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Aperto monetário deixa FED em situação difícil e economia global em expectativa

Os episódios dos bancos Silvergate, SBV, Signature, e Credit Suisse, apontam que algo está acontecendo com o sistema bancário em função da subida de juros pelo FED.
José Carlos Cavalcanti
José Carlos Cavalcanti

Por José Carlos Cavalcanti

A semana que se inicia, propriamente nos dias 21 e 22/03, o FOMC-Federal Open Market Committee (o COPOM do Federal Reserve -FED, Banco Central dos EUA) irá realizar a segunda de suas oito reuniões anuais. Ela é importante porque coincidirá com uma das quatro ocasiões anuais onde é apresentado um Summary of Economic Projections – SEC do FED. Nesta oportunidade serão avaliadas as últimas projeções (feitas em dezembro de 2022) e indicadas as próximas, em função dos recentes acontecimentos, e de quais serão os novos posicionamentos do FED.

Em dezembro de 2022 o FED havia apresentado uma projeção da core PCE inflation (núcleo da inflação ao consumidor – CPI) de 3,5% Q4/Q4 (entre o quarto trimestre de 2022 e o quarto trimeste de 2023) para 2023. No entanto, como revelado na semana passada, apesar de o CPI cheio ter caído 0,4% em fevereiro (para 6,0%) em relação ao ano anterior, o CPI, excluindo alimentos e energia, aumentou 0,5% em fevereiro.

FED se complica

Isto deixa o FED numa situação bastante complicada. Os episódios dos bancos Silvergate, SBV, Signature, e Credit Suisse, apontam que algo está acontecendo com o sistema bancário em função do QT- Quantitative Tightening (aperto monetário com a subida dos juros para conter a inflação). No entanto, a inflação ainda está longe da meta do FED (3.5% para 2023), o que indica que ainda teremos novas subidas para fazer com que a meta seja cumprida.

FED
Sede do FED/foto: Pixabay

Robin Brooks, Chief Economist do Institute of International Finance – IIF (a associação global da indústria financeira), projetou na semana passada que daqui para frente a inflação nos EUA mês a mês tem que cair abaixo de 0,3% de forma sustentada (em vermelho no gráfico) para que se cumpra a meta. Uma tarefa que exigirá ainda novos aumentos na taxa de juros. Ou seja, segundo Brooks, a história do SVB é passado. A inflação é a história! Aguardemos os acontecimentos e seus impactos no Brasil.

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*José Carlos Cavalcanti é professor do departamento de economia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), professor convidado do departamento de sistemas de informação da mesma UFPE e sócio-fundador da Creativante, empresa de consultoria e assessoramento em economia da tecnologia e da inovação.

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