Da Redação
Desde o ano passado, a inflação e alta dos preços atingem seriamente a rotina de consumo dos brasileiros. Para tentar driblar esse cenário e fazer o orçamento mensal cumprir as necessidades básicas do dia a dia, a solução tem sido o empréstimo pessoal. A última edição do Índice FinanZero de Empréstimo (IFE), que entrevistou 500 pessoas com acesso à internet em todo o Brasil, entre 29 de abril a 03 de maio deste ano, revelou que 46% dos entrevistados têm a intenção de solicitar empréstimo para os próximos 90 dias, porcentagem que atingiu o maior patamar dos últimos 11 meses.
Essa é a maior intenção de pedidos de empréstimos desde o início de junho de 2021. Além disso, quando comparado somente com o mês passado, a intenção de tomar empréstimo também cresceu e somou 47%. Para Cadu Guidi, sócio-diretor de marketing da FinanZero, o cenário de despesas pode ser um dos motivos do aumento dessa procura. “Muitos brasileiros ainda estão se realocando no mercado. A própria economia tem tentado se reestruturar. Com o aumento nos preços de itens básicos e outros, como o combustível e endividamento, muitas pessoas fazem empréstimos pessoais para cobrir esses gastos e equitar outros que foram se acumulando durante os dois últimos anos de pandemia”, analisa.
Empréstimos para lidar com alto endividamento e perda do poder de compra
Além da elevação dos valores dos produtos, a alta dos juros e a inflação também estampam essa realidade. Segundo pesquisa, realizada em março, pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), 77,5% das famílias possuem algum tipo de dívida, seja por cartão de crédito, cheques, financiamentos ou carnês.
Isso leva as famílias brasileiras a buscar empréstimos para equilibrar o orçamento. A Associação Nacional de Executivos de Finanças (Anefac), afirma que a taxa média de juros subiu para 114,59% ao ano em março de 2022. Em janeiro de 2021, essa mesma taxa era de 92,59%.
A procura por empréstimos também é motivada pela perda do poder de compra. O brasileiro não consegue mais comprar um bem pelo mesmo valor de anos atrás e, em alguns casos, precisa pagar mais do que o triplo para adquirir o mesmo bem. O aumento do valor e a desvalorização do real são fatores que impactam diretamente no aumento do preço investido em transporte, saúde, habitação, educação e outros itens importantes para a manutenção do bem-estar.
O índice FinanZero mostra ainda que 34,5% dos entrevistados revelaram que a quitação de dívidas é a principal razão para os pedidos de empréstimo. Com cada vez mais pessoas interessadas em crédito, maior é a procura por formas de evitar gastos e ter um melhor planejamento do que se fazer com o crédito adquirido. Independente da finalidade dos empréstimos, eles têm se tornado ainda mais um complemento de renda nas finanças dos brasileiros.
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