Exportações da Bahia têm salto histórico de 14%

Exportações da Bahia registram segundo mês de desempenho positivo após um ciclo de queda. No entanto, dependência de commodities agrícolas preocupa em 2024
Exportações da Bahia tiveram nove meses de queda consecutiva até novembro de 2023
Exportações da Bahia começaram a reagir em dezembro de 2023, depois de nove meses de queda consecutiva ao longo do ano passado/Foto: Ascom-SEI

As exportações da Bahia começam a reagir, depois de uma fase de quedas consecutivas. Em janeiro passado, o estado registrou um salto histórico no valor dos embarques, de 14% em relação ao mesmo período de 2023, atingindo uma receita de US$ 835,2 milhões. O indicador mostra um avanço em relação a dezembro, quando a economia baiana registrou crescimento de 6,8% nas exportações (sobre o mesmo mês de 2022), depois de nove meses com resultados negativos em sequência.

Os números de janeiro estão em 2º lugar entre os recordes históricos registrados pela Bahia no mês desde 1997. Nesta série, ficam atrás apenas da receita obtida em janeiro de 2022.

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Já as importações somaram US$ 680,3 milhões, recuo de 30,4% no comparativo mensal.

Com isso, o saldo positivo da balança comercial do estado chegou a US$ 154,9 milhões, ante um déficit de US$ 246,1 milhões em janeiro de 2023, o que demonstra uma melhoria na balança comercial da Bahia. Por sua vez, a corrente de comércio (soma de embarques e desembarques), alcançou US$ 1,52 bilhão (retração de 11,4%).

As informações são da Superintendência de Estudos Econômicos e Sociais da Bahia (SEI) – vinculada à Secretaria de Planejamento (Seplan) – que se baseia nos dados da Secretaria de Comércio Exterior, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).

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Exportações da Bahia crescem em receita e volume

As exportações baianas em janeiro mostraram dinamismo não apenas na receita, mas também no volume dos embarques, que teve incremento de de 4,5%.

A ampliação do valor, no entanto, refletiu em grande escala a melhoria dos preços de produtos que têm peso na pauta de exportações do estado. A valorização positiva foi, em média, de 9,2% no comparativo com o mesmo mês de 2023. O ritmo foi ainda superior à recuperação de preços registrada em dezembro (6,8%).

Em termos de valorização, a maior contribuição veio dos derivados de petróleo, cujas cotações estão aquecidas no mercado internacional (alta de 21% em janeiro de 2024 sobre janeiro de 2023). O cenário também foi de aumento de preços de produtos petroquímicos (2,3%) e algodão (4,1%).

Soja tem sido o carro-chefe das exportações baianas, mas El Niño em 2024 traz preocupação/Foto: Divulgação Ihara
Soja tem sido o motor principal do comércio exterior na Bahia, mas impacto do El Niño em 2024 gera incertezas/Foto: Divulgação Ihara

Soja é o carro-chefe das exportações da Bahia

O agronegócio é o principal responsável pela recuperação recente das exportações baianas. A receita do setor no comércio exterior cresceu 80,3% em janeiro – atingindo US$ 375,2 milhões – impulsionada principalmente pelos embarque de soja (alta de 177%). O produto teve impacto elevado no resultado do mês, apesar de uma queda de 6% nos preços.

Outras commodities agrícolas que tiveram destaque no período foram o algodão (crescimento de 125% no valor exportado), café e especiarias (57%) e frutas frescas (53%). No caso do café, a situação é semelhante à da soja: o aumento do volume de embarques compensou a retração nos preços.

A dependência de commodities, no entanto, gera incertezas para a balança comercial da Bahia ao longo de 2024. Há previsão de uma redução de 9,1% da safra de grãos, sendo esperada queda nos embarques de milho e em quantidade menor na soja.

As projeções são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e se baseiam nas previsões de impacto do El Niño. O fenômeno climático recorrente, que se repete este ano, provoca estiagem em todo o Nordeste.    

O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), realizado pelo IBGE a partir de informações da SEI, estima, para este ano, uma produção de cereais, oleaginosas e leguminosas de 11 milhões de toneladas na Bahia, quase 10% a menos que o resultado recorde da safra 2023.

Indústria de transformação segue em queda nas exportações da Bahia
Exportações da Bahia ainda não se recuperaram do baque provocado pelo fechamento do complexo da Ford e BYD é aposta para reversão desse quadro/Foto: BYD (Divulgação)

Indústria de transformação segue em queda

A indústria de transformação manteve em janeiro a trajetória de declínio nas exportações estaduais. A queda na receita chegou a 16,5%. O setor enfreta um cenário desafiador, impactado por diversos fatores, entre eles o encerramento, em janeiro de 2021, das atividades do complexo da Ford, em Camaçari.

A indústria automobilística garantia uma contribuição decisiva para os manufaturados nos embarques da economia baiana. A expectativa é que esse quadro comece a ser revertido a partir da entrada em operação da greentech chinesa BYD, que assumiu as antigas instalações da concorrente norte-americana e tem previsão de produzir os primeiros veículos entre o final de 2024 e o início de 2025.

Na área fabril, a indústria extrativa teve desempenho positivo, registrando incremento nas vendas externas de 6,7%.

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