Mercado eleva projeção para PIB e inflação para 2023 

Para economista ouvido pelo Movimento Econômico, as projeções da inflação podem piorar.

Compartilhe:

Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no facebook
Compartilhar no email
inflação economia
Segundo o BC, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%/Foto: Marcello Casal JR/ABR

Pela terceira semana seguida, a previsão do mercado financeiro para o crescimento da economia brasileira este ano subiu, passando de 2,56% para 2,64%. A estimativa está no boletim Focus de hoje (11), pesquisa divulgada semanalmente pelo Banco Central (BC) com a projeção para os principais indicadores econômicos.  Já a previsão para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação, não foi muito positiva.

Para o próximo ano, a expectativa para o Produto Interno Bruto (PIB – a soma dos bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 1,47%. Para 2025 e 2026, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2%, para os dois anos. 

Superando as projeções, no segundo trimestre do ano a economia brasileira cresceu 0,9%, na comparação com os primeiros três meses de 2023, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Na comparação com o segundo trimestre do ano passado, a economia brasileira avançou 3,4%. 

O PIB acumula alta de 3,2% no período de 12 meses. E no semestre, a alta acumulada foi de 3,7%. 

Inflação 

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) – considerada a inflação oficial do país – teve previsão de elevação de 4,92% para 4,93%. Para 2024, a estimativa de inflação ficou em 3,89%. Para 2025 e 2026, as previsões são de 3,5% para os dois anos. 

A estimativa para este ano está acima do teto da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. Definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), a meta é de 3,25% para 2023, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é 1,75% e o superior 4,75%. 

Segundo o BC, no último Relatório de Inflação, a chance de a inflação oficial superar o teto da meta em 2023 é de 61%. 

A projeção do mercado para a inflação de 2024 também está acima do centro da meta prevista, fixada em 3%, mas ainda dentro do intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual. 

Em julho, influenciado pelo aumento da gasolina, o IPCA foi de 0,12%, segundo o IBGE. A taxa ficou acima das observadas no mês anterior (-0,08%) e em julho de 2022 (-0,68%). Com o resultado, a inflação oficial acumula 2,99% no ano. Em 12 meses, a inflação é de 3,99%, acima dos 3,16% acumulados até junho.  Os dados da inflação de agosto serão divulgados amanhã pelo IBGE

Taxa de juros 

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros – a Selic – definida em 13,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom). Diante da forte queda da inflação, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, iniciou, no mês passado, um ciclo de redução da Selic. 

Antes disso, a última vez em que o Banco Central tinha diminuído a Selic foi em agosto de 2020, quando a taxa caiu de 2,25% para 2% ao ano, em meio à contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Depois disso, o Copom elevou a Selic por 12 vezes consecutivas, num ciclo que começou em março de 2021, em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis, e, a partir de agosto do ano passado, manteve a taxa em 13,75% ao ano por sete vezes seguidas. 

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2023 em 11,75% ao ano. Para o fim de 2024, a estimativa é que a taxa básica caia para 9% ao ano. Já para o fim de 2025 e de 2026, a previsão é de Selic em 8,5% ao ano para os dois anos. 

Quando o Copom aumenta a taxa básica de juros, a finalidade é conter a demanda aquecida, e isso causa reflexos nos preços porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Mas, além da Selic, os bancos consideram outros fatores na hora de definir os juros cobrados dos consumidores, como risco de inadimplência, lucro e despesas administrativas. Desse modo, taxas mais altas também podem dificultar a expansão da economia. 

Quando o Copom diminui a Selic, a tendência é que o crédito fique mais barato, com incentivo à produção e ao consumo, reduzindo o controle sobre a inflação e estimulando a atividade econômica. 

Por fim, a previsão do mercado financeiro para a cotação do dólar está em R$ 5 para o fim deste ano. Para o fim de 2024, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,02. 

Análise do economista

“Como argumentei algumas vezes iríamos ver certa piora nas projeções dos economistas e isto está se concretizando no FOCUS divulgado hoje. Não é um movimento dramático, nem deve ser, mas as projeções para o IPCA tanto de 23 quanto 24 tem ligeiras altas”, analisou André Perfeito, economista chefe da Necton Investimentos.

André Perfeito
André Perfeito diz que o dólar pode sofrer enfraquecimento/Foto: divulgação

Para ele, as projeções irão piorar. “E isso pode ganhar o volume necessário para revisões na Selic terminal do ano que vem, que se mantém em 9% na mediana das projeções, mas que projeto em 10,75%”.

Sobre o dólar, ele diz que o mercado revisou levemente o Dólar para cima e para 2023 agora está em R$ 5,00. “Mantenho a perspectiva de dólar em R$ 5,00 este ano, no entanto dado a relevante inversão na curva de juros dos EUA e a provável queda dos mercados acionários por lá em 2024. É razoável supor que o FED, ou o mercado, tanto faz, irá projetar queda dos juros nos EUA o ano que vem e isso pode enfraquecer o dólar”.

Para Perfeito, este movimento deve se concretizar apenas no início do ano que vem. “Mas se de fato o BC não cortar tanto a Selic e nos EUA o cenário for de juros mais baixos (tanto a parte curta quanto a longa) o Real tende a se valorizar um pouco mais”, disse.

*Com informações da Agência Brasil

Leia também:

Aliança Global dos Biocombustíveis tem lançamento no encontro do G-20, na Índia

Mercado gamer em expansão impulsiona negócios de estúdios de Pernambuco

Novas marinas fazem as vendas de barcos crescerem no Nordeste

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no whatsapp
Compartilhar no telegram
Compartilhar no email

Mais Notícias