Mais um capítulo da novela que se tornou a venda de uma área do Estaleiro Atlântico Sul (EAS) no Porto de Suape. A ICTSI Rio Terminal 1 Brasil S.A., que opera o Tecon-Suape no porto pernambucano, deu entrada na Justiça, nesta quarta-feira (3), num pedido de um impugnação “ao resultado final do processo competitivo, em especial ao direito de preferência concedido à APM Terminals”, do Grupo Maersk, na condição de stalking horse, no leilão do EAS. O grupo quer anular todo o processo de venda de uma área do EAS para a Maersk e o que está em jogo é a implantação de um terminal que poderia fazer concorrência ao Tecon-Suape, que é responsável pela movimentação de contêineres em Suape.
As partes envolvidas no processo poderiam se pronunciar num prazo de 48 horas. Agora, vai correr um prazo de 10 dias para órgãos que não são privados, como o Ministério Público, a Procuradoria Geral do Estado ou município se pronunciarem sobre o processo. A falta de concorrência faz as tarifas do Tecon-Suape serem consideradas altas e isso já fez algumas empresas instaladas em Pernambuco recorrerem a portos vizinhos para movimentarem as suas cargas.
Voltando ao processo de recuperaçao judicial do EAS, o APM Terminals ofereceu R$ 300 milhões para comprar a área chamada Unidade Produtiva Isolada da UPI Pré-Constituída B. No último dia 21 quando ocorreu o leilão, a ICTSI junto com o grupo pernambucano Conepar ofereceram R$ 450 milhões para ficar com a área. Depois disso, o APM Terminal, que tinha uma condição de compra diferenciada concedida no processo judicial, o stalking horse, ofereceu R$ 455 milhões pelo terreno do EAS. Agora, corriam os prazos para as partes se manifestarem e aí o ICTSI entrou com um pedido de impugnação.
A reação judicial do ICTSI já era esperada e eles estão contestando o valor da área. Nesse aspecto, o leilão foi considerado um sucesso porque a empresa vai conseguir mais do que o inicialmente previsto, que era R$ 300 milhões.
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