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“Estamos no pior dos Mundos”, diz a economista Tânia Bacelar

Confira a reflexão da economista, que é colunista do Movimento Econômico e sócia na Ceplan Consultoria, sobre o momento atual e seus reflexos sobre a economia Por Etiene Ramos A crise institucional deflagrada pela postura política do presidente Jair Bolsonaro em contraponto às divergências e suas ameaças às instituições democráticas, vem repercutindo em mais dificuldades […]
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista

Confira a reflexão da economista, que é colunista do Movimento Econômico e sócia na Ceplan Consultoria, sobre o momento atual e seus reflexos sobre a economia

Por Etiene Ramos

A crise institucional deflagrada pela postura política do presidente Jair Bolsonaro em contraponto às divergências e suas ameaças às instituições democráticas, vem repercutindo em mais dificuldades para a recuperação da Economia no pós-pandemia. Os impasses entre os poderes geram insegurança e descrédito entre empresários e analistas dos cenários político e econômico do país e do exterior.

Tânia Bacelar vê economia fraca e sem perspectivas

Para a economista Tânia Bacelar, sócia fundadora da Ceplan Consultoria, a política e a economia dialogam intimamente e a instabilidade política só traz prejuízos à essa interação. “A economia já está fraca, a aceleração pequena, retomada difícil, com inflação e pressões externas como o aumento dos preços do transporte marítimo. São tensões que vêm de fora e se juntam às que já estão dentro da nossa economia. Se a isso se agrega a instabilidade política, bate na confiança e então estamos no pior dos mundos”, afirma.

Para piorar, a crise já não é mais política e sim institucional, entre os poderes da República, gerando ainda mais impactos negativos. Os investidores suspendem projetos de curto e médio prazos, seguindo a sinalização da política, e demonstrando a falta de confiança em aplicar recursos no país. “Muitos exportadores não internalizam os dólares, deixam no exterior e isso também afeta a economia”, diz Tânia Bacelar, destacando que a instabilidade atinge também as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB). 

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“Quando a crise institucional bate na economia é ruim para o governo. As previsões do PIB para 2022, que estavam em torno de 3,5% de crescimento sobre 2021, estão ficando entre 1,0% e 2,0%. Para este ano, os analistas estão sem perspectivas mais seguras. Embora o Boletim Focus, do Banco Central, do final de agosto, estime um crescimento de 5,2%, se ele acontecer é em cima da base baixa de 2020 e de 2019 – ano em que a Economia já estava fraca e foi acometida pela pandemia da covid-19”, observa a economista.

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