PIB Pernambucano teve crescimento de 4,2% em 2021

Embora a economia pernambucana tenha crescido menos quando comparada ao PIB do Brasil em 2021, a recuperação em relação ao ano de 2020 foi maior que a nacional

Por Juliana Albuquerque

Após dois anos consecutivos crescendo acima da média nacional e de ter uma queda menor que a brasileira, em 2020, o resultado do  Produto Interno Bruto (PIB) de Pernambuco ficou abaixo do brasileiro em 2021.

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PIB de Pernambuco foi de 4,2% em 2021, enquanto o do Brasil foi de 4,6% o crescimento.

De acordo com dados divulgados nesta segunda (7),  pela Agência Condepe/Fidem, no ano passado a soma dos bens produzidos nos setores de comércio, serviços e indústria foi de 4,2%, enquanto para o Brasil esse crescimento foi de 4,6%. Em valores reais, juntos, os três setores produziram R$ 233,4 bilhões em 2021 no Estado.

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Lavouras temporárias puxaram bom desempenho do PIB agropecuário em 2021, que fechou em alta de 5% quando comparado a 2020.

O resultado anual é fruto do desempenho da Agropecuária pernambucana, que foi puxado em grande parte pelos efeitos sazonais, a exemplo das lavouras temporárias, como cana-de-açúcar, feijão, tomate, abacaxi e batata-doce, que alavancaram positivamente a produção estadual em 14,3% no período. Já nas lavouras permanentes, a alta na produção foi mais discreta, com crescimento de 4% – puxado, em especial, pela produção de café, banana, maracujá, limão, uva e coco-da-baía. No total, o crescimento da agropecuária pernambucana fechou 2021 em alta de 5% em relação ao ano de 2020.

“Tradicionalmente a economia pernambucana tem resultados positivos quando se trata da agropecuária, porém, esse segmento não responde por um peso significativo no resultado do PIB, que tem seu peso maior nos setores da indústria e serviços, com 20,3% e 75,5%, respectivamente, de participação”, explicou Maurílio Lima, diretor de Estudos e Estatísticas da Agência Condepe/Fidem.

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Indústria pernambucana em 2021 teve alta de 3,4%

Neste sentido, os resultados da indústria pernambucana em 2021 apresentaram alta de 3,7% no acumulado do ano, um resultado puxado em grande parte pela construção civil, que demonstrou uma retomada mais concreta após 2020, fechando em alta de 6%. Já na indústria da transformação, o desempenho discreto de 1,1% fez com que os resultados do setor não fossem melhores. 

“Pesou na indústria da transformação a questão da possível venda da refinaria Abreu e Lima, que iria ser leiloada pela Petrobras, o que terminou não ocorrendo, mas que teve um nível de produção que chegou a remontar ao início das atividades de refino no estado. Porém, ao analisar o cenário da construção civil, é possível observar uma retomada mais concreta dos níveis de antes da pandemia”, comentou Lima. 

Já no setor de serviços, que tem o maior peso, de 75,5% na composição do PIB em Pernambuco, o desempenho positivo nos segmentos de venda de veículos e de artigos farmacêuticos, médicos e de cosméticos foram determinantes no crescimento de 4,3% do setor. 

Recuperação do PIB pernambucano foi maior que a nacional

Embora a economia pernambucana tenha crescido menos quando comparada ao Brasil em 2021, a recuperação em relação ao ano de 2020 foi maior que a nacional. De acordo com o diretor de estudos e estatísticas da Agência, Maurílio Lima, a explicação está no fato de que em 2020, quando a economia brasileira foi afetada diretamente pelo avanço da pandemia da Covid-19, a queda nacional foi de  3,9%, enquanto em Pernambuco, de 2,29%.

“Embora a nossa taxa de crescimento em 2021 seja menor que a do Brasil, como nossa queda em 2020 foi menor que a nacional, proporcionalmente falando, a nossa recuperação foi maior que a do Brasil. Se em 2020 caímos 2,29% e em 2021 crescemos 4,2%, recuperamos 1,2% do que caímos. No Brasil, como a queda foi de 3,9% em 2020 e cresceu 4,6% em 2021, a recuperação foi de 0,6%”, detalhou Maurílio Lima. 

Mercado de trabalho formal acompanha resultado do PIB

Na análise feita pelo gerente de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Agência, Rodolfo Guimarães Regueira da Silva, sobre o mercado de trabalho formal em Pernambuco, ele revela que o crescimento do emprego formal está em linha com o crescimento do PIB estadual. 

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Mercado formal cresceu na proporção do PIB em Pernambuco em 2021

“Em 2020, tínhamos um estoque de 1,188 milhão de pessoas no mercado de trabalho com carteira assinada e fechamos 2021 com 1,212, o que significa dizer que conseguimos recuperar 63,956 mil postos de trabalho em 2021, com sinais positivos em praticamente todos os três setores”, explicou.

Ele complementou, dizendo que esse alinhamento é facilmente observado quando se compara os resultados positivos na recuperação dos postos de trabalho nos setores da agropecuária, com o bom desempenho das lavouras temporárias de cana-de-açúcar, e do de serviços. Este último, puxado, assim como no crescimento do PIB, pelo setor da construção civil.

“Nos dois níveis, tanto do PIB, quanto no mercado de trabalho formal, todos os números representam a recuperação da economia pernambucana”, avaliou o especialista, considerando prematuro, com base neste cenário, projetar um crescimento do PIB de Pernambuco para o ano de 2022. 


Leia também: PIB de Pernambuco cresce 2,4% no terceiro trimestre e 5,1% em 2021

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