IBGE: setor de serviços do país cresceu 1,2% em maio

Agência Brasil e Redação – Foto: Joel Santana/Pixabay O volume de serviços cresceu 1,2% em maio. Com o resultado, pela segunda vez este ano, ele superou o nível em que se encontrava antes da pandemia de covid-19: 0,2%. Após dois meses seguidos de resultados positivos, o setor acumula alta de 2,5%, mas ainda insuficiente para […]
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista

Agência Brasil e Redação – Foto: Joel Santana/Pixabay

O volume de serviços cresceu 1,2% em maio. Com o resultado, pela segunda vez este ano, ele superou o nível em que se encontrava antes da pandemia de covid-19: 0,2%. Após dois meses seguidos de resultados positivos, o setor acumula alta de 2,5%, mas ainda insuficiente para recuperar as perdas de 3,4% em março. 

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Embora apresente sinais de aquecimento na maior parte dos seus segmentos de atividades, ainda está 11,3% abaixo do recorde histórico de novembro de 2014. No ano, o setor acumula alta de 7,3% e, nos últimos 12 meses, queda de 2,2%. Os números fazem parte da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS), divulgada hoje, no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Regiões

Entre as unidades da federação, quase todas, ou seja, 23 das 27, tiveram expansão no volume de serviços em maio de 2021 em relação a abril. O impacto mais importante nos locais que registraram taxas positivas em maio foi em São Paulo, com alta de 2,5%. Essa é a localidade que tem maior peso no índice geral (45 pontos percentuais). 

Mas os estados de Alagoas e Bahia tiveram as maiores altas: 10% e 8,6%, respectivamente. O setor de serviços em Pernambuco subiu 3,9% em maio após três meses seguidos de resultados negativos, segundo a PMS. O resultado é superior à média brasileira, de 1,2%, e o nono maior do país. No entanto, mesmo com a alta, o volume de serviços do estado ainda está 5,9 pontos percentuais abaixo dos níveis de fevereiro de 2020, último mês antes da disseminação da Covid-19 no país.

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Minas Gerais (2,1%) e Distrito Federal (3,7%) também foram destaques positivos. Em queda, Tocantins (-2,9%), Mato Grosso (-0,4%), Piauí (-1,9%) e Rondônia (-0,8%) apontaram as únicas retrações em termos regionais.

Nas atividades turísticas Pernambuco teve alta de 16,8% em maio frente ao mês anterior. Embora esse tenha sido um aumento bastante superior ao registrado em abril, quando a alta foi de 0,3%, o estado teve o terceiro pior percentual entre as 12 localidades pesquisadas, à frente apenas de Santa Catarina (13,3%) e Paraná (11,7%). A média brasileira, por sua vez, foi de 18,2% e essa é a segunda taxa positiva consecutiva. Nesse período acumulou um ganho de 23,3%, um avanço que recupera boa parte da queda de 26,5% observada em março, que foi um mês com maior número de limitações ao funcionamento de determinados estabelecimentos.

Estados nordestinos como Bahia (52,6%) e Ceará (19,6%) tiveram resultados mais expressivos. Em Pernambuco, o segmento de turismo precisa crescer 31,7 pontos percentuais para voltar aos níveis de fevereiro de 2020, pré-pandemia. “O segmento de turismo ainda necessita crescer 53,1% para retornar ao patamar de fevereiro do ano passado”, ponderou o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo,

Efeito das restrições

A primeira vez que o setor de serviços voltou ao patamar de antes da pandemia foi em fevereiro de 2021, quando chegou a 1,2% acima do registrado em fevereiro de 2020, mês que antecedeu o início das medidas de isolamento social.

Segundo Rodrigo Lobo, o setor vinha mostrando boa recuperação, mas em março, com um novo agravamento do número de casos de covid-19, governadores e prefeitos de diversos estados e cidades voltaram a adotar medidas mais restritivas, afetando o funcionamento das empresas de serviços. “Em abril e maio essas medidas começam a ser relaxadas e o setor volta a crescer”, explicou.

Três das cinco atividades analisadas pela pesquisa tiveram crescimento em maio. Um dos destaques foi o segmento de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, com alta de 3,7%. Para Rodrigo Lobo, o crescimento nos transportes tem muito a ver com a queda no preço das passagens aéreas, além do aumento da demanda por esse serviço. O transporte aéreo cresceu 60,7% em maio. “Além disso, o segmento de armazenagem, serviços auxiliares aos transportes e correios (3,6%), que também compõem a atividade, continua em ascensão, tendo atingido em maio seu patamar mais alto na série histórica da pesquisa. Contribuem para esse resultado as empresas de logística, as administradoras de aeroportos e as concessionárias de rodovias”, observou.

Famílias

A maior alta dentre todas as atividades ocorreu nos serviços prestados às famílias: 17,9%. Foram também destaque no mês, embora tenham menor peso (5,6%) no índice. Segundo o IBGE, apesar do resultado, a atividade permanece muito distante do patamar anterior à pandemia – 29,1% abaixo. Outra atividade que ainda não se recuperou foi a de serviços profissionais, administrativos e complementares, que teve alta de 1,0% em maio, estando 2,7% abaixo do nível em que se encontrava em fevereiro de 2020.

Lobo ressaltou que as demais atividades já ultrapassaram a marca. A de serviços de informação e comunicação ficou 6,4% acima; a de transportes, serviços auxiliares aos transportes e correio, 4,7%, e outros serviços, 3,3%. No entanto, a de serviços de informação e comunicação, que tem o maior peso no índice geral (34,4%), foi a que teve a maior queda em maio (-1,0%). O outro recuo foi em outros serviços (-0,2%).

Taxa positiva

No confronto com maio de 2020, os serviços cresceram 23,0% no mesmo mês deste ano. Segundo o IBGE, essa é a terceira taxa positiva seguida e a mais intensa da série histórica iniciada em janeiro de 2012. Nessa comparação, o crescimento foi acompanhado por todas as atividades.

“A magnitude de crescimento do volume de serviços no mês é explicada, sobretudo, pela baixa base de comparação, já que o setor havia recuado 19,3% em maio de 2020, pois ainda estavam vigentes muitas medidas sanitárias que reduziam a mobilidade da população e restringiam o funcionamento de estabelecimentos considerados não essenciais”, detalhou.

Como é a pesquisa

Conforme o IBGE, o estudo produz indicadores que permitem acompanhar o comportamento conjuntural do setor de serviços no país. Ele investiga a receita bruta de serviços nas empresas formalmente constituídas, com 20 ou mais pessoas ocupadas, que desempenham como principal atividade um serviço não financeiro, excluídas as áreas de saúde e educação.

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