Para BNP Paribas, no novo normal, mundo vai conviver com a covid

Por Patrícia Raposo Em estudo sobre as projeções para a economia global nos próximos anos, banco sustenta que a Ômicron não parece ser a última variante, mas que a Covid-19 não irá limitar o crescimento daqui para a frente Em evento digital realizado na manhã desta terça-feira, o Banco BNP Paribas Brasil divulgou o relatório […]

Por Patrícia Raposo

Em estudo sobre as projeções para a economia global nos próximos anos, banco sustenta que a Ômicron não parece ser a última variante, mas que a Covid-19 não irá limitar o crescimento daqui para a frente

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Em evento digital realizado na manhã desta terça-feira, o Banco BNP Paribas Brasil divulgou o relatório trimestral global do Grupo com as principais projeções para a economia mundial. Nas projeções apresentadas pelo chefe de pesquisa para América Latina do BNP Paribas, Gustavo Arruda, a expectativa é de um crescimento robusto entre países desenvolvidos, mas com a América Latina, Leste Europeu e África do Sul indo na contramão.

O banco sustenta que o cenário não será de pós-pandemia. “Saímos da expectativa de viver num mundo pós-covid. Está ficando cada vez mais claro que vamos viver num mundo de covid. A Ômicron não parece ser a última variante. A covid será risco, mas não irá limitar o crescimento daqui para a frente”, disse Arruda.

Otimista, o relatório aponta para um crescimento global forte. Entre os blocos, os Estados Unidos terão crescimento mais pronunciado em 2023. A Europa terá índice de expansão menor para seu padrão, mas a Alemanha garante o bom desempenho, com menores impactos na França, Itália  e Espanha.  A pesquisa indica que a China seguirá com crescimento forte, uma vez que sofreu retração forçada pela conjuntura provocada pela Covid-19 e não cresceu o que podia.

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Razões para o crescimento

A pesquisa revela alguns componentes que vão assegurar o crescimento produtivo global, como a expansão forte de economia norte-americana e os investimentos nos países desenvolvidos, o que é considerado fundamental para equilibrar a cadeia de suprimentos. “O aumento dos investimentos pelas empresas é apontado pelo Banco Mundial como a intenção que faltava para estimular o crescimento global”, ressaltou Arruda.

O fim das restrições de oferta é uma situação que deve começar a ser equalizada no segundo semestre de 2022. Já as políticas de suporte para crescimento virão com diminuição de incentivos, mas sem contração monetária. “Haverá gastos com infraestrutura, o que gera crescimento”, analisa Arruda. Outro fator é o excesso de poupança em algumas economias, já que os governos distribuíram muitos recursos e o orçamento das famílias, em alguns casos, cresceu. Fora isso, há previsão de retomada do setor de serviços, com perspectiva de investimentos em ampliações para estimular crescimento, além da reposição dos estoques, que estavam baixos.

Ponto fora da curva

No entanto, os anos de 2022 e 2023 serão de baixo crescimento para a América Latina, Leste Europeu e África do Sul, com a inflação em 2022 maior do que a de 2021 nos países emergentes. Chama atenção a Argentina, que vem tendo seus preços segurados de forma artificial pelo governo.

A América Latina, que crescia a uma taxa média de 3%, vai ficar no 1,5%, enquanto o Brasil fecha o ano com PIB na casa do 0,5% e enfrenta um 2022 desafiador, diante de um cenário eleitoral acirrado e dificuldades financeiras. A escalada dos juros e inflação se somam a esse cenário.

E pela previsão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC), o ano de 2022 deve começar com alta na Selic, já na primeira reunião do marcada para fevereiro. A previsão está na ata da última reunião do comitê, divulgada nesta terça-feira. A taxa Selic sofreu a sétima alta seguida, na última semana, ao passar de 7,75% para 9,25% ao ano. “Para a próxima reunião, o comitê antevê outro ajuste da mesma magnitude [1,5 ponto percentual]”, diz a ata do Copom.

“Apesar do desempenho mais positivo das contas públicas, o comitê avalia que questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevam o risco de desancoragem das expectativas de inflação, mantendo a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico”, diz a ata.

Leia mais: Taxa de juros deve continuar a subir, diz ata do Copom

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