Depois de um longo recesso, o otimismo volta a tomar conta de alguns setores econômicos. Foi o que se viu nos segmentos de comércio e serviços, com as recentes pesquisas divulgadas esta semana, sobre contratação de mão de obra para o fim do ano.
A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) estima aumento de 5,6% nas vendas – sobre mesmo período de 2022. O presidente da entidade, José Roberto Tadros, ressaltou otimismo com a recuperação econômica e melhores condições de consumo.
A CNC espera 108,5 mil contratações temporárias no período, contra as 97,9 mil vagas geradas em 2022. O volume deste ano só perde para o ano de 2013, quando foram criados 115,5 mil empregos no período.
Ânimos em alta também no setor de bares e restaurantes. A associação do setor, a Abrasel, estima que 35% dos empresários de bares e restaurantes do país pretendem contratar funcionários até o final do ano para reforçar as equipes diante da alta demanda da época.
O estudo da Abrasel também destaca sinais de recuperação do setor. Em setembro, 35% das empresas tiveram lucro, contra 31% de agosto. Tony Sousa, presidente da Abrasel em Pernambuco, analisa que apesar das inúmeras dificuldades enfrentadas pelo setor de alimentação fora do lar nos últimos anos, os resultados da pesquisa sinalizam para a recuperação.
Otimismo na indústria
Os sinais positivos também na indústria pernambucana. Mesmo com a queda na produção de 12% em setembro em relação a agosto – e retração de 4,6% quando se compra este mês de 2023 com o de 2022 – o clima é de otimismo.
Como é de praxe, a partir de agosto, o setor fica aquecido, porque a safra da cana de açúcar joga mais dinheiro na economia, o que faz crescer o consumo de alimentos, assim como as vendas no comércio. Tudo isso requer aumento de produção.
Mas não é só isso. Segundo Cezar Andrade, economista da Fiepe, entidade que representa o setor, a sondagem industrial de setembro trouxe um empresário mais otimista. A expectativa de aumento no número de empregos alcançou 51 pontos, saindo da zona neutra, e indicando tendência de aumento nos postos de trabalho.
Esse ânimo está associado à queda na Selic. Como no setor industrial do estado predominam os pequenos e médios industriais, é para o cenário interno que eles olham. Cezar pontua que a queda ainda não destravou a economia, mas já sinaliza redução no custo do crédito, o que estimula investimentos.
O cenário anima também as empresas de terceirização de mão de obra. Segundo a Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem), no último trimestre de 2023, o incremento no número de vagas temporárias de trabalho mediante terceirização deve ser de 55% na indústria, seguido por serviços (30%) e comércio (15%). De acordo com Fábio Renaux, CEO da Renaux Service, cada vez mais empresas optam pela terceirização para ficarem asseguradas em relação à legislação trabalhista e à gestão desses novos profissionais.
Leia tabém:
Fim de ano deve ter maior número de vagas temporárias desde 2013
Abrasel diz que mais de 30% dos bares e restaurantes pretendem contratar