Em meio à licitação para dragagem do canal interno, o Porto de Suape avança no processo de contratação para mais um investimento em infraestrutura: um pacote de obras, que inclui a recuperação do molhe de abrigo. O valor a ser cobrado pela empresa selecionada deverá ser de, no máximo, R$ 160 milhões, segundo o aviso publicado nesta quinta-feira (28), no Diário Oficial da União.
No documento, foram divulgados o novo termo de referência do projeto – com ajustes em relação à versão anterior – e o reagendamento da abertura das propostas dos interessados, para 25 de abril.
O procedimento licitatório nº 5/2024/CEL visa a contratação de empresa especializada para execução dos serviços referentes às obras discriminadas, no aviso, como “Fase 1B, Fase 2 e Fase 3 do projeto básico” e também para as melhorias do molhe.
Molhe garante segurança no Porto de Suape
O molhe de abrigo é fundamental para a segurança das operações no Porto de Suape. A estrutura, formada por blocos de rocha entre 300 quilos e 12 toneladas, é uma barreira de proteção contra o impacto das marés altas na área portuária.
Contribui, sobretudo, para a reduzir a interferência de correntes marítimas e ondas nas operações realizadas no porto externo, onde são movimentados granéis líquidos e produtos químicos.
Contrato da dragagem do Porto de Suape sai em abril
Quanto à dragagem do canal interno, a estimativa é de que o resultado da licitação – cujo edital foi republicado no final de fevereiro – saia nos próximos dias e o contrato seja assinado em abril.
O projeto é um investimento de R$ 204 milhões, que será viabilizado com R$ 101 milhões da União e R$ 103 milhões administração estadual. O cronograma estimado é de oito meses. A previsão é de conclusão dos trabalhos ainda em 2024.
Está contemplada, no mesmo processo licitatório, a dragagem de manutenção da bacia de evolução dos píeres de granéis líquidos 3A e 3B, com objetivo de aumentar a profundidade para 18,5 metros.
Dragagem amplia capacidade do Porto de Suape
A dragagem do Porto de Suape vai aumentar a profundidade do canal interno para 16,2 metros, possibilitando a atracação de porta-contêineres que estão entre os maiores em utilização no transporte marítimo de cargas e que têm até 366 metros de comprimento. Também vai permitir que o porto tenha capacidade operacional para receber outros tipos de embarcações de grande porte.
A expectativa é de que essa melhoria estrutural dê condições ao porto, um dos mais importantes do país, de avançar ainda mais como hub, especialmente em uma de suas principais áreas de vocação: a distribuição, por cabotagem, de carga conteneirizada.
Leilões de terminais avançam no Recife e Rio de Janeiro
Nas últimas semanas, o cenário do setor portuário regional e nacional foi marcado, além de licitações para obras de infraestrutura, por progressos nos leilões de terminais.
Nesta quinta-feira, no DOU, foram publicados os atos da Agência Nacional de Transportes Aquaviários, aprovando as realizações de certames de arrendamento simplificado nos portos do Recife e Rio de Janeiro.
No Recife, a concessão visa a implantação de uma operação de granéis sólidos e cargas gerais – o terminal REC04. No Rio, o pregão público será para o terminais RDJ06, destinado a graneis líquidos. As datas dos leilões ainda serão divulgadas.
Ao todo, quatro terminais serão arrendados no porto da capital pernambucana, o que deve representar um investimento privado total de R$ 59,6 milhões, de acordo com a Antaq. Essas operações vão movimentar cargas que já fazem parte do mix do ancoradouro como barrilha, fertilizantes, malte, trigo, milho e arroz.
Ainda no Nordeste, está previsto o leilão de um terminal de contêineres no Porto do Mucuripe, em Fortaleza (CE). A projeção da Antaq é de realizar 19 certames de arrendamento até dezembro próximo.