quinta-feira, 18/04/2024

Ecad estima queda de 62% na arrecadação no carnaval

Agência Brasil A suspensão de eventos e de blocos carnavalescos este ano causou um enorme impacto para a indústria da música. Baseado no relatório “O que o Brasil ouve”, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), aponta uma queda de 62% na arrecadação de direitos autorais em 2022 em comparação com 2020 – último […]
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista
Festa de rua no Rio de Janeiro, um dos três estados mais impactados pelo segundo ao sem carnaval – FOTO: Fernando Maia/Riotur

Agência Brasil

A suspensão de eventos e de blocos carnavalescos este ano causou um enorme impacto para a indústria da música. Baseado no relatório “O que o Brasil ouve”, o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad), aponta uma queda de 62% na arrecadação de direitos autorais em 2022 em comparação com 2020 – último carnaval antes da pandemia da covid-19.

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A previsão do Ecad é arrecadar R$ 6 milhões neste período de carnaval. Até o final de janeiro passado, foram arrecadados 41% dessa estimativa, que se refere a eventos já licenciados e pagos previamente. 

O prejuízo financeiro e cultural, de acordo com o Ecad, também será forte para a indústria da música, especialmente para os que vivem da música e do direito autoral. No carnaval de 2020, as músicas tocadas durante o período resultaram no pagamento de R$ 24 milhões em direitos autorais a mais de 14 mil compositores e demais artistas. “Diversas capitais cancelaram shows e eventos, impactando na arrecadação e distribuição de direitos autorais de música. A instabilidade do cenário deve resultar numa arrecadação ainda menor que a prevista no início do ano”, declarou a superintendente executiva do Ecad, Isabel Amorim.

Isabel Amorim, do Ecad aponta queda no pagamento de direitos autorais neste carnaval acima da registrada em 2020 FOTO: reprodução www3.ecad.org.br

Queda maior do que a do ano passado

Nos estados, a grande queda de eventos e shows previstos para este ano é uma preocupação. Até a primeira semana de fevereiro, 94 shows e eventos de carnaval estavam cadastrados no Ecad, com previsão de realização neste período. A retração alcança 98% em comparação a 2020, quando ainda não tínhamos confirmação de casos da covid-19 no país e os eventos estavam liberados.

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A Bahia, Rio de Janeiro e São Paulo, o bloco dos três estados que se destacavam na arrecadação de direitos autorais no carnaval, devido à quantidade de eventos realizados, saíram muito prejudicados este ano. Na Bahia, a arrecadação registrou queda de 89%, seguida pelo Rio de Janeiro e São Paulo, que ficaram empatados com retração de 81%, cada.

Mais uma vez, a pandemia da covid-19 traz prejuízos ainda maiores do que no ano passado sobre a renda de compositores, intérpretes e músicos. A previsão do Ecad é que a diminuição, seja de pelo menos 50% na distribuição de direitos autorais, em relação aos valores de 2021, quando os eventos também não foram realizados no país.

Em 2021,a fim de minimizar os efeitos negativos para compositores, intérpretes e músicos, as associações de música que administram o Ecad adiantaram R$ 10 milhões à verba de carnaval. Sem essa medida, o repasse seria de R$ 2,6 milhões, valor 87% menor que o distribuído em 2020.

Velhas marchinhas entre as mais tocadas

As tradicionais marchinhas aparecem com destaque entre as músicas mais tocadas no Brasil nos últimos cinco carnavais – de 2016 a 2020. Nos primeiros lugares, estão Me dá um dinheiro aí, de autoria de Ivan Ferreira, Glauco Ferreira e Homero Ferreira; “Cachaça”, de Marinósio Filho, Heber Lobato, Lúcio de Castro e Mirabeau; e “Maria sapatão”, de João Roberto Kelly, Carlos, Chacrinha e Leleco.

Na lista das dez mais tocadas estão O teu cabelo não nega, de Raul do Rego Valença, Lamartine Babo e João Valença; “Sassaricando”, de Mario Gusmão Antunes, Luiz Antonio, Castelo e Candeias Jota Jr.; “Mamãe eu quero”, de Jararaca e Vicente Paiva; “Marcha da cueca”, de Celso Teixeira, Carlos Mendes e Livardo Alves da Costa; “Saca-rolha”, de Zé da Zilda, Zilda do Zé e Waldir Machado; “Peguei um ita no Norte”, de Arizão, Bala, Guaracy, Dema Chagas, Celso Trindade; e “A jardineira”, de Humberto Carlos Porto e Benedito Lacerda.

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