Cearense Brisanet leva lotes do NE e CO no leilão do 5G

Por Patrícia Raposo* Enquanto as operadoras gigantes da telecomunicção – Claro, Vivo e TIM – arremataram três lotes na faixa de 3,5 GHz no principal do leilão da tecnologia móvel 5G realizado nesta quinta-feira (04) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Brisanet, empresa com sede na cidade de Pereiro, no Cariri cearense, garantiu os […]

Por Patrícia Raposo*

Enquanto as operadoras gigantes da telecomunicção – Claro, Vivo e TIM – arremataram três lotes na faixa de 3,5 GHz no principal do leilão da tecnologia móvel 5G realizado nesta quinta-feira (04) pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), a Brisanet, empresa com sede na cidade de Pereiro, no Cariri cearense, garantiu os dois lotes com lances de R$ 105 milhões para a região do Centro-Oeste e R$ 1,25 bilhão para o Nordeste.

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E uma nova empresa levou a frequência de 700 MHz: a Winity II Telecom, que pertence ao fundo de investimentos Patria. Ela ainda não é detentora de faixa de radiofrequência e nasce como uma nova operadora móvel com abrangência nacional.

O governo conseguiu arrecadar até ontem (o leilão termina nesta manhã de sexta-feira) R$ 7,089 bilhões, um ágio de 247% sobre o lance mínimo das faixas ofertadas por R$ 2,043 bilhões. Os números foram calculados pela Conexis, entidade que representa as maiores operadoras do País, segundo o site UOL.

O 5G é uma nova tecnologia que amplia a velocidade da conexão móvel e reduz a latência, permitindo novos serviços com conexão com segurança e estabilidade, que abrem espaço para o uso de novos serviços em diversas áreas, como indústria, saúde, agricultura e na produção e difusão de conteúdo.

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Brisanet

Em meio a um crescimento exponencial, o Grupo Brisanet saiu vencedor no leilão. A telecom nordestina abriu capital em julho passado, na B3, dispondo de uma infraestrutura de rede de fibra óptica consolidada. Ela foi uma das principais Prestadoras de Pequeno Porte (PPPs) a participar do leilão. Hoje conta com mais de 790 mil assinantes, acima da TIM.

Comissão Especial de Licitação da Agência faz à abertura, análise e julgamento das propostas de preço das 15 empresas cadastradas do leilão do espectro (banda) 5G, na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília

A empresa garantiu ainda o lote regional 3,5 GHz no Nordeste e no Centro-Oeste, e agora carrega o compromisso de construir a estrutura para levar, por meio do sinal 5G, internet móvel e de qualidade aos municípios com menos de 30 mil habitantes.

Mas o Grupo Brisanet quer ir além e levar a tecnologia para todas as cidades das duas regiões contempladas. E para isso vem contratando mão de obra em vários estados.

Além dos lotes das duas regiões, a telecom cearense também arrematou o lote da faixa 2,3 GHz para o Nordeste por R$ 111 milhões, assumindo o compromisso de levar 4G aos municípios e localidades sem essa cobertura.

José Roberto Nogueira, fundador da Brisanet/Foto: reprodução
José Roberto Nogueira, fundador da Brisanet/Foto: reprodução

De acordo com o CEO da Companhia, José Roberto Nogueira, a expectativa é que a combinação das redes de fibra óptica com o sinal 5G leve a empresa a oferecer todas as novidades tecnológicas no campo de telecomunicações. “A capilaridade do Grupo Brisanet é fundamental para a implantação do 5G. Juntos, todos esses recursos possibilitarão o verdadeiro processo de inclusão digital das classes A-Z, uma vez que farão a logística de distribuição de centenas de serviços tecnológicos nas próximas décadas”, afirma.

As faixas

700 MHz – É parcialmente ocupada pelo 4G, tem abrangência nacional e permite levar o 5G para áreas mais isoladas do país

2,3 GHz – Visa melhorar a cobertura do 4G e futuramente distribuir também o 5G

3,5 GHz – É o chamado 5G puro, de alta frequência, e exige mais antes das operadoras. Foi a faixa mais concorrida no leilão.

26 GHz – Também é considerado 5G puro e é voltado para operações de banda larga.

O leilão

O leilão começou nesta quinta-feira e deve terminar só amanhã (5). Ainda serão analisadas as propostas para as faixas de 2,3 GHz e de 26 GHz. Ele tem valor de arrecadação total previsto de cerca de R$ 50 bilhões, caso todos os lotes sejam arrematados. Desse total, R$ 10 bilhões serão em outorgas para o governo e os outros R$ 40 bilhões serão utilizados pelas empresas nas obrigações estabelecidas.

As frequências têm finalidades específicas e em cada faixa as empresas dão os lances em lotes diferentes. Os lances vencedores na faixa de 3,5 GHz foram: R$ 338 milhões (ágio de 5,18%, valor acima do mínimo previsto no edital) da operadora Claro para o lote B1; R$ 420 milhões (ágio de 30,69%) da Vivo para o lote B2; e R$ 351 milhões (ágio de 9,22%) da TIM para o lote B3.

O edital previa ainda um quarto lote na faixa de 3,5 GHz, com abrangência nacional, mas não houve lance. O direito de exploração das faixas será de até 20 anos.

As empresas vencedoras têm compromissos de investimento definidos pelo Ministério das Comunicações e aprovadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU) e pela Anatel. O objetivo das contrapartidas é sanar as deficiências de infraestrutura, modernizar as tecnologias de redes e massificar o acesso a serviços de telecomunicações do país.

Entre os compromissos estão migrar o sinal da TV parabólica para liberar a faixa de 3,5GHz para o 5G, arcando com os custos; construir uma rede privativa de comunicação para a administração federal; instalar rede de fibra óptica, via fluvial, na Região Amazônica; levar fibra óptica para o interior do país; e disponibilizar o 5G em todos as capitais até julho de 2022.

Winity

A Winity II Telecom ofereceu o maior lance, R$ 1,427 bilhão na primeira faixa a ser leiloada, de 700 MHz, de abrangência nacional. O valor pago é 805% superior ao mínimo exigido.

A operadora tem direito à exploração do serviço por 20 anos, que pode ser prorrogado, e prevê o cumprimento da obrigação de construir infraestrutura de cobertura 4G em 625 localidades do país que não têm acesso à internet e em 31 mil quilômetros de rodovias federais.

A partir de 2023, as operadoras têm a obrigação de iniciar a construção da estrutura e implantação do 5G em todo o Brasil; e os anos seguintes serão fundamentais para esse processo.

“Inicialmente, serão construídos os backhauls, que são responsáveis por fazerem as ligações entre todas as redes para, assim, em 2026, cumprir a obrigação direcionada ao ganhador do bloco regional: levar o 5G para a região em que se sagrou vencedor”, lembra Nogueira, da Brisanet.

Líder em market share (quota de mercado) entre as prestadoras de internet por fibra óptica do Nordeste (de acordo com a Anatel), a Brisanet acredita que a grande expansão da rede de fibra óptica que já possui será uma forte aliada para a promoção da nova tecnologia. Inclusive, o Grupo Brisanet vai utilizar a sua rede de franquias, Agility Telecom, para acelerar o processo de implantação do 5G.  A Agility já está presente em mais de 250 cidades do Nordeste.

*Com informações da Agência Brasil

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