Brasil tem maior nível de inadimplência das famílias desde agosto de 2020

Inadimplência alcança 26,4% das famílias brasileiras. Número de endividados também subiu em 12 meses

A taxa de inadimplência das famílias brasileiras subiu 0,2 ponto percentual (pp) no mês janeiro de 2022, 1,6 pp, na comparação com o mesmo mês de 2021, atingindo 26,4% do total de famílias no país. Este, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), é o maior nível desde agosto de 2020 e a maior proporção para meses de janeiro observada na série histórica da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada nesta segunda (07)

Também cresceu a parcela das famílias que deve continuar com a inadimplência e declarou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso. A expansão atingiu 0,1 pp. Na comparação com janeiro de 2021, entretanto, o percentual registrou queda de 0,8 ponto.

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As tendências entre as duas faixas no indicador de inadimplência tiveram comportamentos semelhantes. Para as famílias com ganhos de até 10 salários mínimos, a proporção das que têm contas ou dívidas em atraso cresceu 0,2 pp. no mês, chegando a 29,7% do total de famílias neste grupo. Já na comparação anual, a alta ficou em 1,8 pp.

Entre as famílias com renda superior a dez salários mínimos, o avanço de dezembro de 2021 a janeiro de 2022 acompanhou os 0,2 pp, alcançando 12%. Em relação ao mesmo mês do ano passado, a expansão foi de 0,5 p.p.

Número de endividados subiu 9,6 pp em 12 meses, segundo Peic

O total de endividados no país recuou 0,2 ponto percentual (pp) em janeiro em relação ao mês anterior e ficou em 76,1%. O encarecimento dos juros pode ser uma explicação para o desempenho, porque desacelerou a contratação de dívidas neste início de ano. De acordo com a CNC, os dados recentes divulgados em dezembro de 2021, pelo Banco Central, mostraram elevação de 37,2% para 45,1% nas taxas médias das linhas de crédito com recursos livres às pessoas físicas.

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As concessões de crédito também influenciaram. Apesar de registrarem avanço de 10,6% em termos reais em 2021, de novembro para dezembro, tiveram queda de 22,2% na média diária.

Entre as famílias com ganhos de até 10 salários mínimos, o percentual de endividados caiu 0,3 pp, atingindo 77,4%. Esse foi o primeiro recuo desde outubro de 2020. Em direção contrária, nas famílias com rendimentos acima de 10 salários mínimos, o endividamento avançou 0,3 pp, chegando a 71,2% – a maior proporção histórica de endividados.

A economista da CNC responsável pela pesquisa, Izis Ferreira, disse que a alta é resultado da evolução da vacinação e da menor letalidade da variante Ômicron. “Com a maior flexibilização, as famílias no grupo de renda mais elevada têm revertido suas poupanças, ampliadas durante a pandemia, para o consumo, especialmente de serviços”, disse.

Para o presidente da CNC, José Roberto Tadros, mesmo pequena, é preciso ter atenção com a retração. “O endividamento segue em patamar elevado e essa redução é reflexo de um cenário desfavorável, em que o encarecimento do crédito pelos juros mais altos afeta a dinâmica de contratação de dívidas dos consumidores”, avaliou.

Como é feita a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência dos Consumidores (Peic)

Desde janeiro de 2010, a Peic é apurada mensalmente. Os dados são coletados em todas as capitais dos Estados e no Distrito Federal, com cerca de 18 mil consumidores.

Com as informações são apurados os importantes indicadores dos percentuais de consumidores endividados; de quem está com contas em atraso; e de quem não terá condições de pagar suas dívidas, além do tempo de endividamento e do nível de comprometimento da renda.

* As informações são da Agência Brasil


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