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Feriadão: afinal, quais os impactos para a economia?

Os feriadões prometem impulsionar o turismo, mas pode gerar perdas bilionárias ao varejo
Chapada Diamantina Nordeste Turismo de Aventura
Feriadão movimento o turismo/Foto: TV Brasil/Divulgação

O debate sobre feriadão e economia volta ao centro com os feriados prolongados de 2025. Só neste primeiro semestre, houve o feriadão do Carnaval, que em Pernambuco foi ainda maior, porque juntou com a Data Magna do Estado, que caiu na primeira sexta-feira após os dias de folia de Momo. Agora em abril tem a Sexta-Feira da Paixão (18) emendando com Tiradentes (21), formando um dos maiores períodos de folga do ano, sendo seguido poucos dias depois pelo feriadão de 1º de maio.

O efeito dessa pausa prolongada, no entanto, divide opiniões entre setores produtivos, especialmente na indústria, turismo e comércio varejista, que são os mais afetados.

“Existem várias perspectivas, tanto positivas quanto negativas. Algumas pesquisas apontam que temos uma perda de eficiência na economia, principalmente em feriados de meio de semana”, aponta Edgard Leonardo, economista e professor do Centro Universitário Tiradentes em Pernambuco (Unit-PE)

Turismo aquecido com o feriadão prolongado

Impactos do feriadão no turismo.
Hotéis do Litoral Sul de Pernambuco deverão registrar 92% de ocupação na Semana Santa. Foto: Chico Andrade.

Para o setor de turismo, os feriadões representam uma oportunidade estratégica. Hotéis, pousadas, bares, restaurantes e empresas de transporte se preparam para o aumento de demanda. O Ministério do Turismo destaca que esse tipo de movimentação gera emprego, renda e estimula o consumo em destinos turísticos.

“Embora acarrete em impactos positivos para o setor do comércio, o período é muito positivo para o turismo. Somente em 2023, o segmento teve uma arrecadação de R$ 74,3 bilhões, impulsionada pelos feriadões”, explica Bernardo Peixoto, presidente do Sistema Fecomércio em Pernambuco.

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Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Hotéis em Pernambuco (ABIH-PE), a chegada da Semana Santa deverá impulsionar novamente o setor hoteleiro no estado, marcando o segundo pico de movimentação turística em 2025 — o primeiro ocorreu durante o Carnaval. A expectativa é de que o Recife registre uma taxa de ocupação de 77%, enquanto Olinda alcance 50%. O destaque, no entanto, será o Litoral Sul, que deve atingir impressionantes 92% de ocupação hoteleira.

Comércio sofre com prejuízos bilionários

Por outro lado, a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) alerta para os impactos negativos no varejo. De acordo com a Fecomércio, alguns estabelecimentos comerciais chegam a registrar queda de até 14,5% durante o período do feriadão. Em 2023, os feriados representaram um prejuízo de R$ 28,99 bilhões.

A estimativa para o ano de 2024 era de que os feriados gerassem uma perda de R$ 27,92 bilhões, com cada feriado nacional provocado, em média, uma retração de R$ 3,22 bilhões no setor. Esses dados, no entanto, ainda não foram consolidados pela CNC.

Ainda de acordo com a CNC, cada feriado nacional no calendário brasileiro gera um impacto negativo estimado de 0,12% no Produto Interno Bruto (PIB), levando em conta todas as atividades econômicas — e não apenas o comércio varejista. Esse percentual representa uma redução significativa na produção de bens e serviços em escala nacional durante os dias de paralisação.

Como o setor privado lida com os feriados

A legislação permite que empresas privadas definam, por acordo, se haverá folga, compensação de horas ou trabalho com pagamento extra. Já no setor público, o recesso é garantido, salvo para serviços essenciais.

Trabalhadores escalados nos feriados têm direito a remuneração em dobro ou compensação, conforme determina a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

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