Estaleiro Atlântico Sul segue na recuperação judicial e quer expandir negócios

O processo de recuperação judicial do EAS está cumprindo o prazo, como afirma a CEO da empresa, Nicole Mattar.
Nicole
A CEO do Estaleiro Atlântico Sul, Nicole Mattar, fala do sucesso que foi o leilão do EAS.

A CEO do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), Nicole Mattar, considera o leilão da área área Pré-constituída B do EAS um “marco” no processo de recuperação judicial da empresa que pretende continuar “expandindo os negócios” além da indústria naval. “O leilão foi extremamente bem sucedido e maximizou o valor do ativo, porque inicialmente era previsto um valor de R$ 300 milhões”, disse se referindo ao fato de que o terreno que foi arrematado pelo APM Terminals, que pertence ao Grupo Maersk, por R$ 455 milhões na terça-feira (26).

O leilão foi realizado na quinta-feira (21) e durante o certame um consórcio formado pelo grupo pernambucano Conepar e o ICTSI Rio ofereceram uma proposta de R$ 450 milhões para adquirir o terreno. Depois disso, o APM cobriu a proposta oferecendo R$ 455 milhões com a intenção de instalar um novo terminal de contêineres e de carga geral na área. “Este projeto deve melhorar a logística portuária e trazer novos players que vão trazer novas oportunidades também ao EAS”, comentou Nicole.

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Hoje a principal atividade do EAS é o reparo de embarcações. “Estamos buscando atrair embarcações estrangeiras e ter um terminal de contêineres competitivo favorece atingirmos nosso objetivo”, afirmou Nicole. O EAS tem uma das maiores caldeirarias do Brasil. Isso significa que tem a capacidade de produzir grandes estruturas metálicas. “Estamos trabalhando para entrar em pelo menos dois mercados que demandam essas grandes estruturas: o de energias renováveis e o de óleo e gás”, conta Nicole. E ambos os setores têm perspectivas de crescimento nos próximos anos.

Situação do EAS

O EAS tem dívidas de R$ 1,3 bilhão com bancos e o principal credor é o BNDES com cerca de 90% deste total. Os R$ 455 milhões do leilão devem ser pagos, segundo Nicole, assim que as condições precedentes para implantação do projeto do APM Terminals forem cumpridas, como por exemplo, as licenças necessárias à implantação do empreendimento. “Estamos trabalhando neste cronograma junto à Maersk”, revelou Nicole.

Pela lei em vigor, o EAS tem dois anos para concluir o processo de recuperação judicial. “Até aqui estamos cumprindo os prazos do plano de recuperaçao judicial. Estamos indo bem e há um longo caminho a percorrer. A ideia é expandir as nossas atividades, aumentar a geração de caixa, maximizar o valor dos ativos com o objetivo de pagar as dívidas o quanto antes aos nossos credores”, resumiu Nicole.

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O processo de recuperação judicial do EAS foi aprovado em junho de 2021. A área que será vendida ao APM corresponde a cerca de 30% de todo o terreno do EAS. “Isso não vai prejudicar as nossas atividade e estamos avaliando se vamos alienar outra área”, diz Nicole.

Novo empreendimento

A APM Terminals vai investir R$ 2,6 bilhões para implantar um novo terminal de contêineres na área que foi comercializada no leilão. O novo empreendimento deve começar a operar no final de 2025. Inicialmente, terá a capacidade de movimentar até 400 mil TEUs – unidade equivalente a um contêiner de 20 pés -. Isso vai aumentar em 55% a capacidade do complexo portuário de Suape de movimentar este tipo de carga e a APM também pretende movimentar cargas gerais. Do total a ser empregado, R$ 1,8 bilhão será em obras civis e o restante em equipamento. A obra deve gerar cerca de 2 mil empregos e 500 vagas de trabalho, quando entrar em operação.

O maior benefício que o novo empreendmento vai trazer ao Estado é o fim do monopólio do ICTSI, que opera o Tecon-Suape, na movimentação de contêineres no Porto de Suape desde 2001. As atuais tarifas são altas e uma parte das cargas, como as frutas do Vale do São Francisco, já migraram pra portos vizinhos por causa dos custos altos.

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