Entidades em alerta com elevação da Selic de 3,5% para 4,25% ao ano

Da redação, com agências Decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou pela terceira vez seguida a taxa básica de juros da economia. Aprovada por unanimidade pelo Copom, a taxa Selic passou de 3,5% para 4,25% ao ano. O aumento da taxa ajuda a controlar a inflação pois encarece o crédito e desestimula […]
Etiene Ramos
Etiene Ramos
Jornalista

Da redação, com agências

Decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) elevou pela terceira vez seguida a taxa básica de juros da economia. Aprovada por unanimidade pelo Copom, a taxa Selic passou de 3,5% para 4,25% ao ano. O aumento da taxa ajuda a controlar a inflação pois encarece o crédito e desestimula a produção e o consumo. 

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Alta de Selic provoca impacto sobre a construção civil/Foto: Agência Brasil

Esse desestímulo à produção e consumo preocupa a Fecomércio-PE. Seu presidente, Bernardo Peixoto, ressalta que os empresários do setor estão começando a fazer encomendas para o fim de  os preços já virão com impacto dos juros.

Peixoto teme que a escalada de alta na Selic interfira na disposição de consumo da população. “Se as taxas começam a subir muito, em vez de consumir as pessoas vão querer investir. E neste momento, a economia precisa que as pessoas consumam”, reflete.

Bernardo Peixoto Fecomércio-PE: “Quando a construção vai bem vendemos mais”. Foto Maker Mídia

Ele analisa que a alta vai impactar a construção e isso tem rebatimento no comercio. “Quando a construção vai bem vendemos mais”.

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Para a Confederação Nacional da Indústria (CNI), a decisão do Copom é “equivocada”. Em nota, a entidade destacou que a medida encarece crédito para consumidores e empresas justamente em um “momento crítico da atividade econômica, que sofreu novo impacto negativo com a segunda onda da pandemia”. A CNI lembra que a produção industrial de abril de 2021 ainda está 6,6% abaixo do nível alcançado em dezembro de 2020.

“A decisão por um terceiro aumento expressivo da Selic vai de encontro a essa necessidade e desestimula a demanda ao aumentar o custo do financiamento de maneira significativa”, afirmou o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade.

Ricardo Essinger: “Quando os juros sobem, sobe o custo do dinheiro”/Foto: divulgação

O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco, (Fiepe), Ricardo Essinger, concorda. Ele disse que aumento dos juros eleva não só os custos da produção, como também os custos das despesas públicas. “Quando os juros sobem, sobe o custo do dinheiro e isso afeta a disposição do empresário para novos financiamentos”, ressalta.

Em nota, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, afirmou que o novo aumento ocorre em um cenário de recuperação econômica ainda não consolidada. 

“O PIB [Produto Interno Bruto, soma de bens e serviços do país] mostrou bom desempenho no 1º trimestre do ano e animou as expectativas para um crescimento acima de 5,5% neste ano. Porém, um aumento excessivo dos juros em um cenário de recuperação econômica ainda não plenamente consolidada pode prejudicar o processo de retomada do crescimento econômico do Brasil”.

A Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), analisa que os indicadores de atividade econômica têm surpreendido positivamente, o que corrobora com um cenário de maior pressão inflacionária nos próximos meses. “Desse modo, a federação entende que o ciclo de alta da taxa básica de juros é compatível com o momento e garante a ancoragem das expectativas. No entanto, é imprescindível acrescentar que o cenário é adverso e depende de políticas adicionais que assegurem preços em níveis baixos e crescimento econômico sustentável”, avaliou a Firjan.

Segundo a entidade, a atividade econômica  apresentou resultados mais positivos, mas ainda há um longo caminho a ser perseguido. A pandemia expôs os gargalos estruturais que atrasam o desenvolvimento da economia brasileira. “Por isso, é fundamental a aprovação de reformas que solucionem as vulnerabilidades logísticas e tecnológicas, o alto custo de produção e, consequentemente, a baixa competitividade”, analisou.

“Mexer na Selic é a única política monetária para combater a inflação adotada pelo governo federal para desestimular demanda”, lembra o economista Rafael Ramos, acrescentado que esse mecanismo é usado porque é o meio mais rápido de alcançar o objetivo deseja. “A elevação da Selic é amplamente divulgada e rapidamente as pessoas absorvem seu impacto. Isso dá retorno rápido em termos de controle da inflação”, diz.

Rafael analisa que a alta da taxa acelera o comportamento conservador das família. “Para os que investem poupando, o aumento da Selic é benéfico, porque remunera melhor. Mas há o lado negativo, como o dos investimentos produtivos, como construção civil e indústria, onde a Selic alta desestimula o investimentos”.

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