Exportação de gado afeta o mercado de abate bovino

Por Patricia Raposo, Foto: Agência Brasil A queda acentuada no abate bovino no primeiro trimestre de 2021, de 10,6%,  divulgada na última terça-feira (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está relacionada a dois fatores: preço da carne no mercado nacional e o crescimento nas exportações de gado. O abate de bovinos no […]

Por Patricia Raposo, Foto: Agência Brasil

A queda acentuada no abate bovino no primeiro trimestre de 2021, de 10,6%,  divulgada na última terça-feira (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), está relacionada a dois fatores: preço da carne no mercado nacional e o crescimento nas exportações de gado.

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O abate de bovinos no primeiro trimestre deste ano foi de 6,56 milhões de cabeças. É o menor resultado desde o primeiro trimestre de 2009. Os dados são da Estatística da Produção Pecuária, do IBGE.

Na opinião de criadores, um dos fatores o que têm impactado o mercado de abate é a exportações de gado. Segundo o presidente da Sociedade Nordestina dos Criadores, Delmiro Gouveia , animais vivos têm sido enviados em grande fluxo para o Oriente Médio, com saída por diversos portos. No Norte e Nordeste destacam-se os portos de Belém, no Pará, e de Itaqui, no Maranhão, respectivamente.

“As exportações de animais vivos para aquela região do globo atendem a vários interesses, como ampliação dos rebanhos, abate para frigoríficos posicionados para Meca ou mesmo distribuição para outros mercados. O boi que embarca não está pronto para o abate”, explica Delmiro Gouveia.

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Cada navio, segundo o presidente da entidade, leva de 5 a 6 mil cabeças, num movimento que configura uma mudança de cenário, provocada pela valorização do dólar, o que torna o produto brasileiro bastante competitivo, além de ser uma oportunidade para os criadores, com maiores ganhos diante da valorização da moeda norte-americana.

Outro fator é que a carne para o brasileiro ficou mais cara, reduzindo o consumo nacional. Pouco antes do início da pandemia, a arroba custava em torno de R$ 180,00 e agora está em R$ 300,00.  “A arroba estava defasada no Brasil e agora o preço se ajustou com o aquecimento das exportações”, explica o criador

O Brasil se destaca no cenário internacional porque tem volume para exportar e porque possui um rebanho qualificado. “Houve incremento nos cruzamentos industriais, como no caso do Nelore com a raça Angus”, diz Delmiro Gouveia. Ele ressalta que o mercado do Nordeste está aquecido e vai ficar ainda melhor com o início das operações da fábrica da Masterboi, no Agreste pernambucano.

A unidade da Masterboi vai dinamizar aquela região do Agreste, porque com um frigorífico industrial será possível fazer escalonamento da produção de gado. “Temos vistos muitas áreas de usinas sendo transformada em pastagens e essa é a tônica do Nordeste, principalmente na Zona da Mata”.

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