O segundo semestre tem projeção positiva para os setores de comércio e turismo na Bahia. A avaliação é da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio) do estado. A combinação de mais emprego, mais renda disponível, menor inadimplência e juros relativamente mais baixos deve repercutir num aumento de cerca de 5% para o varejo baiano, no período de julho a dezembro, conforme projeção da Fecomércio-BA.
O consultor da Fecomércio-BA, Guilherme Dietze, destaca que há datas comemorativas importantes na segunda metade do ano, sendo o natal a mais lembrada e mais expressiva para o comércio em geral. Em análise ao cenário da economia baiana no ano de 2023, ele explica que é necessário estar atento ao mercado de trabalho.
Começando por essa variável, há na Bahia 2,1 milhões de trabalhadores com vínculos formais, um aumento de pouco mais de 70 mil em relação a meados de 2023. Ou seja, a massa de rendimentos disponível para os trabalhadores é mais elevada, o que permite o aumento do poder de compra, com consequências positivas para o comércio e serviços, especialmente. Além disso, Dietze pontua que “como o dado do CAGED mostra mais pessoas com carteira assinada, ao chegar no final do ano isso terá um efeito expressivo no recebimento do 13º salário, com reflexo nas vendas da Black Friday e Natal”.
A inflação mais comportada também permite um ganho de renda para a população. Segundo o IBGE, os preços sobem 2,49% até quase o meio deste ano, enquanto no mesmo período do ano passado o percentual havia sido de 3,23%, na Região Metropolitana de Salvador. Entretando, há algumas possíveis pressões que podem causar efeitos negativos ao longo do segundo semestre, como a alta do dólar, os efeitos das enchentes no Rio Grande do Sul e aumentos na energia elétrica e nos combustíveis.
E dois indicadores da Fecomércio-BA consolidam esse cenário de melhoria nas condições econômicas das famílias da região. A Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (PEIC) aponta que 226,6 mil famílias, em Salvador, entram nesse segundo semestre com dívidas em atraso. Pode parecer alto, mas, em um ano, houve redução de 66 mil famílias. A outra é o ICF (Intenção de Consumo das Famílias), que sobe 5% em um ano, mostrando confiança e otimismo em relação ao emprego, renda, consumo e crédito.
Falando sobre crédito, Dietze esclarece que esse ponto também é importante para projetar o quadro desse segundo semestre. “A taxa de juros da economia está em 10,50% ao ano e deve permanecer como está. Um ano atrás esse percentual estava em 13,75%, o que trouxe redução também nas taxas cobradas dos consumidores. De acordo com dados do Banco Central, a taxa média praticada para a pessoa física no Brasil está em 52,4% ao ano, bem abaixo dos quase 60% a.a. vistos em maio e junho do ano passado”, ressalta Dietze.
Hotéis e restaurantes devem ter destaque, aponta Fecomércio-BA
Segundo análise da Federação, o setor de Serviços, principalmente aqueles prestados às famílias, como hotéis e restaurantes ganhará destaque no período. O turismo será um dos carros chefes da economia local. A ampliação da oferta de assentos domésticos e internacionais tem favorecido esse bom desempenho e os empresários seguem investindo na melhoria, ampliação e construção de novos estabelecimentos.
A alta do dólar, o que inviabiliza viagens internacionais para alguns consumidores brasileiros, também favorece que o turismo doméstico esteja em alta. A proximidade da Bahia com o Sudeste é outro ponto positivo para alavancar o setor, que também favorece as expectativas dos empresários locais, no pensamento de ampliar o quadro colaborativo e de investimentos e compras de equipamentos.
*Com informações Fecomércio-BA
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