Em expansão, Copergás quer estimular geração de gás natural renovável

Estatal lançou edital para atrair e incentivar produtores de biometano para complementar a demanda em Pernambuco

A Companhia Pernambucana de Gás (Copergás) está realizando uma expansão com investimentos previstos de R$ 400 milhões em ações que devem ser concluídas até 2026. A iniciativa inclui a ampliação da interiorização da rede de distribuição do gás natural e a finalização do gasoduto Camaragibe-Carpina, iniciado em 2019 e que deve ficar pronto no primeiro trimestre de 2023.

Copergás
FOTO: Marlon Diego/Divulgação

No primeiro semestre de 2022, a empresa também registrou outro marco: ultrapassou os mil quilômetros de gasodutos, consolidando uma das maiores redes de dutos entre as distribuidoras nordestinas. 

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 “A nossa ampliação é importante para o Estado porque leva o desenvolvimento para outras regiões, atrai indústrias, novos empreendimentos; e os postos de combustíveis passam a ter Gás Natural Veicular (GNV). Hoje, alguns tipos de indústria só se instalam onde tiver gás e água. Somos indutores do desenvolvimento”, diz o diretor-presidente da Copergás, André Campos. A disponibilidade de gás natural pode resultar em mais competitividade em várias atividades econômicas. 

Para 2022, a previsão da empresa é fazer um investimento de R$ 68,4 milhões com a implantação de 117,7 quilômetros (km) de gasodutos, o que inclui as expansões da rede em Caruaru (cerca de 10 km), Petrolina (20 km) e em Garanhuns (7 km). O investimento total nos projetos de Petrolina e Garanhuns são, respectivamente, de R$10 milhões e R$ 8 milhões.

As três cidades se destacam com polos econômicos vigorosos como o de confecções (em Caruaru) e o de avicultura (em Garanhuns), ambos no Agreste; e Petrolina com o polo de fruticultura irrigada no Sertão do São Francisco.  

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Caruaru recebe o gás natural por meio do gasoduto convencional, que se estende até a cidade de Belo Jardim. Em Petrolina e Garanhuns, o gás chega por meio do projeto Rede Local: o combustível é transportado via caminhões refrigerados, em estado líquido (Gás Natural Liquefeito, GNL). No município, o GNL é regaseificado, tornando a sua forma gasosa. A partir daí é distribuído aos clientes locais pelo gasoduto construído exclusivamente na cidade. 

Estímulo à produção de biometano

Presidente da Copergás, André Campos abriu seleção pública em busca de parceiros para produzir biometano – FOTO: Divulgação/Copergás

A distribuidora quer estimular a produção de gás natural renovável em Pernambuco e, por isso, abriu uma seleção pública para o fornecimento do biometano, o gás natural renovável. “O gás natural é o combustível da transição energética e é bom para o meio ambiente. O biogás é ainda melhor porque é um combustível não fóssil. A geração do biogás e biometano é boa para a economia porque não se joga fora o que pode ser transformado em energia”, comenta Campos.

O biogás pode ser produzido a partir de várias matérias-primas como os resíduos orgânicos nos aterros sanitários e os subprodutos gerados pelo setor sucroalcooleiro, a exemplo da torta de filtro ou a vinhaça. A decomposição dos três gera o biogás. “Estamos procurando parceiros, para isso abrimos a chamada pública”, afirma Campos.  A intenção é fazer com que o biometano chegue à rede de gasodutos da empresa em 2024. 

Com 68 mil clientes, a Copergás comercializa, em média, 1,7 milhão de metros cúbicos de gás natural por dia, sem contar o fornecimento para as térmelétricas, que consomem cerca de 2 milhões de metros cúbicos diários, quando entram em operação. Isso não está ocorrendo agora porque os reservatórios das grandes hidrelétricas do País estão numa situação confortável de armazenamento e, também, graças à geração de energia das eólicas.

Os maiores consumidores da Copergás são as grandes indústrias. Em 2021, a companhia registrou um faturamento de R$ 2,161 bilhões, com lucro líquido de R$194,93 milhões, além de ter realizado um investimento de R$ 54,4 milhões e construído 65,6 km de dutos.

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