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Empreendedorismo ajuda mulheres a superar desafios do mercado de trabalho

Pesquisa recente do Datafolha mostra que a taxa de mulheres assalariadas apresentou uma queda duas vezes maior em relação ao índice verificado com os homens Da redação Hoje, 19 de novembro é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, apesar de haver ainda muitos motivos para lutar, há muitas conquistas para celebrar. A data […]

Pesquisa recente do Datafolha mostra que a taxa de mulheres assalariadas apresentou uma queda duas vezes maior em relação ao índice verificado com os homens

Da redação

Hoje, 19 de novembro é comemorado o Dia Internacional do Empreendedorismo Feminino e, apesar de haver ainda muitos motivos para lutar, há muitas conquistas para celebrar. A data é uma iniciativa das Nações Unidas para incentivar mulheres que criam e comandam seus próprios negócios, além de ser uma campanha contra a desigualdade de gênero no mercado de trabalho.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Sebrae, em 2019, há no Brasil 9,3 milhões de mulheres à frente de um negócio, sendo que 45% delas são chefes de família, ou seja, responsáveis pela principal e, muitas vezes, única renda de seus lares. Apesar de, em comparação aos homens empreendedores, elas terem escolaridade 16% superior, seus negócios faturam 22% menos. Outro problema apontado pelo estudo é que as mulheres possuem maiores índices de desistência ou falência em relação aos homens: a taxa de conversão de “empreendedoras” em “donas de negócio” é 40% mais baixa.

Foto: Stocksnap-Pixabay

Nos últimos dois anos, o mercado de trabalho sofreu grandes impactos impulsionados pela pandemia de Covid-19, como a recuperação lenta do emprego e o risco de aumento da desigualdade, conforme afirma a OIT (Organização Internacional do Trabalho). Esse problema presente na sociedade brasileira fica ainda mais evidente para as mulheres, uma vez que a desigualdade de gênero ainda persevera no mercado de trabalho.

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Pesquisa recente do Datafolha mostra que a taxa de mulheres assalariadas apresentou uma queda duas vezes maior em relação ao índice verificado com os homens. Essa disparidade de gêneros no mercado de trabalho é evidente também em cargos de liderança, já que apenas 37,4 % das posições gerenciais são ocupadas por mulheres (IBGE, 2019).

Além da falta de oportunidades, outros desafios marcam a vida profissional feminina. Questões como maternidade, jornada dupla (às vezes tripla), diferenças salariais e até a dificuldade de ser ouvida por seus pares de trabalho. As mulheres são duas vezes mais interrompidas, mesmo em conversas neutras, segundo estudo da Universidade de George Washington (EUA). Esses são apenas alguns dos fatores que promovem e reforçam o afastamento feminino do mercado de trabalho.Com tantos desafios para serem superados, sabemos que há ainda um longo caminho a percorrer.

E o empreendedorismo tem sido a alternativa buscada por mulheres para superar essas barreiras no mercado de trabalho. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNADC), realizada em 2018 pelo IBGE, apontam que cerca de 9 milhões de mulheres estavam à frente de negócios no Brasil. Esses dados indicam que mais de um terço dos “donos de negócio” no Brasil são mulheres, colocando o país em 7º lugar no ranking de empreendedorismo feminino mundial, no referido ano.

Pesquisa realizada pelo Instituto Rede Mulher Empreendedora (IRME, 2020) mostra que, entre as medidas tomadas pelos empreendedores para lidar com o impacto da pandemia, as mulheres se destacam. 66% das respondentes afirmam que souberam dar foco às mudanças estratégicas e demostraram ser mais otimistas e esperançosas com o futuro dos seus negócios. Além disso, outro ponto de destaque para as mulheres empreendedoras é capacitação. Segundo o IRME, 65% das mulheres já participaram de cursos e capacitações focadas em empreendedorismo contra 53% dos homens.

Dafne Oliveira Morais, professora do Programa de Pós-Graduação em Administração da FEI, ressalta a importância de conscientizar a mulher pelas suas competências e qualidades: “além das políticas públicas como incentivo para o empreendedorismo feminino, é preciso pensar na cultura que foi desenvolvida ao longo do tempo e trabalhar para que haja uma transformação. Fazer com que as mulheres acreditem mais nelas mesmas e estimular movimentos que defendam a diversidade e ajudem a dar voz para essa causa”.

À medida que esses movimentos e redes de apoio à mulher ganham força, vemos essa transformação cultural acontecendo de forma gradativa. Cada vez mais mulheres lutam por ocupar espaços e a representatividade feminina em diversos setores já é uma realidade, embora em números distantes dos ideais.

Tão importante quanto celebrar as vitórias já alcançadas em prol da igualdade de gênero, é saber que ainda há um longo caminho a ser percorrido. “É importante lançar luz a uma causa que é de todos, e não apenas das mulheres, até que a igualdade seja realidade”, conclui Dafne.

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