As construtoras brasileiras estão ajustando suas estratégias para 2025 com um foco cada vez mais evidente: o Minha Casa, Minha Vida (MCMV). Com isso, a expectativa é que o programa habitacional, que tem se consolidado como uma das principais molas propulsoras do mercado imobiliário nacional, continue sendo prioridade diante de um cenário de alta demanda por imóveis e desafios estruturais do setor. A capital alagoana e cidades da região Metropolitana puxam a demanda e a procura por imóveis neste segmento no estado.
De acordo com o CEO da B2B Gestão de Lançamentos Imobiliários, Luciano Castilhos, espera-se um crescimento significativo na oferta de imóveis, com diversas construtoras investindo em novos projetos habitacionais. Para ele, a variedade de opções deve aumentar, atendendo a diferentes perfis de compradores, desde apartamentos compactos até casas em regiões mais afastadas.
O mercado alagoano vem se mostrando promissor para 2025 impulsionado por fatores como o crescimento econômico do estado, a alta da renda da população e a busca por melhores condições de vida. Apesar dos desafios impostos pelas taxas de juros, o setor demonstra resiliência e continua em expansão.
O executivo reforça, ainda, que o MCMV continua sendo um importante motor do mercado, oferecendo imóveis cada vez mais acessíveis e condições de pagamento facilitadas. “O Ministério das Cidades anunciou recentemente a construção de 1.246 novas unidades habitacionais em seis municípios alagoanos, reforçando a importância desse programa para o setor”, comenta.
Segundo Castilhos, Maceió é a capital com o metro quadrado mais caro do Nordeste (avaliado em R$ 8.803, segundo o Índice FipeZap) e concentra a maior parte dos empreendimentos, oferecendo diversas opções de imóveis. “Isso tem feito com que a cidade se destaque como um polo de desenvolvimento e consiga atrair cada vez mais investimentos”, acrescenta.
Mercado imobiliário aquecido além da capital
Na Região Metropolitana de Maceió, cidades como Rio Largo, Marechal Deodoro e Santa Luzia do Norte estão em constante crescimento, impulsionadas pelo desenvolvimento industrial e pela proximidade da capital.
Em novembro, o Ministério das Cidades autorizou a construção de 736 unidades habitacionais no bairro do Benedito Bentes, em Maceió. A obra terá investimento de R$ 125 milhões e faz parte do programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal, e é destinada a pessoas com renda bruta de até R$ 2.640,00.
Além do residencial autorizado para ser construído no bairro do Benedito Bentes, há a previsão de sejam construídos habitacionais no Centro de Maceió e nos bairros da Santa Lúcia e Antares, além de outro na cidade de Marechal Deodoro.
Ao todo, a previsão é de que sejam erguidas três mil unidades, que ainda não possuem prazo para execução.
Já cidades como Maragogi e Japaratinga, conhecidas por suas praias paradisíacas, tem sido foco cada vez maior de investimentos em turismo e imobiliário. A construção de um novo aeroporto em Maragogi e a chegada de grandes investidores reforçam o potencial de crescimento da região.
Segundo avaliação da B2B, o Nordeste como um todo tem apresentado um crescimento significativo no setor imobiliário, com aumento nos lançamentos, nas vendas e na oferta final de imóveis. As unidades do Minha Casa Minha Vida representam quase 50% desse mercado, demonstrando a importância das políticas públicas para o acesso à moradia.
MCMV deve ser tendência no restante do país
Segundo avaliação de Castilhos, a expectativa é que as empresas do setor imobiliário escalem ainda mais seus esforços no segmento popular em 2025. Para ele, a combinação de demanda reprimida, incentivos governamentais e potencial de crescimento sustentado coloca o MCMV no centro das atenções de construtoras interessadas em aproveitar o momento.
“A estimativa é que esse déficit habitacional brasileiro ainda seja superior a sete milhões de unidades e o programa pode ser fundamental para reduzir essa lacuna. Ou seja, ao ampliar o acesso à casa própria, contribui para a inclusão social e melhora a qualidade de vida de milhões de famílias brasileiras”, comenta o executivo.
Para além dos números, o impacto social do Minha Casa, Minha Vida se mantém como um diferencial importante. Desde sua criação, o programa vem sendo um divisor de águas no setor imobiliário direcionando subsídios e condições especiais de financiamento para famílias de baixa renda.
Para Castilhos, em 2025 essa dinâmica promete se intensificar graças à ampliação das faixas de renda atendidas pelo programa, que atualmente contempla famílias com rendimentos de até R$ 8.000,00. “A inclusão desta faixa mais ampla de público elevou o protagonismo do MCMV como catalisador de novos lançamentos imobiliários, que hoje representam mais de 50% de todos os projetos residenciais no país”, finaliza Luciano.
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