O índice de desempenho socioeconômico (IDS) de Alagoas registrou um crescimento de 17,8% entre 2009 e 2018, segundo levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o órgão, o IDS alagoano saltou de 4,416 para 5,204 em dez anos. O percentual conferido ao estado é maior do que os 12,8% da média nacional.
O Índice de Desenvolvimento Social (IDS) é um índice com base na esperança de vida à nascença, nível educacional e conforto e saneamento. Ou seja, semelhante em conceito ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mas substituindo ao índice “Renda” pelo índice “Conforto e saneamento”.
Em 2016, um estudo divulgado Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) apontava que Alagoas havia fechado o período compreendido entre 2011 e 2014 com o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) do país, 0,667. O resultado, entretanto, era melhor que o do período anterior, entre 2000 e 2010.
Não é à toa que a notícia do IDS foi muito comemorada pelo Estado. Para o secretário de Estado de Planejamento, Gestão e Patrimônio, Gabriel Albino, o aumento na qualidade de vida da população alagoana é resultado do trabalho desenvolvido pelo Governo do Estado em diversas áreas.
“O Estado de Alagoas demonstra que, após um ajuste fiscal nas contas públicas, os recursos e os programas de governo vêm sendo revertidos para a melhoria da qualidade de vida da população. O fato de nosso desempenho ser melhor que a média brasileira, demonstra que as políticas públicas do governo estadual, orientadas em dados e evidências, têm surtido resultados consistentes e sustentáveis ao longo do tempo”, ressaltou.
Cálculo do IDS
O IBGE explica que o cálculo do IDS leva em consideração a Renda Disponível Familiar Per Capita (RDFPC), que avalia o progresso socioeconômico com base na renda, e o Índice de Perda de Qualidade de Vida (IPQV), que indica as privações enfrentadas pela população. Para calcular o índice são levados em conta quesitos como bem-estar, desigualdade, exclusão social e pobreza, além de características das pessoas de referência das famílias, como cor ou raça, sexo, idade e renda.
Analista da pesquisa do IBGE, Leonardo Oliveira explica que o índice de desempenho socioeconômico é resultado da quantidade de recursos gerados por uma sociedade e a perda de qualidade de vida que ela sofre em determinado período. “Tal índice permite comparar as diferentes unidades da federação em uma métrica comum que desconta do progresso econômico as perdas apontadas pelo IPQV”, explica. “A partir dos indicadores de cada dimensão, é possível calcular a perda que cada pessoa tem [em sua qualidade de vida], como ter um lazer considerado ruim ou passar tempo demais no transporte”, acrescenta.
Em Alagoas, essas privações recuaram de 0,310 para 0,216 entre 2009 e 2018. Ou seja, a qualidade de vida do alagoano aumentou 30,3% em dez anos, segundo o levantamento. Segundo o IBGE, o item acesso a serviços financeiros e padrão de vida no estado foi o que mais contribuiu na melhoria do desempenho socioeconômico, com 20,1% do total. Em seguida aparecem educação (19,5%), acesso aos serviços de utilidade pública (18,3%), moradia (15,5%) e transporte e lazer (11,9%).
Pesquisa em Alagoas
O levantamento do instituto foi divulgado na última sexta-feira e feito com base nos dados da última edição da Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), abrangendo o período de 2017 a 2018, em comparação com a pesquisa anterior referente a 2008 e 2009. Em nota, o IBGE informa que a POF é uma recomendação da Organização das Nações Unidas (ONU), que orienta aos países signatários a criação de indicadores multidimensionais capazes de avaliar o desenvolvimento social de diferentes grupos.
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