Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Sua fonte de informação sobre os negócios do Nordeste

Muribeca pede barragem para combater enchentes

Muribeca é uma das comunidades mais afetadas pela águas do rio Jaboatão.
Muribeca
Enchentes em Muribeca são recorrentes/Reprodução TV Globo

Uma das regiões mais afetadas por enchentes em Jaboatão dos Guararapes é a Muribeca. Temendo que o governo do estado não inclua a barragem do Engenho Pereira, que também beneficiaria o município de Moreno, no rol de barragens prioritárias, o Movimento Somos Todos Muribeca está mobilizando prefeitos, lideranças políticas e especialistas em hidrologia em defesa da barragem.

Essa frente representa comunidades que somam em torno de 26 mil pessoas, que moram em localidades afetadas por enchentes que se repetem este ano. “Quem mora nas áreas mais baixas é ainda mais prejudicado: tem que enfrentar o risco de ter a casa invadida pela água ou ser levado pela correnteza, a cada período chuvoso”, afirma um dos líderes do Fórum e diretor da Associação de Moradores da Muribeca, Diógenes Pereira Dantas.

De acordo com ele, a construção da barragem poderia reduzir o problema das cheias entre 50% e 70%. “Engenho Pereira é fundamental e vamos pressionar o poder público municipal, estadual e federal para que saia do papel”, acrescenta.

Plano

O plano do Governo de Pernambuco, em meio a mais um estado de emergência provocado pelas chuvas, não sinalizou a entrada do Engenho Pereira de fora entre obras emergenciais. O plano do governo privilegia barragens na Mata Meridional (Igarapeba, em São Benedito do Sul) e três no Agreste: Panelas II (em Cupira), Gatos (em Lagoa dos Gatos) e Barra da Guabiraba, na cidade do mesmo nome.  Essas quatro represas, cuja implementação se arrasta, sem conclusão, desde o início dos anos 2010, visam o controle das bacias dos rios Una e Serinhaém.

Políticos

Entre os políticos e gestores públicos ouvidos pela reportagem, a determinação é cobrar à governadora Raquel Lyra e à União que a barragem de Engenho Pereira seja retomada com urgência. O empreendimento, considerado essencial para o controle do Rio Jaboatão e paralisado desde 2014, vai beneficiar principalmente Jaboatão dos Guararapes e Moreno.

- Publicidade -

Enchentes na Muribeca

O prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), defende que “a barragem do Engenho Pereira é de suma importância para conter as enchentes e proteger os moradores das áreas próximas ao rio Jaboatão”. “Algumas vezes, nem chove em nossa cidade, mas somos afetados devido ao grande volume de água que desce pela bacia do rio, em Vitória de Santo Antão e Moreno”, relata.

O prefeito detalha que Muribeca é a localidade mais atingida. “Das 100 pessoas que acolhemos nos nossos abrigos no último final de semana, 96 eram daquele bairro”, contabiliza.

O gestor promete mobilização para que as cheias e seus impactos, muitas vezes fatais, deixem de ser um fenômeno fixo do calendário da cidade, no inverno. “Cobraremos a retomada da barragem ao governo do estado e à secretaria estadual de Recursos Hídricos. Também seguiremos nas articulações para que a União colabore não apenas nesta obra, como também enviando recursos para execução do Plano Estadual de Contenção de Enchentes como um todo”, sustenta.

Em segundo plano

O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e ex-deputado estadual Elias Gomes (MDB) avalia que Engenho Pereira está sendo relegada a um segundo plano. “O projeto faz parte de uma solução para os problemas crônicos de enchentes e, infelizmente, se encontra parado e sem previsão de retomada”, critica.

“São necessários R$ 54 milhões para a conclusão do empreendimento. Apesar do alto custo, é possível tirar o projeto do papel, articulando-se com os governos estadual e federal, e com os parlamentares que receberam votos na cidade”, afirma.

Elias Gomes, que foi prefeito por dois mandatos consecutivos, de 2009 a 2017, destaca que em sua gestão foi elaborado e implantado o Plano de Macrodrenagem do município. O atual secretário de Serviços Urbanos e Defesa Civil (Sesurb), Harley Souza Tavares, afirma que R$ 15 milhões por ano são investidos nessa iniciativa.

No entanto, o engenheiro pernambucano Kleiton Lins, diretor técnico da Moura Lins Engenharia e especialista em Infraestrutura de Transportes e Hidrologia, analisa que a macrodrenagem, apesar de importante, não tem fôlego sozinho para prevenir inundações em Jaboatão dos Guararapes e Moreno.

“Essas intervenções não são o suficiente. A construção da barragem do Engenho Pereira e a dragagem do rio Jaboatão entre o Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes são fundamentais”, argumenta. Essa dragagem também é de responsabilidade do Governo de Pernambuco.

Moreno

“Engenho Pereira já deveria ser uma realidade há vários anos. Nossa cidade sempre sonhou com essa barragem que poderia pôr fim a duas situações: as cheias e a precariedade do abastecimento de água na região”, reclama o prefeito de Moreno, Edmilson Cupertino (PP).

O gestor afirma que tem realizado uma peregrinação frequente a Brasília, desde 2021, na tentativa de articular recursos para o empreendimento. Agora, promete intensificar a agenda de viagens à capital do país. Segundo ele, há um desentendimento entre os governos federal e estadual em relação às desapropriações necessárias e à área que deverá ser alagada. “Esse impasse precisa ser superado”, ressalta.

Leia também:

Governo do Estado anuncia edital para barragem de Panelas II

População e prefeitos cobram barragem do Engenho Pereira, obra de R$ 50 milhões

- Publicidade -
- Publicidade -

Mais Notícias

- Publicidade -