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A Caixa Econômica Federal está muito próxima de apresentar uma solução para um problema muito sensível ao Nordeste: os prédios-caixão. A meta do vice-presidente de Agente Operador da Caixa Econômica Federal (CEF), o pernambucano, Pedro Ermírio de Almeida Freitas Filho, é apresentar a solução até o fim de março.
A Caixa quer se antecipar ao período chuvoso, cenário para as diversas tragédias ocorridas desde a década de 90 – só em 2023, três prédios desabaram deixando 16 mortos no Grande Recife.
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Pernambuco concentra o maior volume de prédios em situação de risco no Nordeste, assim como históricos de desmoronamentos. Nas últimas três décadas, cerca de 20 prédios ruíram ou desabaram no estado.
Para tal, a Caixa elaborou um plano que envolve, além de seu departamento jurídico e o núcleo que cuida da mediação com interessados, as seguradoras e os governos locais.
Proposta da Caixa
A proposta de solução prevê duas etapas. A primeira é de curto prazo e contempla a demolição de unidades com alto risco de desabamento através das seguradoras, a quem cabe contratar empresas de engenharia para o processo.
A outra envolve a composição da indenização das famílias, a remoção das mesmas das unidades sob risco e a integração delas com programas de aluguel social dos governos estaduais.
O senador Humberto Costa tem cobrado solução para o problema. Em agosto passado, da tribuna do Senado, ele alertou que em Pernambuco há 286 prédios interditados pelas coordenadorias de Defesa Civil, e que, apesar disso, ainda abrigam 4,5 mil famílias. Há outras 20 mil pessoas vivendo em prédios não interditados, mas com alto risco de colapso.
Por que caem?
Os prédios-caixão” são edificações construídas sem vigas ou pilares. São as próprias paredes que sustentam a estrutura, o que gera baixo custo de construção. Isso os tornou bem populares a partir da década de 70, ajudando na expansão urbana. Um dos fatores para os desmoronamentos estava ligado às reformas feitas por moradores, por conta própria, sem investigar se a estrutura comportava remover paredes, integrar ambientes. Sem a sustentação das paredes, com o tempo, o prédio ruía. Outros fatores podem estar associados a problemas de acomodação e infiltração no solo.
O custo desse problema, só em Pernambuco, passa dos R$ 200 milhões. Para o estado é uma feliz coincidência que o tema seja tratado justamente pela vice-presidência comandada por um pernambucano.
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