O Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) elaborou um estudo para aprimorar os Sistemas Especiais de Proteção (SEPs) com o objetivo de aumentar em cerca de 1.000 MW o limite de intercâmbio do Nordeste para o Sudeste. A iniciativa busca evitar o corte de geração renovável (curtailment) em algumas regiões nordestinas e permitir maior exportação de energia para os subsistemas Norte e Sudeste/Centro-Oeste.
“Com esta medida, poderemos reduzir os cortes de geração em algumas regiões do Nordeste e exportar mais energia deste subsistema, seja para o Norte ou para o Sudeste/Centro-Oeste. O ONS está empenhado em buscar soluções estruturantes para o curtailment e vamos seguir estudando mais alternativas com este objetivo”, afirma Marcio Rea, diretor-geral do Operador.
As análises, iniciadas em meados de 2024, indicam que a instalação de novos equipamentos de proteção entre as subestações Colinas, Ribeiro Gonçalves e São João do Piauí é viável. Essa estruturação permitirá maximizar o fluxo de energia do intercâmbio Nordeste-Norte, especialmente nos meses do período seco, quando o Norte tende a importar energia e o Nordeste registra aumento da geração eólica.
O novo desenho do SEP contribuirá para elevar o volume de exportação de energia com risco controlado de acionamento de esquemas de segurança como o Esquema Regional de Alívio de Carga (ERAC). A melhoria é considerada estratégica para mitigar os efeitos do curtailment de fontes renováveis variáveis e reforçar a segurança do sistema.
Novas linhas de transmissão no Nordeste
O ONS também informou o início antecipado da operação, no dia 3 de abril às 4h17, de duas novas linhas de transmissão do agente Rialma V: LT 500 kV Gentio do Ouro II – Bom Jesus da Lapa II C2 e LT 500 kV Gentio do Ouro II – Bom Jesus da Lapa II C4, integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Com essa integração, o novo limite de escoamento de geração na região Oeste da Bahia pode aumentar de 500 MW para até 2.500 MW, a depender do cenário operacional.
A entrada em operação dos empreendimentos trouxe benefícios como a ampliação dos limites no fluxo de energia da Bahia para outras regiões e a redução do carregamento de outros equipamentos da Rede Básica, o que futuramente pode diminuir a necessidade de corte de geração e aumentar os limites das interligações Norte-Nordeste/Sudeste-Centro-Oeste.
“A integração antecipada dos empreendimentos aumenta a segurança sistêmica e melhora as condições de escoamento de geração do Nordeste, em especial para o escoamento de geração da região oeste da Bahia. O ONS, em conjunto com os demais atores do setor elétrico, tem buscado soluções estruturantes para vencer os desafios do setor elétrico com celeridade”, afirmou Márcio Rea, diretor-geral do ONS.
Segundo o ONS, os agentes proprietários dos ativos envolvidos já foram solicitados a realizar os ajustes necessários, com previsão de implementação até o final do primeiro semestre de 2025.
*Com informações da ONS
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