Raquel Lyra faz balanço do primeiro ano de gestão em Pernambuco

Raquel Lyra falou sobre as adversidades encontradas em governar Pernambuco sendo mulher ao lado da sua vice, Priscila Krause
Raquel Lyra é a primeira governadora do estado de Pernambuco. Foto: Danilo Cariolano/Secom

A governadora Raquel Lyra (PSDB) completou 11 meses no comando do Governo de Pernambuco. Nesta quarta-feira (6/12), ela concedeu entrevista à Rádio Jornal e fez um balanço da sua gestão de janeiro até agora. Raquel Lyra falou sobre a sua relação com o prefeito do Recife e candidato à reeleição em 2024, João Campos (PSB), que possivelmente disputará o pleito majoritário da capital pernambucana contra um adversário palaciano.

Também mostrou como surgiu a construção para manter uma boa relação junto ao Governo Federal do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Da sua complicada relação junto à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). 

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Revelou como fará para colocar suas principais promessas de campanha, que, agora, se transformaram em programas de governo a partir do segundo ano de gestão nas áreas da Educação, Saúde e Segurança Pública. 

Raquel Lyra revelou como está o andamento das políticas públicas voltadas ao desenvolvimento do Estado: Transnordestina, Polo Automotivo, Transporte público/Metrô do Recife, Estradas e Infraestrutura. 

Falou sobre as adversidades encontradas em governar Pernambuco sendo mulher ao lado da sua vice, Priscila Krause.

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Leia os principais trechos da entrevista: 

A Relação Governo X Assembleia Legislativa

“A gente entra no Estado, pega uma casa desarrumada, fomos  eleitas: eu e a Priscila, para fazer mudança, sempre o início de uma mudança é o mais difícil. Eu me mudei de casa agora, vim de Caruaru para o Recife, e a gente desembalar tudo, a gente organizar as coisas do jeito que precisam ser feitas, a gente pegou um Estado muito endividado, somente esse ano a gente já pagou R$ 1,6 bilhão de dívidas anteriores, pegamos um Estado com as contas desequilibradas, na virada do ano a gente já entrou devendo R$ 350 milhões de cara.

A gente trabalhou esse tempo inteiro para poder garantir o reposicionamento do Estado e permitir, nesse ajuste de contas, nesse ajuste de propósitos, nesse ajuste de prioridades que se colocou ao longo desses meses, a gente poder dar a cara do que será o governo de Pernambuco ao longo dos quatro anos que fomos eleitas para liderar o Estado.

Hoje, temos R$ 3 ,5 bilhões em caixa, garantidos para investimento em Pernambuco, na área de segurança, saúde, infraestrutura, na área da educação são mais R$ 3 bilhões, estamos captando um recurso da ordem de R$1 bilhão para a Compesa.

Tudo isso parece muito difícil, porque a ordem de bilhões de reais é muito grande para quem está nos ouvindo, mas quando a gente consegue identificar de que esse dinheiro será utilizado para chegar na vida de quem mais precisa, a gente consegue começar a concretizar quais são os propósitos das nossas ações.

Ontem, eu estava lá no Alto do Pascoal entregando regularização fundiária, título de propriedade para as pessoas que há décadas moram em áreas do governo de Pernambuco e que nunca tiveram o seu direito de propriedade regularizado, como, por exemplo, dona Ivanete, 60 anos morando no mesmo lugar e nunca tinha tido o registro em cartório do seu imóvel, garantindo a ela dignidade, cidadania e o direito de propriedade sobre aquilo que ela construiu com muito suor.

E a gente tem conseguido transformar em realidade, já transformar em realidade, os sonhos da mudança que Pernambuco tanto quer e deseja. Então, Igor, não é um movimento fácil, a mudança da forma de fazer, a mudança de postura gera também um estranhamento da política em geral, e de uma nova forma de fazer, depois de quase 20 anos, de uma forma de fazer no estado de Pernambuco.

Temos uma relação muito republicana com a Assembleia Legislativa, de muito diálogo, de muita conversa, para que a gente possa, colocando as nossas prioridades, trazer para junto os representantes legítimos do povo de Pernambuco que estão na Assembleia Legislativa.

Acho que um grande exemplo do que a gente vem conseguindo construir é que ontem foram aprovados na Assembleia Legislativa, na Comissão de Justiça, cerca de 30 dos projetos que encaminhamos à Assembleia, e eu tenho certeza de que a gente contará com o apoio dela para aprovar projetos como o Mãe de Pernambuco, que dará uma renda extra de R $ 300 para cerca de 100 mil mulheres que estão em situação de alta vulnerabilidade social e que têm crianças de 0 a 6 anos.

São propostas como essa que redefinem a prioridade do governo e que mostram que a relação que a gente vem construindo com a Assembleia é uma relação baseada no diálogo, na transparência e também em conseguir trazer para junto e construir junto com a Assembleia, com a população aquilo que é a mudança que o povo de Pernambuco precisa e quer”.

Educação

Raquel Lyra lançou programa Juntos pela Educação. Foto: Miva Filho/Secom

“A questão da educação pública é fundamental para Pernambuco poder crescer sem deixar ninguém para trás. A gente vai viver agora um nível de investimento que há décadas não se vê no estado de Pernambuco. 

E, para que a gente possa melhorar os nossos indicadores, para que as pessoas possam ter a oportunidade de ser parte do desenvolvimento que Pernambuco precisa, e já aponta para isso, a gente precisa começar pela educação, e precisa começar desde cedo. 

Ainda ontem foi publicado mais um relatório do PISA (sigla em inglês para Programa Internacional de Avaliação de Estudantes), que coloca o Brasil com 30 % de proficiência em português, e 7 % de proficiência em matemática. Quer dizer que a qualidade daquilo que a gente está prestando aos nossos alunos ainda não é suficiente para a gente poder garantir que eles possam ser parte do desenvolvimento e do crescimento de Pernambuco e do Brasil que vem pela frente.

E a gente começou, nos Juntos pela Educação, primeiro garantindo investimento. São R$5,5 bilhões, dos quais R$2 ,8 bilhões são para a parceria com municípios. Isso parece uma coisa, como eu digo, distante, mas a gente já começou a fazer essa parceria com os municípios. 

Já entregamos 180 ônibus para que as prefeituras possam garantir o direito de transportar e o menino chegar na escola, porque, em grande parte dos municípios pernambucanos, o primeiro desafio é garantir que a criança tenha o direito de acessar a escola através do transporte escolar.

A gente está contratando mais mil novos ônibus, com recursos do Governo do Estado, e 180 já são mais do que Pernambuco entregou nos últimos oito anos. E a gente vai comprar mais mil. E a gente dobrou o valor do transporte escolar, pago para as prefeituras, e nós estamos pagando o retroativo este ano.

A parceria com as creches, por exemplo, eu disse aos prefeitos, me dê o melhor lugar da sua cidade para construir novas creches. E se esse terreno não for seu nem do Estado, a gente vai desapropriar. Pelo menos 88 prefeituras já indicaram um terreno. E a gente está fazendo os trâmites dessa nova parceria. 

O terreno está regular ou não está? A gente já está ajudando os municípios a fazer junto com a gente a entrega desses novos espaços de educação infantil, para que a criança possa aprender desde cedo. A gente vai construir 240 novas creches. São 60 mil vagas de creches.

Vamos tirar Pernambuco do pior Estado do Nordeste e, certamente, levaremos a ser o melhor Estado do Nordeste na cobertura de creches e educação infantil. Outros estados já avançaram com isso. Essa parceria já foi feita e a gente está avançando no cofinanciamento. O que é isso? Nós estamos pagando o primeiro ano de funcionamento da creche já este ano. Quem inaugurou creche este ano em Pernambuco vai ter o pagamento do primeiro ano da creche já garantido. A cada matrícula do menino na escola, a gente vai pagar retroativo. Um dos problemas que os municípios têm de inaugurar nova creche é que o primeiro ano é por conta do município, até que chegue o recurso do Governo Federal, e nós estamos bancando o primeiro ano.

Estamos finalizando os processos de convênio com os municípios para a gente já poder pagar retroativo o primeiro ano da creche. A gente já está cofinanciando também o avanço na educação no Ensino Fundamental II, que é do sexto ao nono ano. Quarenta por cento ainda estão a cargo do Governo de Pernambuco prestar o serviço do Fundamental II.

Assim como a gente viu lá na escola do Rotary, quando a gente foi visitar na entrega de títulos de propriedade. Mas 60% estão com os municípios. A gente vai avançar não só nas nossas, mas também permitir que os municípios possam, com dinheiro do Governo do Estado, abrir vagas de educação do Ensino Fundamental II em tempo integral, assim como o Estado vai fazer, inclusive na construção de novos equipamentos para permitir que a educação em tempo integral possa ser realidade nos municípios, construindo sala de aula, entregando novos equipamentos, inclusive mobília, para permitir a inauguração de escolas, a construção de novas escolas, a inauguração de creches, que já estão quase no finalzinho, a gente já está entrando com recursos para poder garantir a conclusão dessas creches. 

E, com isso, a gente faz jogo de ganha-ganha, porque o que a gente cansa de ver em Pernambuco são obras inacabadas, seja por financiamento com o Governo Federal, porque as obras andam a ritmo muito lento, essas medições de entrega de recursos. Eu já conversei, inclusive, com o Ministério da Educação para a gente antecipar os recursos do Governo Federal, e, em vez de ressarcir o município, ressarcir o Estado quando o recurso chegar.

A gente está construindo essa sinergia, os municípios todos estão clamando por isso, a população mais ainda. E a gente sabe que grande parte do déficit que tem de creches e educação infantil é na Região Metropolitana do Recife. Já já a gente lança os primeiros lotes de licitações e vamos fazer as creches poderem ser realidade nos municípios em breve”.

Relação com o prefeito João Campos

Governadora diz que tem diálogo com o prefeito do Recife, João Campos. Foto: Janaína Pepeu/Secom

“Olha, a gente tem discutido muito, eu fui prefeita, e eu sei onde o calo aperta dentro das prefeituras. E olha que eu fui prefeita de uma cidade de médio porte, que consegue ter alguma autonomia em relação aos seus recursos para poder fazer investimento.

E não haver a parceria com o governo do Estado faz as cidades sofrerem muito. Eu sofri como prefeita de Caruaru por não ter um Estado que me ajudasse a conseguir enfrentar os desafios de quem é prefeito no nosso Estado. E a gente não está olhando a cor partidária. 

Eu não pergunto a um prefeito em quem ele votou na última eleição para poder garantir que os investimentos cheguem às cidades. E assim é também com a Prefeitura do Recife. Nós estamos agora retomando as obras dos corredores da Copa, obras que estão paralisadas desde 2014 e que a gente já conseguiu avançar muito através da Secretaria de Desenvolvimento Urbano com essa obra. 

Retomamos a obra do Canal do Fragoso, da PE-15, aceleramos a triplicação da BR-232, estamos trabalhando o Arco Metropolitano para beneficiar toda a Região Metropolitana e o Estado de Pernambuco como um todo. Estamos negociando os investimentos no metrô pelo Governo Federal. 

Tudo isso passa por melhoria das condições também com o Recife, para melhor qualidade de vida de quem vive no município do Recife. Agora, nós estamos celebrando o Estado de Pernambuco poder receber mais de 10 mil unidades habitacionais do Minha Casa Minha Vida – faixa 1.

Esse recurso, inicialmente, seria da ordem de 7 mil unidades habitacionais, mas a gente partiu na frente, mapeamos os terrenos que poderiam haver construção de Minha Casa Minha Vida. Só de terreno do Estado a gente entregou 19, então a gente também inscreveu terreno do Recife, terreno de Jaboatão, para poder receber Minha Casa Minha Vida.

Pediram para a gente, a Prefeitura do Recife, por exemplo, sete novas creches. Tenho certeza que a gente vai construir mais do que sete novas creches para o município do Recife, porque é aqui na Região Metropolitana onde há maior déficit de cobertura de vagas de creche do Estado de Pernambuco. 

Para a gente bater a meta dos 50% de crianças de zero a três anos na creche, o investimento precisa ser maciçamente na Região Metropolitana do Recife. A gente tem dialogado, inclusive já tivemos várias reuniões com os prefeitos da Região Metropolitana do Recife, no mapeamento da defesa civil, no investimento em morros, encostas, como a gente está fazendo no município de Jaboatão, a gente também tem que fazer investimentos para que o município do Recife seja contemplado, seja na educação, seja na saúde, seja na infraestrutura, acelerando o saneamento básico aqui, melhor acesso à água, como a gente fez no Alto Zé do Pinho, a gente vai garantir investimentos para permitir que a população do Recife também tenha acesso melhor à água e infraestrutura, mais saúde, mais educação, e isso passa, necessariamente, por articulação com a Prefeitura do Recife”. 

Segurança

Programa Juntos pela Segurança também foi lançado pela governadora Raquel Lyra. Foto: Miva Filho/Secom

“Segurança pública é coisa muito séria e que não é solução fácil para problema complexo. O nosso primeiro movimento foi de ouvir a todos, de garantir que o Juntos pela Segurança, assim como ouvir para mudar Pernambuco, que lastreou, que baseou na elaboração da Lei Orçamentária Anual, que está refletida hoje em votação na Assembleia Legislativa, do Plano Plurianual, ele passa por uma mudança de prioridades no Estado de Pernambuco que garante investimentos na segurança pública da ordem de R$1 bilhão.

Houve um desinvestimento nas polícias de Pernambuco, nas forças operacionais, muito grande ao longo dos últimos anos. A gente não chegou ao patamar de ser o Estado mais violento do Brasil por acaso. É porque houve, sim, uma negligência muito forte do governo anterior para garantir os investimentos necessários para que a população pudesse sentir não só a presença da polícia, a conclusão dos inquéritos, mas também um trabalho muito forte de prevenção social, que passa por investimento em urbanismo, por iluminação, por garantia de gerar maior nível de empregabilidade, de empreendedorismo.

Na Assembleia Legislativa com um orçamento de um bilhão para a segurança pública, já garantido, com financiamento externo, inclusive. Já lançamos os concursos públicos na área da Polícia Civil, da Polícia Militar. Esses concursos acontecerão entre janeiro e fevereiro do ano que vem. A Polícia Científica, a gente lança em dezembro o edital deles, e a prova deve ser em março. Será a contratação, por exemplo, de mais 4 mil novos policiais civis e militares, corpo de bombeiro, para poder atuar no nosso sistema de segurança pública. A gente também avançou para a contratação de novos policiais penais.

A segurança pública, em qualquer lugar do mundo, ela passa por ter um sistema penitenciário que consiga fazer, de fato, o isolamento dos presos do mundo exterior. Eles, primeiro, precisam ter garantia de direitos humanos, de poder ser tratado com dignidade lá dentro.

Os nossos trabalhadores precisam ter segurança para trabalhar lá dentro, e a gente conseguir isolar e não haver mais comando de dentro dos presídios para quem está aqui fora, para que a criminalidade continue acontecendo nas ruas comandadas por dentro dos presídios. Isso demanda investimento. A gente já garantiu investimentos para a conclusão das obras de presídios, inauguramos uma ala nova no presídio de Itaquitinga, garantimos que novos presos pudessem ir para lá.

Só em Araçoiaba, mais 3 mil novas unidades, vagas do sistema penitenciário. Nós temos um déficit de 16 mil vagas no sistema penitenciário em Pernambuco. São 31 mil presos em pouco mais de 15 mil vagas. A gente se compromete, no novo plano de segurança pública, a construir quase 7 mil e 500 novas vagas.

Para isso, precisa de investimento na área da Compesa, investimento em estrada, investimento em energia e investimento na conclusão de obras, fazendo os projetos e terminando essas obras que estão se arrastando em Pernambuco há mais de 10 anos. A gente já inaugurou uma nova ala, a previsão é que até junho do ano que vem a gente inaugura as novas alas de Itaquitinga, no ano que vem a gente entregue a Araçoiaba, entregue a parte do complexo penitenciário do Bozano, aqui no Curado, são quase mil novas vagas, vamos ampliar Caruaru.

E, com isso, com a nova forma de fazer o sistema penitenciário, a gente trabalha com inteligência e com segurança no isolamento dos presos do meio externo, ao tempo em que nós vamos trabalhar a ressocialização. Vamos construir agora 12 galpões no sistema penitenciário para que os presos que estão lá possam começar a trabalhar, vamos ter pelo menos 40% dos presos estudando ou trabalhando no estado de Pernambuco, garantindo a sua ressocialização, e vamos trabalhar com as suas famílias, junto com a assistência social, para permitir que elas estejam cuidadas, porque elas são muito vulneráveis também a sofrer, serem vítimas de violência ou a praticar crimes.

A ressocialização, o trabalho junto com os municípios para poder garantir um trabalho de desenvolvimento urbano, estamos muito focados em Araçoiaba e Itaquitinga para que as cidades possam ser protegidas de virarem ambientes de criminalidade. A gente está trabalhando também no reforço, na verdade, no investimento verdadeiro nas Forças Operacionais de Polícia.

Isso implica compra de coletes à prova de bala, armamento, reforma de delegacia, garantir o mínimo para que os profissionais, como a gente está fazendo com mil novas viaturas da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros está tendo agora 20 milhões de reais de investimento, é o maior investimento da história no Corpo de Bombeiros de Pernambuco, que não está no discurso, mas está em licitação, está no orçamento.

E a nossa mudança de atitude é não prometer aquilo que a gente não pode cumprir. Aliás, é de já falar sobre aquilo que a gente tem de dinheiro em caixa para permitir que esses investimentos aconteçam no nosso Estado, inclusive na segurança pública, no novo sistema de inteligência, no novo sistema de monitoramento de câmeras, para que tudo isso integrado, inclusive com as guardas municipais, a gente tenha Pernambuco em um novo patamar, já podendo garantir a redução da criminalidade no Estado nos próximos anos.

É uma meta ousada, mas a gente não chegou nela por acaso. A gente está dividindo o Estado em nove grandes unidades, nove grandes áreas, e cada criminalidade, cada local desses, cada território, a criminalidade se reflete de um jeito diferente. O Estado de Pernambuco também agirá de um jeito diferente em cada uma dessas localidades, seja dividindo o batalhão, unindo novas áreas integradas de segurança, garantindo um sistema de inteligência diferenciado em qualquer recanto de Pernambuco, aeronaves que estão chegando, helicóptero, avião, para a gente poder permitir um novo patamar de segurança pública no nosso Estado nos próximos anos”.

Lula e Governo Federal

Raquel Lyra contou como construiu sua relação com o presidente Lula. Foto: Ricardo Stuckert

“Ao longo da nossa campanha, a gente se comprometeu, na primeira semana de governo, estarmos junto ao presidente da República, que foi legitimamente eleito pelo povo brasileiro. 

E assim foi feito. A nossa primeira reunião com o governo federal aconteceu no dia 9 de janeiro. De lá para cá, eu já estive pessoalmente em Brasília quase 30 vezes, e às vezes duas vezes na mesma semana. E o meu time, o nosso time, o tempo inteiro em Brasília, construindo relação com o governo federal, porque Pernambuco sofreu muito por não dialogar com o governo federal nos últimos anos. 

E a gente fez exatamente o contrário. No dia 15, já foi a nossa primeira reunião de trabalho com o presidente Lula e seus ministros, e a gente conseguiu construir parcerias e uma relação de confiança que permitisse tirar sonhos do papel, retomar obras paralisadas, como a obra do Canal do Fragoso, garantir a retomada da Transnordestina, garantir investimentos no metrô do Recife, que está no Novo PAC do Governo Federal colocado, garantir conclusão de obras importantes como a obra da BR-104. 

Eu mesma, pessoalmente, já fui cinco vezes a assinatura de ordem de serviço, e tenho hoje a garantia e a certeza de que a gente vai concluir aquela obra, porque todo o imbróglio jurídico foi resolvido no Tribunal de Contas da União, contando com o ministro Renan Filho, com o presidente Lula, com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, com a retomada dos habitacionais, são 10 mil unidades habitacionais paralisadas em Pernambuco, e a gente conseguiu entregar já três. 

Ah, foi o governo de Pernambuco sozinho? Não, não foi, mas foi o governo de Pernambuco, foi a Secretaria de Desenvolvimento Urbano, foi o Corpo de Bombeiro, foi a CPRH, foi a Compesa, foram as prefeituras, em alguns momentos, foram os movimentos sociais. Qual é o gargalo? Depois do diagnóstico e fomos em cima do gargalo, e eu disse sempre ao ministro Jader Filho, que me ligou aqui agora, de que a gente ia fazer o que fosse necessário para que essas obras pudessem ser entregues, inclusive, entrando com dinheiro. Nosso time foi para dentro para gerenciar a obra, então agradeço à Secretaria de Desenvolvimento Urbano, Planejamento, Casa Civil, porque essa relação de retomar a obra paralisada é mais difícil do que começar uma obra nova. Mas a gente já entregou o residencial Mulheres de Tejucupapo, mando um beijo para a Shirlene, líder comunitária que estive visitando ainda como deputada estadual, dentro de onde eu só via barraco de lona, de papelão. Entregou o residencial Severino Quirino, em Caruaru, que eu visitei ainda como deputada estadual também, estive lá quando ainda era uma mera ocupação, agora tem casas decentes para o povo morar. O residencial Canal de Jordão, eu era procuradora do Estado, quando eu fiz, redigir o decreto que o governador assinou, que garantia o aluguel social, a declaração de utilidade pública daquela área, foram 14 anos para poder entregar, e a gente teve a capacidade de fazer junto essa concertação com o Governo Federal para permitir que esses sonhos pudessem virar realidade, e garantir a confiança deles para nos entregar agora, em vez de 7 mil unidades habitacionais, mais de 10 mil. 

O presidente Lula tomou uma decisão, política também, de garantir que os investimentos vão chegar ao Estado de Pernambuco, e sempre que estou com ele, ou com seus ministros, o que ele diz, com o vice-presidente Alckmin, eles dizem: “Raquel, nós vamos atender Pernambuco como a gente sempre fez”. 

Lula  foi presidente, quando Eduardo Campos era governador aqui, e ele garantiu que ia fazer tanto ou mais do que fez ao longo daqueles anos em que houve a relação do Governo Federal com o presidente Lula. E quero dizer, e dar o meu testemunho de que isso tem acontecido todos os dias, e na próxima quarta (13/12) eu já estarei em Brasília de novo para buscar garantir novos investimentos para Pernambuco.

É assim que a gente tem feito, com trabalho, com transparência. A gente não quer aqui holofotes, quer que as coisas aconteçam, e para as coisas acontecerem precisa ralar muito, e a gente está fazendo esse trabalho, acordando de manhã bem cedo e dormindo bem tarde, todos os dias, na certeza e na confiança de que a gente vai sim poder trazer um legado para Pernambuco, e isso passa, sim, pela relação com o governo federal que a gente tem estabelecido e com o presidente Lula também”.

Estradas e infraestrutura

Estradas estão sendo prioridades na gestão de Raquel Lyra, segundo a própria governadora. Foto: Miva Filho/Secom

“As estradas foram também abandonadas ao longo dos últimos anos. O fato é que, em qualquer lugar que a gente vá de Pernambuco, uma das primeiras coisas que as pessoas pedem é poder ter o direito de ir e vir. 

Isso não é algo simples. A gente tem estradas absolutamente intransitáveis. A gente teve uma série de obras que foram lançadas sem recursos, que foram lançadas e as pessoas viram paralisar, ou só viram na televisão e não viram acontecer. Posso falar da PE-15, da PE-17, que são dos dois extremos aqui, na área norte da Região Metropolitana. A primeira coisa que a gente fez foi, primeiro, um diagnóstico, olhar para ver quais estradas que tinham projeto, as que não tinham, aquelas que tinham contrato, as que não tinham. O contrato estava adequado, não estava adequado. Esse é o que a gente chama de começar a arrumar a casa. Alguns contratos desses, por exemplo, da PE-17, e aqui eu sinto, ele tinha um trecho que o projeto não contemplava. A gente teve que retomar a obra sem esse trecho, e garantir o projeto para poder garantir a licitação dessa nova etapa, que não é uma etapa nova, é uma etapa que está lá desde sempre, mas que não tinha sido contemplada com a obra. Fomos buscar dinheiro, arregaçar as mangas, garantir que Pernambuco pudesse ter o maior saldo de empréstimo da história do nosso Estado. A gente garantiu o teto daquilo que o Estado de Pernambuco, que é o maior limitador, a gente não pode pegar financiamento do jeito que a gente quer. 

O que Pernambuco tinha de saldo era R$3 ,4 bi. A gente conseguiu pegar os R$3 ,4 bi, e foi o Estado que conseguiu fazer isso mais rápido no Brasil, com empréstimos com o Banco do Brasil, com a Caixa Econômica Federal. De todo o dinheiro que tinha disponível para que os entes públicos, estados, municípios, pudessem pegar empréstimo no Brasil, com a Caixa Econômica Federal, Pernambuco pegou 20 % disso.

Assinamos os contratos, garantimos o recurso. Hoje está em execução um contrato de R$900 milhões com o Banco do Brasil. A retomada da obra da PE-15, por exemplo, que está hoje a pleno vapor, é parte deste recurso. A PE-17 é parte deste recurso. 

A triplicação da 232, que a gente já pegou com débito, conseguiu fazer uma aditivo do contrato e garantir a conclusão da obra até, salvo engano, Abril do ano que vem, é com este recurso. E a gente está conseguindo, não só aqui na Região Metropolitana do Recife, mas também no interior do Estado, e aí eu posso citar obras importantes, como todo o perímetro irrigado de Petrolina, da fruticultura irrigada de Petrolina, são quase 50 quilômetros que a gente garantiu para direito de ir e vir da população, e o escoamento da produção da fruticultura irrigada, conexões importantes, por exemplo, na estrada que liga Sertânia a Paraíba, lá em Pernambuquinho, a gente concluiu essa obra, porque os outros 

estados avançaram muito. Se a gente olhar para as estradas do Ceará, da Paraíba, de Alagoas, todas elas estão chegando aqui prontinhas, quase grande parte delas duplicada, e a gente sem conseguir fazer isso no Estado de Pernambuco. Estamos agora executando este recurso, garantindo novas licitações para que obras importantes possam sair do papel. 

A PE-95, a duplicação na área urbana da região de Caruaru, a conclusão até chegar na Zona da Mata, e a gente concluir a obra da BR-104, são obras importantes, sonhadas há muito tempo pela população, mas tenham certeza de que tudo isso que a gente está lançando, que a gente está garantindo que as obras serão concluídas, é porque tem dinheiro em caixa. 

A primeira mudança que eu digo é a mudança de atitude e de postura, é não mexer com a esperança da população sem ter a garantia de que nós vamos conseguir concluir a obra porque tem recurso em caixa”.

Transporte público

Raquel Lyra tratou com o senador Humberto Costa (PT) sobre o Metrô do Recife. Foto: Divulgação
Raquel Lyra tratou com o senador Humberto Costa (PT) sobre o Metrô do Recife. Foto: Divulgação

“Eu estive, durante a campanha, no metrô, conversando com as pessoas em todo lugar que eu vou, eu pergunto de onde as pessoas são, onde elas trabalham, qual é a forma que tem para elas conseguirem chegar no seu trabalho. E o Metrô do Recife é fundamental para poder garantir o transporte em massa.

A Região Metropolitana do Recife tem um dos piores trânsitos do mundo. Isso aconteceu do dia para a noite. Houve, primeiro, a não colocação do transporte em massa como prioridade. Você não tem um investimento importante em infraestrutura, e eu digo em novas rodovias no Estado, há muito tempo. 

O Arco Metropolitano era sonhado há muito tempo. As pessoas saem da Região Metropolitana Norte e vão trabalhar lá em Suape. Eles moram em Igarassu e trabalham em Jaboatão, e as pessoas não têm o direito de andar de metrô. E eles andam em vias que estão esburacadas de ônibus e não têm a integração de forma adequada. Das primeiras conversas que a gente teve com o Governo Federal e com o Ministério das Cidades, com o ministro Rui Costa, da Casa Civil, com o presidente Lula, sempre falando, primeiro, da necessidade de investimento urgente no metrô. 

Antes de qualquer providência sobre se ele fica no Governo Federal, se ele vai ser trazido para o Estado, a gente sabe que as pessoas hoje estão em risco usando o Metrô do Recife. Eles mais quebram do que estão funcionando. A gente tem muito poucos vagões funcionando, e chove mais dentro do que fora, e eles quebram, não tem previsibilidade, demora muito. Recentemente pegou fogo numa estação. Primeiro, garantir os investimentos agora. Ao lado disso, é garantir que a gente possa renovar o metrô do Recife. E uma das possibilidades é que haja o recurso privado para isso, no modelo de concessão. 

Hoje o metrô é do governo federal, da CBTU. A indagação e a minha colocação é que, seja pelo Governo Federal, seja pelo Governo do Estado, a gente precisa da garantia de recurso. Se o Governo Federal não tem, que a gente possa buscar na iniciativa privada, através de um modelo de concessão, que já tinha sido estudado no governo anterior, é importante dizer isso, através do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e eles estão atualizando esses estudos para que a decisão seja tomada em cima de bases muito sólidas. 

Eu estive conversando com o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, a gente tem tido reuniões semanalmente com o time dele e com o Governo Federal para que a gente possa encontrar a solução que permita haver investimento em curto espaço de tempo. Antes da pandemia, o Metrô do Recife transportava, na Região Metropolitana, cerca de 400 mil pessoas.

Hoje esse número não passa de 70 mil, por duas razões: a primeira é por falta de previsibilidade, por o metrô quebrar tanto, as pessoas estão se virando como quer que seja; a segunda, é que a gente precisa de garantir que a população possa ser empregada e melhore o seu nível de renda, para que elas possam andar de transporte público. 

Essa é a pauta principal. Estamos modelando as novas concessões de transporte público do Recife, da Região Metropolitana, mas a gente entende que ela muito dificilmente terá sucesso se a gente não conseguir ter um modelo adequado de integração com o metrô. Por isso que a gente está trabalhando com o governo federal, inclusive, que essas novas concessões, porque Recife tem sete lotes, a Região Metropolitana, e só dois deles foram concedidos, que são exatamente os dos ramais da Copa, que a gente agora retomou a obra para poder entregar do sistema viário, das avenidas. A gente precisa fazer a concessão dos outros, mas ela só terá sucesso se for integrada com o metrô”.

Saúde

O Ambulatório José Breno de Souza Filho, anexo ao Hospital Agamenon Magalhães (HAM), foi inaugurado pela governadora Raquel Lyra. Foto: Miva Filho/Secom

Falar de saúde pública, de segurança pública, são temas que, em qualquer roda de conversa, qualquer entrevista, levantamento, são dos principais temas do nosso Estado. Da mesma forma que a segurança pública há muito não recebia investimento, isso mesmo aconteceu com a saúde pública do nosso Estado. 

Basta entrar nos hospitais e a população de Pernambuco, mais de 95% utiliza o sistema público de saúde, ela sente na pele isso todos os dias. No Hospital Otávio de Freitas, no Hospital da Restauração, no Hospital Agamenon Magalhães, e da mesma forma que a gente foi buscar recursos, ter um diagnóstico mais preciso na área de segurança pública, na área da educação, a gente tem também na saúde pública. 

Garantimos nessa primeira leva de empréstimos, pelo menos 600 milhões de reais para investimento na nossa rede pública de saúde. E a gente começou pelo grande símbolo de saúde pública aqui em Pernambuco, que é o Hospital da Restauração. O Hospital da Restauração, hoje está com a reforma no sétimo andar, e a gente está licitando, a gente teve que relançar os editais, e a gente está licitando até o final do ano, a gente tem mais três andares que vão estar em reforma também. 

Iniciamos um grande mutirão de exames e cirurgias. A gente já entregou quase 320 novos leitos desde janeiro. E esses leitos, para que a gente consiga trazer mais resolutividade, não só na Região Metropolitana, como também para o interior. 

Isso fez com que, por exemplo, a gente garantisse leitos de alta complexidade materna lá no sertão de Ouricuri, no sertão do Araripe. A gente abria hemodinâmica para atendimento de urgência e emergência cardiológica em Serra Talhada. A gente garantiu cirurgia ortopédica e ortopedia-pediátrica funcionando em Arcoverde. A gente vai avançar, muito em breve, para garantir cirurgia neurológica funcionando no Hospital Regional do Agreste. A gente vai inaugurar, no primeiro trimestre do ano que vem, se Deus permitir, o Hospital da Mulher do Agreste, garantindo a descentralização do atendimento materno e materno infantil com qualidade no nosso estado. 

Fizemos um diagnóstico que indica que todos os dias as mães de Pernambuco, elas andam para ter seus filhos 33 mil quilômetros, e nos comprometemos a construir cinco novas maternidades. A primeira delas a gente entrega já no início do ano que vem, que é para atender o Agreste. 

As outras quatro já têm lugar certo para ser construído, em Ouricuri, em Serra Talhada, em Petrolina, em Garanhuns e na região metropolitana do Recife. Desculpa, em Petrolina nós já temos. Em Garanhuns e na região metropolitana do Recife. E o que a gente tem de garantir agora, e é o que nós estamos trabalhando para isso, é que a gente tenha sistemas funcionando de maneira adequada.

A gente já nomeou 315 novos médicos. A gente tem recorde de execução de despesas na saúde, a gente já gastou mais na saúde este ano do que investiu no ano passado. Mas a gente tem uma parte da saúde executada diretamente pelo governo de Pernambuco, uma parte por organizações sociais.

Os contratos com as organizações sociais, por exemplo, todos eles eram pagos cheios, 100%, e não olhava para a performance. Então hoje, por exemplo, a gente já tem um saldo dentro das organizações sociais de recursos que foram pagos e não foram executados, porque a gente conseguiu fazer o diagnóstico adequado. Nós estamos centralizando as compras, porque a gente diagnosticou também que a Dipirona, ela tinha mais de 200 % de diferença de preço entre a mais barata e a mais cara. E se a gente compra pelo preço mais barato que algum hospital de Pernambuco hoje já compra, a gente economiza só de Dipirona por ano R$2 milhões. A gente tinha, nessa decisão de compras centralizadas, cada hospital não vai comprar sozinho. A gente vai ganhar em escala, porque todo mundo que faz as suas compras dentro de casa sabe que quando a gente compra mais, quando a gente vai para um lugar onde a gente tem, na compra maior, um desconto, a gente está fazendo isso. Nós estamos centralizando as compras. A Secretaria de Administração hoje centralizou todas as compras de Pernambuco e da saúde pública também. Eram 60 pessoas que trabalhavam em um andar na Secretaria de Administração, agora são 180 pessoas trabalhando em compras centralizadas, para que a gente possa ter mais efetividade e mais economia. 

Do mesmo jeito que a gente economizou 80 % da alimentação do Palácio, que era utilizado lá no Palácio em gêneros alimentícios, nós vamos economizar na saúde pública também em Pernambuco, gastando melhor e gastando mais, como a gente vem fazendo. As roupas especialidades, elas funcionavam a 20 % do atendimento, 20%, naquele prédio bonito que foi construído ainda na época do meu pai, Secretário de Saúde, com Eduardo Campos, governador do Estado, que alguns deles foram inaugurados e nunca funcionaram, quatro, cinco anos prontos e nunca tinham sido entregues, a não ser no finalzinho do ano passado. 

A gente vai levá-los a 100%. Conseguimos, com o governo federal, garantir o financiamento. Cada um deles agora vai ter R$800 mil do governo federal, e com isso a gente pode garantir elas funcionando a 100%, garantindo que muitas das coisas que hoje vão para os hospitais não cheguem até lá. Então, é um trabalho sério, com a gente de maneira muito comprometida, entregando novos leitos, descentralizando o atendimento, reformando as unidades de saúde e permitindo que a gente possa ter uma melhor condição de atendimento à nossa população, como a gente já tem, por exemplo, no hospital, o esvaziamento um pouco do Hospital Agamenon Magalhães, a partir da entrega do ambulatório que estava em obras desde 2014 e nunca tinha sido entregue. 

Então, com isso, a gente pode elevar, triplicar o número de salas para atender o ambulatório, tirar a área administrativa do Agamenon de dentro do hospital e ter mais espaço para que os pacientes possam ser atendidos. Não é um trabalho simples, a mudança é muito difícil de ser feita, da forma de fazer, a compreensão de que gestão é gestão de verdade, inclusive na Assembleia Legislativa, a gente está melhorando, sim, o valor do salário, da gratificação que é paga para os gestores de hospitais, estamos estruturando melhor o nível de gestão hospitalar para permitir que a gente possa ter pessoas que possam estar em dedicação exclusiva, trabalhando para garantir melhor atendimento.

Estamos fazendo um contrato de manutenção dos hospitais, acredita que não existia? Não existia contrato de manutenção, era cada hospital comprando um saco de cimento, um pedaço de fio, com seu próprio eletricista fazendo isso, como todo mundo sabe, que o nível que tem que ter de investimento em manutenção de hospital, para que ele não decaia, precisa ser permanente, assim como nas escolas, sem contrato de manutenção não consegue funcionar. Então a gente está arrumando a casa e não tenho dúvida nenhuma de que a gente vai conseguir fazer excelentes entregas a partir do ano que vem. 

Investimentos

A governadora Raquel Lyra entrou nas articulações para garantir os incentivos fiscais para o polo automotivo de Goiana. Foto: Janaína Pepeu/Secom
A governadora Raquel Lyra entrou nas articulações para garantir os incentivos fiscais para o polo automotivo de Goiana. Foto: Janaína Pepeu/Secom

“É o agora, a gente garantiu o agora, que a gente tem que fazer para poder chegar lá posicionado bem para atrair novos empreendimentos. Importante você falar sobre a reforma tributária, porque na próxima quarta-feira provavelmente estará em discussão e votação na Câmara dos Deputados, e eu vou estar lá para acompanhar a votação, que vai poder garantir a renovação dos incentivos para índices Stellantis, garantir novos investimentos em Pernambuco.

E o que isso significa? É que quem está lá na cidade de Goiânia, que está nos ouvindo, eu estive visitando todo o polo industrial da região metropolitana norte de Pernambuco, a gente poder garantir novos investimentos acontecendo lá. Se a reforma tributária, com essa prorrogação de benefício da Fiat, ela garante mais um bilhão e meio de dólares de investimentos, R$10 bilhões na planta da Fiat. 

E isso garante aumento da quantidade de gente trabalhando, aumento de tecnologia, produzindo tecnologia de ponta saindo daqui. Eu não sei se quem está em casa, que está nos ouvindo, sabe, mas a gente exporta carro vindo daqui, por exemplo, para o México, para a Argentina, produzido com tecnologia pernambucana. 

O RAM, o Renegade, são carros que, quando a gente fala fora daqui e que são produzidos no nosso estado, ninguém nem acredita. E quando eu fui, todo mundo trabalhando pela prorrogação dessa manutenção, o empresariado, a população, os líderes políticos, eu falava lá no sul, lá em Brasília, no sudeste, gente, nós não estamos disputando espaço com vocês, nós estamos querendo garantir que quem teve a coragem de se instalar lá, onde só era canavial, em Pernambuco, possa manter os seus investimentos lá. 

Porque é o filho do trabalhador do corte da cana que hoje está lá. Uma menina de 30 anos, agora é líder mundial da Fiat lá na Itália, porque ela conseguiu ter emprego aqui, na Stellantis. E emprego de qualidade. E a gente quer que as pessoas possam ter direito ao acesso ao emprego de qualidade. 

E para a gente poder garantir que novos investimentos como esse possam acontecer no nosso estado, a gente precisa cuidar da infraestrutura. O Pernambuco mais competitivo, e Pernambuco é importante dizer, em relatório do Banco Mundial, foi apontado como o estado menos competitivo do Brasil. O que quer dizer isso? É que o ambiente de negócios é mais desfavorável para um empresário investir aqui. A gente foi olhando item a item e a gente já conseguiu melhorar esse ambiente. Mandamos reforma de legislação, de tributo, da fazenda pública, para garantir a desburocratização, a gente não tratar empresário, empreendedor, como bandido, como viés muito mais punitivo do que alguém que quer poder trazê-lo para junto e dizer assim, invista aqui no estado de Pernambuco, que nós somos um ambiente seguro para poder garantir o seu investimento. 

Grande parte dessa legislação a gente já mandou para a Assembleia Legislativa, já foi aprovada. A gente agora está rodando um programa de regularização dos contribuintes e a gente está conseguindo fazer com que grande parte de empresariado, pessoas físicas e jurídicas, possam ter o seu nome limpo, seja aquele que estava devendo IPVA, seja aquele que estava devendo por conta de atos infracionais, de ICMS, emitidos pela fazenda pública, podem regularizar o seu tributo em 100 vezes, reduzindo multas, reduzindo juros, ninguém ter mais vergonha ou constrangimento de sair com sua moto, porque até agora está com o IPVA garantido, com parcelamento em 100 vezes, sem ser multa de 100%, agora para sempre, agora também o grande empresário pode investir aqui e os médios também, que estavam com o nome sujo. Então, fazendo infraestrutura, a gente lança o Arco Metropolitano, provavelmente, era para ser em dezembro, mas deve ser no primeiro trimestre do ano que vem, é R$ 1 ,3 bilhão, R$ 650 milhões nossos, R $ 650 milhões do governo federal, aquele trecho que sai da BR-232 e vai até o Cabo de Santo Agostinho é o primeiro, e a partir daí a população, quem quer investir aqui, tem a garantia de que a gente vai fazer a obra toda. 

Não é com discurso, mas com atitude que a gente precisa garantir os investimentos aqui. A gente já retomou a obra, por exemplo, da PE-45, que liga Escada e Vitória, a BR-232 e a BR-101, isso é uma conexão importante para quem produz, escoamento da produção, a gente está tratando os distritos industriais, assim como da Região Metropolitana Norte, como a gente trata o distrito industrial de Suape, o Porto Industrial, o distrito de Vitória de Santo Antão, ser tratado como um bloco de conjuntos de investimentos que precisam ser colocados lá. 

A gente está indo para o arranjo produtivo de Pernambuco para garantir que o Estado possa ser o mais parceiro possível de quem tem a coragem de investir, ou investir, num Estado que não era favorável a eles. A Bacia Leiteira, a região da pecuária, do nosso polo de artesanato, do nosso polo da fruticultura irrigada, da cana-de-açúcar, a gente investir em pesquisa, em estudos, como a gente vem fazendo junto com o Porto Suape, a FIEP, para que a gente possa avançar no uso de combustíveis renováveis e a gente produz já ele. Isso vai nos ajudar a atrair hidrogênio verde, que o mundo inteiro quer produzir, precisa de energia, como a Europa, por conta da guerra lá com a Ucrânia, não consegue mais gás, eles vão precisar do Nordeste e a gente precisa estar pronto para receber esses investimentos. Suape, a dragagem que estava parada há anos, agora já é realidade, está sendo feita, para receber navios mais profundos, para a gente poder garantir importação e exportação via Porto Suape, se junta com a Transnordestina e leva até o centro do Brasil as nossas mercadorias, como trazem de lá, para exportar pelo Porto Suape.

Não é um serviço só, mas olhando região a região de Pernambuco, a gente poder garantir o reposicionamento do nosso Estado para ter competitividade com os nossos parceiros do Nordeste, mas também com o Sudeste Brasileiro e garantir novas indústrias podendo chegar aqui”.

Piso de Enfermagem

Raquel Lyra aguarda dinheiro do Governo Federal para fazer repasse aos profissionais da enfermagem. Foto: Janaína Pepeu/Secom

“Como é que funciona o pagamento do piso da enfermagem? Funciona através de repasse do governo federal para a gente e a gente repassa para o trabalhador e trabalhadora do nosso Estado, enfermeiro e enfermeira, técnicos de enfermagem do nosso Estado. A gente fez um cadastro, o governo federal tem o cadastro dos nossos trabalhadores de maneira direta e daqueles contratados pelas organizações sociais que estão atuando em hospitais como o Dom Helder, como as UPAs, como as UPAs especialidades e é o Governo Federal que através desse cadastro, no CPF, desse trabalhador indica quanto e quando repassa o dinheiro para cada um receber.

Nós somos repassadores deste valor. Há um problema no pagamento do mês de setembro, a gente tem acompanhado isso falando e dialogando sempre com o Ministério da Saúde, com muita cautela sobre isso, mas é importante dizer que o cadastro é encaminhado e eles precisam, o Governo Federal, encaminhar o recurso por CPF vinculado ao pagamento desse trabalhador e o governo federal está com problemas no repasse e na identificação desses cadastros. 

Eu sei que para quem está trabalhando é difícil de ouvir isso e eu sou solidária à luta, mas a gente não recebeu para poder repassar e eu espero que isso possa ser sanado o mais rápido possível”.

Mulher

Raquel Lyra ressaltou as dificuldades para governar sendo mulher ao lado da sua vice, Priscila Krause. Foto: Janaína Pepeu/Secom

“Isso a gente vai precisar de muitas gerações ainda. Nós somos um caso inédito no Brasil. Eu e Priscila somos a primeira dupla de mulheres a poder governar um Estado e somos a primeira a governar Pernambuco. E a gente tem um jeito diferente de fazer as coisas. E o olhar de uma mulher também faz as coisas poderem acontecer de um jeito diferente. 

Eu tenho certeza de que as nossas decisões e prioridades passam também por isso. A questão das creches, das maternidades, o programa Mães de Pernambuco, que está em tramitação na Assembleia Legislativa e que garante para as mães de crianças de zero a seis anos e que estão em situação de extrema pobreza, são cerca de 100 mil famílias em Pernambuco que passam por isso, receber uma renda extra de R$300 para a gente garantir um valor para além do Bolsa Família, poder essas casas que estão na criança, na primeira infância, ter uma renda maior para poder comprar alimentos, para pagar o aluguel, passa também por uma decisão de a gente focar na área de assistência social, na área de saúde, com um olhar que passa pela saúde da mulher, pela sobrevivência da mulher. A gente lançou o programa Bora Empreender. É mais difícil para as mulheres empreenderem. 

E a gente lança microcrédito de 3 a 5 mil reais para a pessoa física e jurídica, mulheres e homens também, mas a pessoa física é só para mulheres que têm mais dificuldade de acessar crédito em banco, que elas podem ter essa renda e a gente poder permitir que elas possam, deixando a criança na creche, poder empreender e com isso trazer mais recursos para casa. 

A gente ainda precisa mudar muito, mudar não, a partir do nosso exemplo, a gente garantir que no futuro as mulheres não sejam julgadas pelo seu gênero, e hoje eu sou muito julgada pelo meu gênero, porque sou mulher.

A forma que tratam a gente, o adjetivo que usam para a gente, é muito diferente daquilo que eles, do que de maneira geral se aborda um governante homem. É fato isso. Recentemente, colocamos isso nas redes sociais, porque é importante falar sobre isso, porque mulher é tratada, é assediada, não só sexualmente, mas moralmente, pelo fato de ser mulher no trabalho todos os dias, e na política tenho a certeza de que isso é um andar mais elevado. 

E penso que, ao longo do tempo, eu espero e trabalho para isso, a gente montou um secretariado 50% mulher, são 52% de mulheres líderes em Pernambuco, dando espaço para que elas possam ter voz e ter vez, e animar outras mulheres a ocupar postos de liderança. 

Não é uma tarefa que faço sozinha, mas a gente tem uma rede de mulheres, e de homens também, que são sensíveis à causa e que querem poder fazer dar certo um governo que seja liderado por mulheres. Isso passa por uma mudança de cultura também, e de cultura política”.

Futuro

Palácio do Campo das Princesas é a sede oficial do Governo do Estado de Pernambuco. Foto: Mariana Fabrício/Secom
Palácio do Campo das Princesas é a sede oficial do Governo do Estado de Pernambuco. Foto: Mariana Fabrício/Secom

A gente trabalhou o ano inteiro para arrumar a casa, a gente está trabalhando para fazer a mudança que Pernambuco quer e precisa, e essa mudança vai estar muito clara, não tenho dúvida nenhuma, ainda de maneira mais acelerada no ano que vem, onde a gente vai conseguir colocar em prática tudo aquilo que a gente conseguiu e a gente já vem fazendo no Estado, mas com maior escala. Dar uma mensagem firme para que em cada recanto de Pernambuco a gente já tenha ação sendo realizada, e nós não vamos privilegiar uma área que quer. A gente vai chegar, sobretudo, a uma população mais invisível do Estado de Pernambuco, nunca teve política pública chegando de verdade e de maneira estruturada. 

De manhã, de tarde, de noite, nós estamos trabalhando para as pessoas que a gente não conhece pelo nome. É por elas que a gente se levanta todo dia bem cedo e dorme bem tarde, e eu não quero conhecê-las pelo nome, eu quero que elas possam ser beneficiadas por aquilo que a gente consegue fazer a partir do nosso trabalho, indistintamente, sem saber a quem a gente está ajudando, em quem ela votou, a gente poder chegar na vida dela transformando para melhor. 

Não é simples, mas ninguém disse que seria, e o caminho mais simples não é aquele que transforma. A gente escolheu o caminho da mudança, e o caminho da mudança é sempre mais tortuoso, porque ele carece de a gente poder mexer nas raízes do problema, e a gente está mexendo nisso agora. 

Para poder fazer florescer no nosso Estado um tempo novo, a gente precisa atender e enxergar os problemas de maneira estruturada, para solucioná-los de maneira mais definitiva, e que quem vem depois da gente saiba que a gente está de um passo adiante, que não dá mais para voltar para trás.

Mensagem de fé, de confiança, desejar um Feliz Natal para todos, um Feliz Ano Novo com muito mais qualidade de vida para todos, que a esperança possa ser renovada em cada tempo, no coração e nas mentes de cada pernambucano e pernambucana que nos ouvem hoje. Beijo no coração de todos, obrigada pela confiança que vocês têm depositado no nosso governo, obrigada por acreditar que é possível, sim, fazer diferente, porque a gente já demonstra que isso, na prática, já está acontecendo e vai acontecer de maneira muito mais firme. 

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