente. Nunca vi isso, mas ali é assim e sem o estudo não tem como saber”, explica Barros.

Evolução

No entanto, tem crescido, segundo Mauro Buarque, a consciência em torno do assunto. Com mais de duas décadas de atuação, a sua empresa Método Ambiental viu, nos últimos três anos, o EVA se tornar o carro-chefe do portfólio. Segundo Mauro Buarque, essa procura alta por estudos prévios nas empresas sinaliza a consolidação de um trabalho que vem se tornando estratégico para empresários e empreendedores em geral, de Pernambuco e de outros estados.

 “Temos sido demandados na fase de preconcepção de um projeto ou empreendimento, quando alocamos toda a nossa expertise para ajudar a delinear o projeto dentro da legalidade ambiental e sobretudo trazendo ativos ambientais aos produtos que levam nosso DNA”, dispara Buarque. “Não basta possuir a anuência de instalação, o olhar ambiental hoje pode agregar desde um aproveitamento de flora nativa até um licenciamento mais fluido, que pode seguir mais célere e de forma técnica, uma vez que não costuma haver retrabalho de desenho de projetos para adequação à legislação ambiental e urbanística”, acrescenta.

A CEO da Iron House – empresa do Grupo Cornélio Brennand com foco em desenvolvimento, investimento e gestão de ativos imobiliários -, Leticia Simonetti, diz que o Estudo de Viabilidade Ambiental é muito importante no desenvolvimento de empreendimentos pela empresa. “Esse estudo preliminar direciona a concepção inicial de um projeto permitindo que todo o processo de desenvolvimento flua de forma mais rápida e objetiva”, pontua. Letícia ainda destaca que, através de um EVA, os recursos ambientais podem ser incorporados aos projetos no momento de sua idealização.

O Grupo Rio Ave, do ramo de construção de edifícios residenciais e empresariais de alto padrão no Recife, também aposta nos estudos preliminares para uma definição mais precisa dos investimentos, entre eles o Estudo de Viabilidade Ambiental. “O EVA sinaliza preliminarmente a viabilidade ou não de um empreendimento e é por isso que ele, historicamente, está entre os estudos que têm importância fundamental nos nossos projetos, independentemente de limites geográficos”, afirma a advogada do Grupo, Carla Taveira.   

Mauro Buarque diz que, quando há a contratação para um EVA, em geral, os empresários seguem com a consultoria estratégica, o que acaba impactando positivamente em todo o processo de licenciamento, de forma mais técnica e profissional, e até mesmo após a licença de operação, uma vez que a questão ambiental passa a ser incorporada de forma profissional nesses empreendimentos.

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